Quando a Ediouro lançou o “livrão” Felipe Neto (Coquetel) formou-se uma grande polêmica entre editores e livreiros. Afinal, o produto, que tem formato de revista e mistura uma espécie de biografia com atividades e passatempos, ganhou ISBN e foi vendido como se livro fosse. O sucesso foi certo. Desde o seu lançamento, em setembro de 2017, e até o fechamento do ano, o livro vendeu mais de 110 mil cópias, pela apuração do PublishNews. O volume de vendas que lhe garantiu o Prêmio Avena PublishNews na categoria Infantojuvenil. Agora, a Ediouro ataca novamente. Colocou nas bancas, livrarias – e onde mais está sendo possível – o “livrão” da dupla Neagle, aquela formada por Eagle Trindade e Neox, ambos brasileiros que moram nos EUA. Os garotos de 19 anos já tinham lançado, pela Astral Cultural, um livro que também frequentou as listas dos mais vendidos no ano passado e fechou 2017 com quase 25 mil exemplares vendidos. O “livrão”, intitulado Neagle – a dupla que é outro nível e publicado selo Pixel, acaba de estrear na Lista e chega fazendo barulho. Ocupa a segunda posição do Ranking Geral, com 6.014 unidades vendidas. São apenas 675 exemplares a menos do que o primeiro colocado, Mais escuro (Intrínseca), livro da série Grey, derivada de 50 tons de cinza. Completando o pódio, Felipe Neto que teve mais 4.047 exemplares vendidos. A semana dá as boas-vindas para mais uma livraria que passa a fazer parte do rol de varejistas que informam seus números para a Lista do PublishNews. É a Blooks, que tem três livrarias, duas no Rio de Janeiro e uma em São Paulo. Clique no Leia Mais e veja outros destaques da Lista dessa semana.

A Casa Educação realiza, nos dias 19, 21, 26 e 28 de março, o curso de Formação do Editor de HQ. O curso, oferecido no formato online e ao vivo, que permite a interação dos alunos com professores via chat em tempo real, será ministrado pelo gerente de conteúdo da JBC, Cassius Medauar, e pelo sócio fundador da Balão Editorial, Guilherme Kroll. O curso pretende capacitar o profissional da área editorial a trabalhar com a edição de quadrinhos e irá abordar todo o processo de produção, desde um breve panorama do mercado de quadrinhos no Brasil até as particularidades da produção gráfica do HQ. O curso terá 12h de aulas e acontece as terças e quintas, das 19h às 22h.

O romance Terra sonâmbula (Companhia das Letras), o primeiro de Mia Couto, serviu de inspiração para o espetáculo Os cadernos de Kindzu, montado pela premiada Companhia Amok capitaneada por Ana Teixeira e Stephane Brodt. A partir de 1º de fevereiro, a montagem passará a ocupar a Caixa Cultural de São Paulo (Praça da Sé, 111) para curta temporada até dia 18 do mesmo mês. O espetáculo conta a trajetória de Kindzu, que parte para uma viagem fugindo das atrocidades da guerra de independência de Moçambique. Ao encontrar outros fugitivos, refugiados e personagens repletos de humanidade, o jovem tem a oportunidade de vivenciar novas experiências. No Rio, onde estreou originalmente, a peça recebeu 13 indicações em importantes prêmios como o Shell (Melhor Direção, Melhor Ator - para Thiago Catarino - e Melhor Música. As sessões acontecem de quinta a domingo, sempre às 19h15, com entrada franca (ingressos distribuídos a partir das 9h do dia da apresentação).

Está em cartaz, em São Paulo, o espetáculo Nomes para furacões, do Grupo Pandora de Teatro, inspirada na obra Estranhos à nossa porta, de Zygmunt Bauman. Publicado pela editora Zahar, o livro discute a crise dos refugiados, as origens e o impacto desse fenômeno histórico, dissecando o pavor provocado pelas migrações e o processo de desumanização dos recém-chegados, a fim de lhes negar os direitos humanos. Seguindo essa temática, a montagem de Lucas Vitorino propõe um olhar crítico sobre as raízes da crise, ao narrar a história de Alice, que busca salvar seu pai e escapar com ele da destruição, em uma cidade devastada pela guerra. Os personagens exploram possibilidades de sobrevivência enquanto dois soldados tentam cumprir sua missão. A temporada vai até 3 de março, no Complexo Cultural Funarte (Al. Nothmann, 1058, Campos Elíseos), com sessões às sextas e aos sábados, sempre às 20h30. O ingresso custa R$ 20, com meia entrada para estudantes.

A nova exposição do Red Bull Station (Praça da Bandeira, 1374 – Centro – São Paulo /SP), em cartaz a partir do próximo dia 03, reúne obras que exaltam a importância do material impresso como veículo de circulação e preservação da história. Em Sobre Publicações, 24 artistas que passaram pelas Residências Artísticas do Red Bull Station em 2014 e 2015 apresentam pôsteres, livros, zines, cadernos e livros-objeto, entre outras publicações, que foram resultado ou influenciaram seus trabalhos desenvolvidos durante o programa. Uma das obras que estará na exposição é o livro Memórias da Vila - Histórias de moradores da Comunidade da Serra, escrito entre 2011 e 2016 pelo artista mineiro Guilherme Cunha. Segundo ele, a publicação teve o objetivo de contribuir para a preservação do patrimônio de memórias visuais e orais, identidades culturais e trajetórias de vida dos moradores da segunda maior favela do Brasil, a Comunidade Serra, localizada em Belo Horizonte. A mostra, que tem curadoria de Paula Borghi (na foto ao lado), fica em cartaz até o dia 24 de março.

Quando se comemoram os 500 anos da reforma protestante, é lançado o livro O que pensa a fé protestante (Fonte Editorial), de Christopher Marques. A obra se propõe a realizar um estudo apurado sobre as características e funções da visão de mundo da teologia protestante de linha reformada, abordando principalmente sua relevância como um instrumento de transformação da realidade, uma vez que, para tal visão, não há como se fazer um tratamento da alma separada do corpo, mas sim do homem em sua integralidade. Para marcar o lançamento, autor bate um papo com Andrei Venturini Martins, na Casa do Saber (R. Dr. Mario Ferraz, 414, Jardim Paulistano – São Paulo / SP), na próxima segunda (29), a partir das 20h. A entrada é franca. Para mais informações e inscrições, clique aqui.

Dica para quem está passando as férias ou mora na capital paulista é a nova sala de videogames da Biblioteca de São Paulo (BSP - Avenida Cruzeiro do Sul, 2.630, Santana – São Paulo / SP). O espaço, que permanecerá aberto à população mesmo depois do período de férias escolares, abriga um acervo de 13 títulos de games. Para jogar, o usuário precisa ter a carteirinha da biblioteca. Gratuitas, elas são feitas no balcão de atendimento da biblioteca e saem imediatamente para utilização, o que significa também acesso ao empréstimo de livros.

O Espaço de Leitura, instalado no Parque da Água Branca (Rua Ministro Godói, 180, Perdizes – São Paulo / SP) recebe, neste domingo (28), a partir das 15h, mais uma edição do Sarau Supersônico. Nele, o palhaço Adão e os educadores do Espaço convidam crianças e adultos para se apresentarem no Sarau. O palco estará aberto para os participantes dizerem um poema, cantarem, dançarem, contarem uma história ou mostrarem uma habilidade diferente. Quem quiser se preparar, é só chegar mais cedo, às 14h, para fazer uma oficina com os educadores. A Feira de Troca de Livros também estará aberta para quem quiser renovar a biblioteca. Ela funciona todos os domingos, das 15h às 17h, com títulos de literatura para adultos e crianças. Só não entram nas trocas dicionários, enciclopédias e livros didáticos, religiosos e técnicos. A cada dez trocas, o participante ganha um livro de brinde.

No último ano, o Brasil viu surgir um movimento de artistas LGBT que ganhou parte do disputado espaço da cena musical. Desafiando limites de gênero e compondo músicas de enfrentamento e luta por igualdade, esse grupo de músicos está transformando o mercado fonográfico e apontando novas direções artísticas no país. Vozes Transcendentes - Os novos gêneros na música brasileira (hoo / Universo dos Livros, 160 pp, R$ 34,90) chega às lojas para dar ainda mais visibilidade aos jovens talentos que estão revolucionando a música e quebrando barreiras. Escrito pela historiadora Larissa Moreira, o livro reúne entrevistas com artistas como Liniker, Johnny Hooker, Linn da Quebrada e Assucena, mostrando que esse gênero vai muito além do sucesso de Pablo Vittar. Um evento no próximo dia 31, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (Av. Paulista, 2073 - São Paulo / SP), vai marcar o lançamento do volume. Na ocasião, acontece um show com o conjunto musical As Bahias e a Cozinha Mineira, que também concedeu entrevista para a autora. O evento acontece a partir das 19h.

Dia próximo dia 29 é o Dia Nacional da Visibilidade Trans. Nesse dia, o Instituto Brasileiro Trans de Educação (IBTE) lançará o e-book Memórias e narrativas das professoras travestis, mulheres e homens transexuais do Brasil, que vai abordar narrativas de professora trans no ambiente educacional. O volume é organizado pelas professoras e ativistas transexuais Andreia Lais Cantelli e Sayonara Nogueira, respectivamente presidente e vice-presidente do IBTE. Além dos resultados de uma pesquisa aplicada para 90 profissionais da educação transexuais em que são retratados as necessidades, angústias, êxitos e processos de violência sofrida no ambiente escolar, o livro reúne 19 memoriais e narrativas de pessoas que atuam já algum tempo na educação. Entre os professores que colaboraram para volume estão Daniela Cardozo Mourão (Unesp), Vânia Gomes (IFSP), Rebecka de França (IFRN), Luiz Fernando Prado Uchoa e Owerbyson Woff. O livro está disponível gratuitamente pelo Observatório Trans a partir do meio dia do dia 29.

Eu sozinha (Global Editora, 112 páginas, R$ 42, R$ 29,40 o e-book), obra inaugural de Marina Colasanti, é um livro de solidão. A solidão como companheira, desde o nascimento na África até o tempo presente num apartamento em Ipanema. Afasta-se da autobiografia porque não conta a história de uma vida, mas transmite a marca da solidão de uma mulher jovem que caminha só, mora só, viaja só, trabalha só, mesmo quando há ao lado a ilusão dolorosa de outras proximidades. O livro é organizado em dois planos narrativos paralelos, sendo os capítulos pares relativos a momentos presentes, enquanto os ímpares são autobiográficos. “O que desejava, através dessa estrutura, era mostrar que a solidão se constrói desde o início, estejamos ou não acompanhados, e que desde o início nos acompanha”, explica Marina.

Em 1890, o escritor britânico Lewis Carroll (1832-1898) decidiu adaptar seu livro de maior sucesso para os pequenos leitores. E, tal Alice ao beber da poção misteriosa e encolher, também Alice in Wonderland, que ele publicou com sucesso em 1865, virou The nursery Alice, livro que agora chega às livrarias brasileiras com o título A pequena Alice (Barbatana, 72 pp, R$ 40 – Trad.: Cristina Porto). Como na edição original, a versão da Barbatana chega com 20 reproduções ampliadas e coloridas das ilustrações originais de Sir John Tenniel (1820-1914), com as quais Carroll dialoga, perguntando aos pequenos leitores sobre seus minuciosos detalhes. A quarta capa de A pequena Alice traz uma grande surpresa: um QR-Code transporta os pequenos leitores (de todas as idades) para Alice in Wonderlad, a primeira adaptação cinematográfica do clássico de Carroll, realizada em 1903 pelos cineastas britânicos Cecil Hepworth (1874-1953) e Percy Stow (1876-1919).

Antoniele Fagundes é formada em filosofia e em psicologia, mas foi organizando closets de celebridades como as apresentadoras Ticiane Pinheiro, Roberto Justus e Juliana Salimeni que ficou conhecida e criou a Governess, em 2014. Ela agora reúne tudo o que aprendeu nesse tempo no livro Sua casa – Estilo de vida, organização e decoração. Um guia inspirador para montar ou reinventar seu lar e ser feliz dentro de casa (Chiado, 340 pp, R$ 65). A edição em capa dura traz ainda muitas fotos e ilustrações que prometem ajudar a cumprir as dicas dispostas no livro nos mínimos detalhes.