Maior rede de livrarias da Austrália em crise
PublishNews, Maria Fernanda Rodrigues, 22/02/2011
Antes de decidir pela concordata, a Angus & Robertson será avaliada por um time de auditores

A vida das livrarias australianas não anda nada fácil e um dos motivos é a crescente concorrência entre as lojas locais e algumas livrarias virtuais dos Estados Unidos e da Inglaterra, que nem frete cobram para entregas na Austrália. A Amazon é a principal ameaça. A semana passada foi um tanto dramática com o anúncio da recente crise enfrentada pela maior rede do país, a Angus & Robertson, fundada em 1886. Pouco depois do pedido de concordata da Borders, a empresa entrou em “administração voluntária”, que é um passo antes da concordata previsto pela lei australiana. De acordo com as regras da “administração voluntária”, a partir de agora os proprietários e administradores saem de cena e quem assume as finanças e o dia a dia da empresa é um time de auditores que tem como principal objetivo avaliar o negócio.

Em cerca de duas semanas, acontece uma reunião com os credores da empresa, que, mediante o relatório dos auditores, poderão decidir entre encerrar as atividades e liquidar a empresa, devolver a administração aos antigos proprietário ou entrar em um processo final de concordata que inclua ações como moratória e desconto da dívida. Mas as coisas ainda podem se ajeitar. Tim Coronel, diretor da Bookseller+Publisher, explicou que da última vez que algo parecido aconteceu, os franqueados da rede Collins Booksellers acabaram comprando o nome da empresa e enquanto algumas das lojas de propriedade dos administradores fecharam, a rede continuou numa espécie de cooperativa, com 60 lojas firmes e fortes.

O varejo de livros no país é estimado pela consultoria Nielsen BookScan em 1,3 bi de dólares australianos. Esse valor é 4,2% menor do que era em 2009. As lojas do RedGroup, proprietário das marcas Angus & Robertson e Borders (na Austrália) representam 20% do mercado. Outra informação importante: no último ano fiscal, o grupo registrou perdas de 43 milhões de dólares australianos. “O mercado de venda de livros está passando por um período de transformação: lojas bem-administradas (independentes ou de redes) vão sobreviver, mas é provável que algumas fechem ou mudem de status. Temos de esperar para ver o que vai acontecer com o RedGroup e esse processo de administração. É quase certo que algumas de suas lojas fechem, mas muitas vão sobreviver”, avaliou Tim Coronel.
[22/02/2011 00:00:00]