Saraiva entra tranquilamente no negócio do e-book
PublishNews, Maria Fernanda Rodrigues, 31/03/2010
Em seu favor está a experiência com site de venda e aluguel de vídeos digitais, além de sua liderança no mercado

Apesar de novidade, a entrada da Saraiva na venda de livros digitais não é um terreno desconfortável para a maior rede de livrarias do País. Desde maio de 2009 ela opera um site de venda e aluguel de vídeos digitais, o primeiro da América Latina e que acumula números expressivos: 30 mil downloads e 8 mil clientes. “Esse foi o embrião do nosso negócio com os livros digitais”, disse Marcílio D’Amico Pousada, diretor-presidente da Livraria Saraiva, que participa do 1º Congresso Internacional do Livro Digital na tarde desta quarta-feira.

Em um mês a livraria começa a disponibilizar e-books. Em dois, os brasileiros já poderão encontrar o iPad em suas prateleiras. “Nosso objetivo é abrir uma loja relevante e contamos com a relação construída ao longo desses 95 anos com nossos clientes e fornecedores”, diz. Para montar essa livraria virtual, espelhou-se no exemplo da Barnes&Noble antes do lançamento do Nook.

A ideia de ter seu próprio leitor também povoa os planos da Saraiva, mas Pousada vai deixar a decisão para mais tarde. Por ora, pensa no novo desafio e comemora o faturamento de R$ 1 bi em 2009, os 13 mil pedidos diários e os quase 54 mil seguidores do Twitter, recorde entre as livrarias.

As editoras podem mandar os livros em PDF ou ePub. “Entendemos que é difícil e mais lento publicar em ePub e como todo mundo opera muito bem com PDF vamos receber nesse formato também”. Marcílio ainda não fala em quantidade de títulos nacionais e estrangeiros. A loja tem hoje um acervo de 2 milhões de livros impressos, CDs e DVDs. “E a gente adoraria ter 2 milhões de livros digitais também”. Como ele mesmo diz, não vai ser de hoje para amanhã que todos os livros lançados por aqui estarão disponíveis digitalmente.

Quanto ao preço, imagina que será mais barato que o livro físico. Ele está discutindo isso com as editoras porque considera que toda a cadeia deve ser respeitada. “O consumidor vai buscar conteúdo gratuito e vai querer alguma vantagem naquele negócio, mas não acredito em preços aviltantes”, diz. “A parte de software e interface é toda nossa e também cuidaremos da operação do começo ao fim”, conta. Vale lembrar que a Saraiva investe nas novas mídias desde o ano passado quando criou, em julho, o Saraiva Conteúdo, além, claro, de sua participação exemplar no twitter.
[31/03/2010 00:00:00]