Na próxima quinta-feira (25), o Ubook lança oficialmente o UBX (vem de Ubook experience e não inspirado em uma das empresas de Eike Batista, que fique claro), uma plataforma de autopublicação e audiolivros. A ideia é colocar na “mesma página” o autor ou o produtor de conteúdo e o narrador, que passa a oferecer seus serviços via UBX. A cada projeto, o autor e o narrador terão que entrar em acordo em dois modelos de negócios: ou decidem que vão dividir os royalties pagos pelo Ubook na comercialização do livro ou o narrador define o seu preço e o autor paga o valor negociado. Toda a transação, incluindo o pagamento, é feito via plataforma, mas, o Ubook não é remunerado diretamente nesse momento. “O ganho é de catálogo já que o título passa a ser comercializado pela empresa. A expectativa é que o Ubook ganhe, com o UBX, 500 novos títulos até o fim do ano”, explica Anderson Santos Pinto, gerente de direitos autorais e aquisições da casa. Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra desta notícia.

Um dos destaques do fim de semana foi a coluna Painel das Letras que trouxe a notícia de que a Planeta está em negociações avançadas para comprar a Aleph. Coluna diz que executivos espanhóis estão no Brasil para conversas com a editora de Adriano Fromer. A Painel das Letras traz ainda a notícia de que a Record prepara Guerra cultural, do filósofo Eduardo Wolff, e que a Companhia das Letras prevê para abril um volume com as melhores colunas de Tati Bernardi publicadas na Folha. Já no Estadão, quem ganhou destaque foi a astrofísica brasileira Duília de Mello, que assumiu a vice-reitoria da Universidade Católica da América, em Washington. À frente do cargo, ela está resgatando o acervo do diplomata, historiador e jornalista brasileiro Manoel de Oliveira Lima (1867 – 1928) que havia sido depositado no porão da universidade. Até agora, ela já encontrou 58 mil itens entre livros raros, manuscritos, cartas, mapas e obras de arte. Clique no Leia Mais e veja outros destaques dos jornais no fim de semana.

Foi lendo a 1ª edição de Contos reunidos de Fiódor Dostoiévski, da Editora 34, que a conclusão me tomou de assalto: para ler mais e melhor é preciso de dois vetores, tempo e disposição. Simples e sem qualquer fórmula. A humanidade precisa de tempo e disposição para melhorar e aumentar o volume de leitura. Como, então, hoje, no avançar do novo milênio propagar a leitura literária e qualificada diante do volume de outras leituras e possibilidades? Sim, como falei, não há fórmulas, não tem como. Mas se temos tempo e disposição como determinantes, portanto, reduzindo, por exemplo, a carga horária de trabalho, que no Brasil é um absurdo de 44 horas – e com a “pejotização” do trabalhador tende a piorar, afinal estarão asfixiadas as horas extras e os descansos remunerados –, seria por si um dado a ser levado em conta quando se fala em aumento qualificado da leitura. Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra deste artigo.

A Almedina, editora especializada na publicação de livros jurídicos, busca representantes comerciais para atuarem nas regiões de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba e Porto Alegre. Os profissionais selecionados serão responsáveis por desenvolver atividades comerciais junto às livrarias, universidades e instituições jurídicas em determinadas regiões. Também desenvolverão novos clientes, participarão de eventos e feiras de livros. A editora pede experiência no ramo, boa capacidade de gestão de clientes, dinamismo organização e pró-atividade. Interessados devem enviar currículo aos cuidados de Ricardo Fernandes para o e-mail rfernandes@almedina.com.br.

Em cartaz nos cinemas, O destino de uma nação mostra como a Grã-Bretanha, capitaneada pelo primeiro-ministro Winston Churchill, resistiu à pressão que vinha sofrendo para fazer um acordo com a Alemanha de Hitler. Querendo pegar carona no sucesso do filme, a LVM, editora voltada à publicação de obras de ideias liberais capitaneada pelo economista Helio Beltrão, prepara Churchill e a ciência por trás dos discursos. O livro é escrito por Ricardo Sondermann, professor gaúcho que, em 2014, se viu no centro de uma polêmica ao compartilhar, segundo ele, sem ler, no seu Facebook um manifesto escrito somente “para homens lerem” e que continha frases como “não vamos mudar, nem por você, portanto, conforme-se ou vire lésbica”. O livro, em cuja capa traz a icônica fotografia do primeiro-ministro fumando um charuto enquanto segura uma submetralhadora Tommy, faz uma análise da retórica e da persuasão de Churchill a partir de 12 discursos do estadista britânico. O livro deve chegar às livrarias até o fim de janeiro.

Em sua coluna no PublishNews, Camila Cabete (na foto ao lado) bate sempre numa tecla: “não é porque é digital, que é automático”. A livreira digital defende que um produto digital editorial precisa de edição, design, marketing, vendas, logística etc... Por isso, ela criou o curso de Gestão de Produtos Digitais e Editoriais que será coordenado por ela na LabPub. Com 28 horas / aula no formato EaD ao vivo, dividido em cinco módulos, o curso abordará os seguintes temas: organização e introdução ao mercado digital, e-Pub, comercialização e distribuição, selfpublishing e audiolivros e terá como professores, além de Camila, Antônio Hermida, Beatriz Simonini, Bruno Mendes, Cristiane Gomes, Felipe Sali e Ricardo Camps. As aulas começam no dia 6 de março e acontecem sempre às terças e quintas, das 19h às 21h10. Inscrições feita até hoje têm desconto e saem por R$ 1.190.

A Associação dos Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil (AEILIJ) acaba de lançar a quarta edição do seu anuário. O documento, que pode ser consultado gratuitamente clicando aqui, reúne os livros lançados por seus associados ao longo do ano passado e traz ainda entrevistas com Wander Soares, presidente da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) e com Alex Gomes, que preside a AEILIJ. As ilustrações desta edição, incluindo a da capa, foram criadas por Jô Oliveira.

A Estante Virtual preparou uma lista que celebra nomes da literatura que se destacaram em 2017 — seja por lançamentos recentes ou pelo conjunto da obra. A Autora Homenageada pela curadoria da Estante Virtual é nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie (na foto ao lado). Conhecida pelo seu lema “Todos devemos ser feministas”, a escritora é uma das vozes mais importantes da atualidade. A categoria Jovem Escritor foi ocupada pela indiana Rupi Kaur, de Outros jeitos de usar a boca (Planeta). Margaret Atwood foi eleita a autora de Vanguarda do ano, enquanto que Stephen King foi o vencedor da categoria Ficção. Já a categoria Não-Ficção ficou com Rita Lee pela sua autobiografia. Carolina Maria de Jesus foi a homenageada na categoria Literatura Nacional. Elisa Lucinda (Alma Poética) e Flávio Augusto (Negócios) completam a lista do Estante Virtual, que pode ser acessada clicando aqui.

Como surge a individualidade? Será que ela segue o mesmo padrão em diferentes pessoas e culturas? Ou é uma construção sociocultural que não pode ser entendida fora do contexto histórico? Se assim for, o que está acontecendo agora − seus padrões estariam mudando nos dias atuais? Será que a nova tecnologia nos garante mais autonomia ou nos induz a abrir mão da liberdade de que desfrutamos? Essas são algumas das questões que Zygmunt Bauman e o pensador estoniano Rein Raud investigam no livro A individualidade numa época de incertezas (Zahar, 192 pp, R$ 59,90 – Trad.: Carlos Alberto Medeiros). À luz da sociologia, filosofia, teoria cultural e também da literatura, Bauman e Raud revisitam as ideias acerca de como a individualidade se constituiu em diversas épocas e tradições e propõem uma reflexão indispensável sobre as complexidades de ser humano no mundo líquido moderno.

Mudbound: lágrimas sobre o Mississippi (Arqueiro / Sextante, 272 pp, R$ 39,90 - Trad.: Marcelo Mendes), romance de Hillary Jordan, leva o leitor para um mergulho nas contradições do Mississippi pós-Segunda Guerra Mundial. Ao descobrir que o marido, Henry, acaba de comprar uma fazenda de algodão no Sul dos EUA, Laura McAllan, uma típica mulher da cidade, compreende que nunca mais será feliz. Apesar disso, ela se esforça para criar as filhas num lugar inóspito, sob os olhos vigilantes e cruéis de seu sogro. Enquanto os McAllans lutam para fazer prosperar uma terra infértil, dois bravos e condecorados soldados retornam do front e alteram para sempre a dinâmica não só da fazenda, mas da própria cidade. Jamie, o jovem e sedutor irmão de Henry, faz Laura de repente renascer para a vida, enquanto Ronsel, filho dos arrendatários negros que trabalham para Henry, demonstra uma altivez que não será aceita facilmente pelos brancos da região. O livro ganhou adaptação para o cinema pelas mãos de Dee Rees e Virgil Williams e com Carey Mulligan, Garrett Hedlund, Jason Clarke, Jason Mitchell e Mary J. Blige no elenco.

A Intrínseca trouxe para o Brasil o livro Me chame pelo seu nome (Intrínseca 288 pp, R$ 39,90 - Trad.: Alessandra Esteche), que deu origem ao filme de mesmo nome dirigido por Luca Guadagnino, que tem cumprido uma exitosa carreira em festivais e é um forte candidato ao Oscar. Nele, o egípcio André Aciman conta a história de Elio, que passa os verões em uma casa instalada num paraíso na costa italiana. Filho de um importante professor universitário, o jovem está bastante acostumado à rotina de, a cada verão, hospedar por seis semanas na vila da família um novo escritor que, em troca da boa acolhida, ajuda seu pai com correspondências e papeladas. Uma cobiçada residência literária que já atraiu muitos nomes, mas nenhum deles como Oliver. Elio imediatamente, e sem perceber, se encanta pelo americano de 24 anos, espontâneo e atraente, que aproveita a temporada para trabalhar em seu manuscrito sobre Heráclito e, sobretudo, desfrutar do verão mediterrâneo. Da antipatia impaciente que parece atravessar o convívio inicial dos dois surge uma paixão que só aumenta à medida que o instável e desconhecido terreno que os separa vai sendo vencido. Uma experiência inesquecível, que os marcará para o resto da vida.

O protagonista de O espirito dos meus pais continua a subir na chuva (Todavia, 160 pp, R$ 44,90 – Trad.: Gustavo Pacheco), romance do argentino radicado na Espanha Patricio Pron, é um escritor jovem que retorna à Argentina porque seu pai, um jornalista, está morrendo. O retorno à cidade pequena no pampa se mostra intenso: lembranças familiares, traumas políticos, a memória da infância em meio à angústia dos adultos diante do regime de terror instaurado pela ditadura no país durante os anos 1970. Revolvendo a biblioteca doméstica, enquanto tenta retomar o contato com a memória paterna, o protagonista se depara com uma série de recortes e mapas que dão conta do desaparecimento recente de um habitante da cidade. O mesmo homem teve uma irmã raptada e assassinada pelas forças oficiais em 1977. Começa então uma espécie de busca detetivesca.

O comissário Maigret apura o assassinato de Mrs. Clark, esposa de um rico empresário americano encontrada morta no porão de um hotel de luxo parisiense, nos arredores da Champs-Elysées. As investigações do comissário o conduzem dos inúmeros corredores do hotel Majestic aos campos do Bois de Boulogne e à ensolarada Cannes, mergulhando-o em um mundo de prostituição, drogas e chantagem. O lado sombrio da glamorosa vida dos expatriados em Paris é brilhantemente recriado em Os porões do Majestic (Companhia das Letras, R$ 34,90 – Trad.: Eduardo Brandao), romance do belga Georges Simenon, que ganha sua primeira tradução no Brasil.

Laureado com o Nobel de Literatura de 1981, o escritor búlgaro Elias Canetti decidiu, pouco antes de sua morte, em 1994, que confiaria à Biblioteca de Zurique seus textos ainda inéditos – e pediu que não fossem liberados antes de 2024. Entretanto, com intuito de comemorar o centenário do nascimento do autor, sua filha se antecipou. E, entre os liberados precocemente, encontram-se os que compõem Sobre os escritores (José Olympio, 208pp, R$ 34,90 - Trad.: Kristin Michahelles). Por meio de aforismos, anotações, ensaios e conferências – selecionados por Penka Angelova e Peter von Matt –, Canetti trata de Proust, Shakespeare, Joyce e Kafka, entre outros, e faz da erudição um alicerce seguro para mostrar todo seu amor pela literatura.