A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), anunciou esta semana que a homenageada da sua 16ª edição será a escritora Hilda Hilst (1930-2004), poeta, ficcionista, cronista e dramaturga brasileira e considerada pela crítica especializada como uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século XX. Depois de homenagear Lima Barreto autor, cuja obra dialoga com as questões sociais e políticas de seu tempo, a escolha da vez foi por uma escritora que fez sua literatura em torno de temas como o amor, a morte, Deus, a finitude e a transcendência. Segundo Joselia Aguiar, que assina pelo segundo ano a curadoria da Festa, há muitos pontos em comum entre Lima Barreto e Hilda Hilst: “Ambos foram transgressores, cada um a seu modo e em seu tempo e se dedicaram à escrita de modo tal que ultrapassaram o limite do que era esperado de cada um: ele como autor negro de baixa renda, ela como mulher livre numa sociedade que não estava acostumada a isso". A Flip 2018 acontece de 25 a 29 de julho. Clique no Leia Mais para saber outros motivos para a escolha da nova homenageada.

Este ano, o Círculo Hilda Hilst comemora 15 anos de sua primeira edição, resgatando a memória do evento e acolhendo novos artistas, numa programação diversa e gratuita em homenagem à escritora. O Círculo deste ano começa nesta quinta (7) e segue até sábado (9) com uma programação diversa e gratuita com exposição, leituras, performances, show, seminário e outras intervenções. Com curadoria de Juarez Guimarães Dias, Janine Avelar e Gabriel Castro Cavalcante, a iniciativa conta com o apoio do Instituto Hilda Hilst, mantenedor da memória e dos direitos da autora, e participação de artistas e pesquisadores de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Dourados. Durante três dias, em cinco espaços culturais da cidade, uma equipe de 32 artistas e produtores se unirá para realizar o Círculo de Atividades Integradas Hilda Hilst, uma grande exposição da vida e obra da escritora. A programação completa pode ser acessada clicando aqui.

Em 2017, um número saltou aos olhos no anúncio dos nomes que concorriam ao Prêmio Jabuti: sete dos 10 livros finalistas na categoria Romance eram de apenas uma editora. Nos anos 2000, até onde consegui levantar os dados, nunca houve tal concentração. É importante lembrar que a categoria Romance é uma das mais relevantes do prêmio, talvez aquela em que o resultado tenha maior influência no resultado comercial das obras. Não tenho nada a dizer sobre os finalistas. Nada me faz supor que houve pressão, manipulação ou má fé dos jurados, muito menos da curadoria. Nada mesmo. Meu ponto é outro. A questão é estrutural. O Jabuti é um prêmio do mercado, organizado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL). Formalmente, a CBL é uma defensora da bibliodiversidade do mercado editorial. O Jabuti não conta, no entanto, com nenhum critério que favoreça a bibliodiversidade na disputa. Se ela aparece em algumas categorias, isso se deve ao esforço hercúleo feito pelos editores independentes, que têm de enfrentar falta de recursos para entrar na disputa e a força do marketing das editoras maiores. Sim, porque disputar o Jabuti é caro e incerto. Uma das regras mais injustas do Jabuti é o preço da inscrição por obra, que varia de R$ 285 a R$ 430. Fora esse custo, há o investimento dos cinco exemplares destinados aos jurados e o frete de enviá-los. Não apenas isso, ele pode ficar menor para as grandes. Há, portanto, um "viés de entrada" para os títulos das grandes e uma barreira que limita a equidade para as pequenas. Essa é uma regra perversa. Em vez de incentivar a bibliodiversidade, ela a reprime. Ela estimula a concentração do prêmio. E a concentração do prêmio tem consequências no debate de ideias e formas na sociedade, uma vez que apenas as editoras com forte poder econômico podem inscrever tantas obras e acabam referendadas pelo prêmio, que de fato é o mais tradicional do país. Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra deste artigo.

Quando Stephen Hawking escreveu O universo numa casca de noz, ele mostrou aos leitores o microcosmo quântico e o macrocosmo universal, além das várias e extraordinárias leis que regem o cosmos e são debatidas hoje. Ele só esqueceu de mencionar no livro o universo editorial, que pode juntar, num mesmo tempo e espaço, globais, famosos e os profissionais do mercado de livros. Há quem diga que o mercado de livros se profissionalizou de uns anos pra cá. Há quem diga que ficou muito amador. E no meio desse debate, sobre o macrocosmo da profissionalização e dos números, há um microcosmo que une os profissionais do mercado. A explicação pra isso não é quântica, nem imaginária. É real. No último dia 27 de novembro, no Teatro Porto Seguro, em São Paulo, aconteceu a noite de lançamento da biografia do Jô Soares. O palco do teatro foi pequeno pro Jô que dominou o espaço com uma simplicidade absurda. Ele dividiu o palco com Matinas Suzuki, mas o sentimento que ficou é que estávamos todos com ele no palco, como quando lemos um livro e nos identificamos com algum personagem. Nessa casca de noz que vivemos, o livro é um universo de possibilidades, é um meio de juntar as pessoas mais inusitadas: atores e atrizes, editores e livreiros, divulgadores e comerciais, clubes de assinatura de livros e associados, protagonistas e coadjuvantes. Ah, mas as pessoas estavam ali pra ver o Jô! Pode ser, mas a diversidade de profissionais presentes era pelo livro. Hawking, Jô Soares, você e eu somos todos protagonistas desse universo que se forma ao redor do livro.

A Academia Brasileira de Letras (ABL) vai eleger nesta quinta-feira (7), sua diretoria para o ano de 2018, em sessão ordinária, com início às 16h, no Petit Trianon (Av. Presidente Wilson, 203 – Rio de Janeiro / RJ). Atualmente a chapa é constituída por Marco Lucchesi (presidente); Alberto da Costa e Silva (secretário-geral); Ana Maria Machado (primeira-secretária); Merval Pereira (segundo-secretário) e Edmar Bacha (tesoureiro). A votação será para cada cargo, separadamente, e estarão eleitos os acadêmicos que alcançarem a maioria dos votos. Tal como na eleição para a admissão de novos membros, prevê-se a possibilidade da realização de até quatro escrutínios, se algum dos candidatos não atingir a maioria estabelecida. A posse está marcada para o próximo dia 14, às 17h, também no Petit Trianon.

Vai ao ar nesta quarta-feira (6) a 27ª edição do programa Epígrafes, talk show de internet idealizado pelo escritor e comunicador Ricardo Mituti. O entrevistado da vez é o livreiro, editor, agitador cultural e empresário José Luiz Tahan, proprietário da livraria e editora Realejo Livros, de Santos (SP) e também colunista do PublishNews. Na pauta da conversa estão temas como resistência e persistência – sobretudo dos profissionais que militam na indústria nacional do livro. “O livro já deu todas as mostras de força, de ser perene, e disso não há mais dúvida”, diz. A entrevista baseou-se em uma epígrafe extraída do livro Cidadela, do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, autor do clássico O Pequeno Príncipe: É quando resistes que conheces o que te move. O programa vai ao ar a partir das 19h, no canal do Ricardo Mituti.

A última edição do ano do #ClubedoLivroBH está marcada para este sábado (9), das 15 às 18 horas. No 19º encontro, o tema escolhido pelos próprios participantes foi o gênero Fantasia. Na programação, além do bate-papo sobre livros, haverá também vários sorteios de brindes. O #ClubedoLivroBH conta com a parceria das editoras Companhia das Letras, Arqueiro, Gutemberg, Aleph, HarperCollins Brasil e Valentina, além o apoio da Prefeitura de Belo Horizonte, e será realizado no Centro de Referência da Juventude (CRJ) (Rua Guaicurus, 50, Centro – Belo Horizonte / MG). A entrada é gratuita, mas está sujeita à lotação.

Em 2017, os organizadores do Salão Internacional de Humor de Piracicaba apresentaram uma novidade. Pela primeira vez eles realizaram, em setembro passado, a Feira do Livro de Humor e Quadrinhos, que reuniu editoras, distribuidoras e livrarias especializadas nesse segmento. Mauricio de Sousa foi o patrono do evento. Passada a Feira, o Instituto Arcor e a Hyundai Motor Brasil, que foram os patrocinadores da Feira, se uniram e compraram 210 exemplares do livro Mauricio, a história que não está no gibi (Sextante), a biografia do homenageado, que foram distribuídos para as escolas da Rede Municipal de Ensino de Piracicaba. A ação deve beneficiar 34.658 alunos.

Best-seller do The New York Times e premiado com as medalhas Newberry (EUA) e Carnegie (Reino Unido), o romance O livro do cemitério (Rocco, 192 pp, R$ 44,90 – Trad.: Ryta Vinagre), do cultuado escritor Neil Gaiman, ganha versão em quadrinhos adaptada por P. Craig Russell, parceiro de Gaiman em diversos livros, incluindo a versão em HQ de outro clássico do autor, Coraline. O livro é o primeiro de dois volumes que acompanham a trajetória de Ninguém Owens, ou Nin, um garoto como outro qualquer, exceto pelo fato de morar em um cemitério e ser criado por fantasmas. Cada capítulo nesta adaptação de Russell acompanha dois anos da vida do menino e é ilustrado por um artista diferente, apresentando uma variedade fascinante de estilos que dão ainda mais vida à atmosfera ao mesmo tempo afetuosa e sombria da história.

Início do século 19. No céu, Mefistófeles e Deus fazem uma aposta pela alma de Henrique Fausto, um sábio alemão que tem como maior ambição a obtenção de todos o conhecimento, motivo pelo qual iniciou estudos sobre a magia. O demônio alega que pode corromper a alma do homem, que se tornou o humano favorito de Deus, e, para prová-lo, se aproxima de Fausto e firma um acordo com ele: todos os desejos de Fausto serão realizados por Mefistófeles e, em troca, o sábio servirá ao senhor do inferno após sua morte. O primeiro pedido de Fausto a Mefistófeles acontece quando conhece e passa a desejar ardentemente a bela Margarida. Fausto quer a moça, mas a tarefa se mostrará de difícil realização para o senhor do submundo, já que Margarida é uma jovem de alma e coração puros. Assim têm início as experiências esotéricas de Fausto (Peirópolis, 96 pp, R$ 45) e uma trama que reflete a mentalidade do homem moderno, sua busca por tocar o eterno e compreender o universo que o cerca. A obra escrita por Goethe e publicada pela Peirópolis, dentro da coleção Clássicos em HQ, é uma adaptação em quadrinhos produzida pelo roteirista Leonardo Santana, com ilustração de Rom Freire e colorida por Dinei Ribeiro.

A Melhoramentos lançou esta semana uma coleção com todos os livros do ABZ do Ziraldo (832 pp, R$ 520). Para Ziraldo, as letras são coisas vivas, com nome e biografia. Foi assim que sua mãe, dona Zizi, apresentou o alfabeto ao filho ainda menino: para cada letra, uma história. Nos 26 livros da coleção, as letras viram personagens e vivem aventuras. Ziraldo brinca com suas formas, seus sons e alterna prosa e poesia, em diferentes gêneros, a cada título, e cada um foi ilustrado com uma técnica variada: aquarela, colagem, desenho à mão livre, diferentes recursos de ilustração em computador e fontes tipográficas especiais. O autor ainda faz referência a grandes autores e artistas, incentivando em seus leitores ao amor pela literatura e pelas artes em geral. A nova coleção vem em formato ampliado, com textos e imagens cuidadosamente revistos por Ziraldo.

O cenário é o Rio de Janeiro na época do Império. Nas ruas, um garoto negro passa os dias anunciando sonhos – os doces de pão e recheio que sua madrasta faz para vender. Sua gagueira chama a atenção dos clientes, que acham graça. Mais tarde, esse menino se tornaria aquele que é conhecido como o maior escritor brasileiro: Machado de Assis. Em O menino que vendia sonhos (Escrita Fina, 24 pp, R$ 33,90), Alexandre Azevedo recria em versos essa passagem curiosa da vida do escritor carioca, conhecido como O Bruxo do Cosme Velho. As ilustrações de Rubem Filho retratam com riqueza de detalhes o burburinho nas ruas da então capital do país, com seu frenesi de gentes, charretes e comércio, tudo ladeado pelo inconfundível casario colonial. Cenário e algaravia, aliás, que marcam profundamente a produção literária de Machado.

Os sábados são como um grande balão vermelho (V&R Editoras, 48 pp, R$ 34,90 - Trad.: Fabrício Valério) é a primeira obra do celebrado cartunista argentino Ricardo Sirim, mais conhecido como Liniers. O livro acompanha as aventuras das filhas do autor, Clementina e Matilda, em um dia de chuva. Na história em quadrinhos, a pequena Clementina está com medo de sair para brincar, mas sua irmã irá lhe mostras as muitas brincadeiras que podem ser feitas em dias sem sol. As descobertas são inesquecíveis. Para 2018, a editora tem programada a publicação de Escrito e desenhado por Enriqueta, obra protagonizada por Enriqueta, uma das mais conhecidas personagens do artista argentino.

Em parceria com a Mauricio de Sousa Produções, a Editora Ave-Maria lançou um box especial em edição limitada. Na Coleção Bíblica –Turma da Mônica (240 pp, R$ 99) os personagens da trupe mostram ao leitor um jeito muito divertido de aprender sobre Deus. A coleção traz os livros: Minha primeira Bíblia com a Turma da Mônica e Os milagres de Jesus com a Turma da Mônica, nos quais a turminha encena diversas histórias bíblicas e os milagres de Jesus Cristo em um teatro. E depois de se divertir com essas histórias, os leitores encontraram muitas orações ecumênicas no Meu Livro de Orações – Turma da Mônica, que ensinam a falar com Deus em diversos momentos da vida. O box contém textos do padre Luís Erlin e ilustrações de Mauricio de Sousa.