O fim de uma era
PublishNews, Maria Fernanda Rodrigues, 14/07/2011
Obra de Mario Quintana vai para a Alfaguara

A história de Mario Quintana com a Globo é antiga. Foi na tradicional Livraria do Globo, também uma editora à época, que ele foi trabalhar quando deixou o Colégio Militar, em 1924, aos 18 anos. Mas essa primeira experiência na casa gaúcha durou apenas três meses. Dez anos mais tarde, começou a traduzir para eles obras de Proust, Voltaire, Virginia Woolf, Maupassant entre tantos outros. Em 1936, voltou efetivamente para trabalhar com Erico Verissimo. A rosa dos cataventos, seu primeiro livro, foi lançado justamente pela Globo em 1940. Muitos outros vieram depois disso. Quando a editora Globo, de revistas, comprou a gaúcha Globo, a obra de Quintana veio junto. E ficou lá até os últimos dias. Agora, os livros do poeta estarão ao lado dos de João Cabral de Melo Neto, Luis Fernando Verissimo e João Ubaldo Ribeiro na Alfaguara, selo da Objetiva.

“Depois de tantos anos na Globo, a família de Quintana resolveu dar um novo impulso e visibilidade a sua obra”, comentou a agente literária Lucia Riff. “Sempre houve um relacionamento muito bom entre a família e os editores da Globo, e Elena Quintana é muito grata ao trabalho feito com a obra do tio”, disse.

Roberto Feith, presidente da Objetiva, disse que editar a obra de Quintana tem três significados distintos. “É uma responsabilidade, pois se trata de um dos grandes poetas brasileiros. É um desafio, pois queremos levar a obra dele, já conhecida e amada, para um número ainda maior de brasileiros, especialmente entre os jovens. E é uma oportunidade de exercer o nosso ofício de editor no melhor sentido da palavra, de buscar novas formas para publicar e entender a obra deste poeta lírico e absolutamente singular”.

[14/07/2011 00:00:00]