Amazon, Google e Apple: os modelos de cada um
PublishNews, Carlo Carrenho, de Frankfurt, 08/10/2010
Evan Schnittman, diretor de vendas e marketing da Bloomsbury, contou em Frankfurt as diferenças entre as três gigantes

Muitos editores talvez nem percebam – concentrados que estão em suas reuniões com agentes literários e editoras em busca de livros de sucesso –, mas a verdade é que a Feira de Frankfurt possui uma programação extensa de eventos e seminários, e pode funcionar como um aprendizado intensivo ao longo dos dias do evento. Um seminário bastante elucidativo aconteceu na quinta-feira (7), sob o pomposo título de “Entendendo os Direitos Digitais em um Mundo de Venda Digital: Navegando na Nova Ordem da Amazon, Apple e Google”. Apresentado por Evan Schnittman, diretor de vendas e marketing da Bloomsbury, o seminário serviu para entender melhor os modelos destas três empresas sob uma perspectiva comparativa.

Schnittman explicou o modelo agência praticado pela Apple em suas vendas digitais, onde o editor paga uma “comissão” de 30% à gigante californiana mas mantém o controle sobre o preço final. Depois, comentou o modelo da Amazon, oriundo do formato tradicional de negociação do mercado editorial, onde são praticados descontos de 30% a 60%, ficando a definição do preço final ao cargo do varejista – e o mercado norte-americano tem visto livros digitais vendidos abaixo do preço de custo pela gigante de Seattle.

Finalmente, Schnittman explicou o modelo que o Google vai adotar para seu Google Editions. Para as vendas praticadas diretamente ao consumidor, a empresa trabalhará com um desconto de 37%. Nos casos em que a venda for feita por uma livraria virtual parceira, ela ficará com uma comissão de 10% da transação e permitirá que o editor e a livraria dividam os 90% dentro de suas políticas comerciais.

O executivo da Bloomsbury ainda lembrou um aspecto interessante do modelo do Google: ele prevê um modelo de pacotes de livro físico e digital. Ou seja, o consumidor poderá comprar o mesmo livro nas duas plataformas ao mesmo tempo. A empresa já até previu um ISBN diferente para estes kits físico-digitais que permitem ao leitor ler em um e-reader, mas decorar sua estante com o livro em papel.

Uma observação interessante de Evan Schnittman foi que o mercado editorial mundial teve vendas de US$ 90 bilhões em 2009. E o faturamento das três empresas da costa leste norte-americana chegou, no mesmo ano, a US$ 95 bilhões.


A cobertura da Feira do Livro de Frankfurt pelo PublishNews tem o apoio da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

[08/10/2010 00:00:00]