Google e o caso do sumiço dos e-books
PublishNews, 21/08/2013
Google e o caso do sumiço dos e-books

Um ano após o lançamento do Kindle, a Amazon teve seu primeiro escândalo de e-books. Sem aviso prévio algum, a empresa deletou cópias do livro 1984 dos aparelhos Kindle, reiterando de certa forma a visão distópica do futuro de George Orwell.

Quatro anos depois, o Google se encontra envolvido em um escândalo similar. Um blogueiro de tecnologia conhecido viu sua biblioteca inteira de 40 e-books ser apagada e se tornar inacessível após o aplicativo Google Play Books fazer uma atualização automática.

Dado que os contratos de publicação de e-books são quase idênticos aos dos livros tradicionais, nenhum desses dois casos deveria nos surpreender. No caso da Amazon, uma editora não autorizada conseguiu colocar o título de George Orwell à venda. Em todo caso, a maneira como a Amazon tirou o conteúdo sem avisar foi sem dúvida um caso de atendimento ao cliente bagunçado. Já o caso do Google não é tão simples e merece uma discussão aprofundada.

O que aconteceu foi que o aparelho estava em uma localização ainda sem suporte da Google Play Books (Cingapura). Quando o aparelho tentou refazer o download, o Digital Rights Management (DRM) interpretou que ele estava tentando fazer download ilegal de conteúdo em uma região não coberta e impediu o acesso. O que nos traz a pergunta – em um mundo de conteúdo digital, o que são regiões? É a região onde o consumidor compra o conteúdo? Ou a região onde seu cartão de crédito está registrado? Ou a nacionalidade do aparelho? Qualquer que seja a definição, provavelmente alguém sairá insatisfeito.

Talvez esteja na hora dos editores questionarem a definição tradicional de direitos por regiões como um todo. Senão teremos o Big Brother queimando digitalmente nossos e-books.

Adoraria saber a opinião de vocês. Mandem e-mail para greg@hondana.com.br

[20/08/2013 21:00:00]