Tramita no Congresso Nacional um Projeto de Lei (PL), o de número 49/2016, que quer obrigar livrarias a exibirem, em locais de destaque, obras literárias realizadas por autores nacionais. O projeto, de autoria do deputado Veneziano Vital do Rego (PMDB / PB), está na Comissão de Cultura e Esporte (CE) do Senado, onde acaba de receber um relatório desfavorável feito pelo senador Roberto Muniz (PP / BA). O PL prevê a destinação de 30% dos espaços de uma livraria a esse tipo de obra. O senador Muniz aponta que o projeto traz um erro na sua origem: “a premissa do projeto é a de que a produção literária nacional é preterida pelos títulos estrangeiros e precisa de incentivo por meio de uma espécie de reserva de mercado. Em nossa análise, concluímos que a premissa do projeto está equivocada. A participação dos autores nacionais no mercado de livros editados anualmente está próxima de 90%. Ademais, a demanda por livros de autores nacionais é mais elevada que a de livros estrangeiros em quase todas as categorias literárias, mesmo sendo uma concorrência com o que há de maior sucesso no mundo, os chamados best-sellers, que contam com filmes e ampla divulgação”. Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra desta nota.

Em assembleia ocorrida na manhã desta quarta-feira (22), em São Paulo, Bernardo Gurbanov foi reconduzido ao cargo de presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL) para o biênio 2018-2019. Uma única mudança na diretoria eleita em 2016: sai Gláucio Pereira, até então diretor-secretário, e entra Rui Campos (Travessa) para ocupar o mesmo cargo. Ednilson Xavier (Livraria Leitura / PE) continua sendo o vice-presidente financeiro; Samuel Seibel (Livraria da Vila / SP), diretor de comunicação e Carlos Eduardo Sanita (Distribuidora Galeria Saber e Ler / SP), o diretor institucional. Marcus Teles (Leitura / MG), Vitor Tavares (Loyola / SP) e Magda Krauss (Saber e Ler / SP) são os suplentes. No Conselho Fiscal permanecem os diretores Edson Pedroso (Livraria Paulus / SP), Nivaldo Pereira (Livraria Pedagógica Paulista / SP) e Carlos Taufik Haddad (Imprensa Oficial do Estado SP / SP). Para o novo mandato, Gurbanov elaborou um plano de metas para a entidade que congrega os livreiros brasileiros. No documento, que pode ser acessado aqui, estão previstos investimentos para colocar de pé o curso, em nível de pós-graduação, de formação de livreiros e para um estudo cujo objetivo é diagnosticar o setor livreiro no Brasil. Além disso, o documento fala em ações para o aumento da base de associados da ANL, e promoção do empreendedorismo no setor. A nova diretoria toma posse no dia 1º de janeiro de 2018.

A Intrínseca prepara para o próximo ano a obra A forma da água. Escrita por Guillermo del Toro e Daniel Kraus, o romance se passa durante a época da Guerra Fria, em Baltimore, em um centro de pesquisa aeroespacial que acaba de receber um bem precioso: um homem anfíbio capturado na Amazônia. O que se desenrola é uma angustiante história de amor entre o anfíbio e uma das zeladoras do laboratório, uma mulher muda que usa a linguagem de sinais para se comunicar com a criatura. O livro traz ilustrações do artista James Jean e mistura fantasia, fábula e romance para criar uma narrativa envolvente tanto nas páginas quanto na tela de cinema. O filme inspirado na obra que já ganhou o cobiçado Leão de Ouro de Melhor Filme no Festival Internacional de Cinema de Veneza e abriu o Festival de Cinema do Rio, será lançado no Brasil no dia 11 de janeiro de 2018. Já o livro tem publicação mundial prevista para 27 de fevereiro.

Mais de 100 convidados nacionais e internacionais estarão reunidos, em Ouro Preto e Mariana, até este domingo (26), para participar do Fórum das Letras. Norteado pelo tema Sentimento do Mundo, uma homenagem ao poeta Carlos Drummond de Andrade, além da poesia e processos criativos, estarão em pauta debates sobre o mercado editorial nacional e internacional, livros digitais, a relação entre arte e questões sociais, oficinas, performances artísticas e outras atividades. O Fórum das Letras está estruturado em diversos espaços: Literatura em Cena, #DasLetras, Ciclo Cielo de Jornalismo e Literatura, Espaço CBL, Ciclo Sesc de Debates e Fórum das Letrinhas, todos eles com características e temáticas específicas. O Espaço CBL, por exemplo, será um espaço dedicado a assuntos do mercado editorial com objetivo de difundir e valorizar o livro e a leitura. Logo mais, acontece um debate sobre o mercado editorial internacional com participação de Breno Lerner, Cristina Warth e Sandra Espilotro. Amanhã a conversa será sobre E-book e a inclusão digital, e contará com a presença de Américo Tristão Bernardes, Camila Cabete com mediação de Guiomar de Grammont. No dia 23, Luís Antonio Torelli, Fabiane Burlamaqui, Miguel Rettenmaier (Jornada de Passo Fundo), Leandro Müller (NESPE), Rogério Robalinho (Bienal de Pernambuco), Laura Abbad (Feira de Ribeirão Preto), Julio Silveira (LER - RJ) e Carlito Lima (Feira de Maceió) irão falar sobre Festas e festivais literários. E para fechar, no dia 24, o debate será sobre Prêmios Literários e contará com a presença de Luiz Armando Bagolin (Prêmio Jabuti), Fred Girauta (Prêmio Sesc de Literatura), Manuel da Costa Pinto (Prêmio Oceanos de Literatura), Antonio Carlos Sartini (Prêmio São Paulo) e Suzana Vargas (Estação das Letras). Todas as palestras acontecem às 16h30, no Anexo do Museu da Inconfidência.

Em cinco dias de evento, o Fliaraxá 2017 terminou com recorde de público. Ao todo, 25.776 pessoas passaram pelo evento e tiveram oportunidade de participar das 125 atividades oferecidas entre oficinas, teatro, Diálogos em Espiral, painéis, lançamento de livros, sessão de autógrafos, shows, sarau, e muito mais. Com o tema “Língua, Leitura e Utopia”, o festival recebeu 80 autores entre nacionais e internacionais, e teve como homenageado, o moçambicano Mia Couto. Nesta edição, o Fliaraxá trouxe ainda nomes como Pedro Cardoso, Fernanda Takai, Bruna Lombardi, Valéria Vieira e Cláudio Prado. E metade dos visitantes do evento nesse ano foram crianças e jovens, que puderam se divertir com uma programação exclusiva. A obra mais vendida durante o VI Fliaraxá, na Livraria Blooks, livraria oficial do evento, foi Felipe Neto (Coquetel / Ediouro). Em segundo lugar ficou O cabelo da menina (Sesi-SP Editora), de Fernanda Takai, e em terceiro Amanhã hoje é ontem (Ramalhete), de Daniella Zupo. A quarta posição ficou com Diário de um Banana 12 - apertem os cintos (V&R), a quinta com Mulheres de cinzas - As areias do imperador 1 (Companhia das Letras), de Mia Couto; e a sexta com Crer ou Não Crer - Uma conversa sem rodeios entre um Historiador Ateu e um Padre Católico (Ed.Planeta).

A Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL) divulgou o balanço de público e de vendas da 63ª Feira do Livro de Porto Alegre que acabou no último domingo. Em relação ao último ano, houve uma queda nas vendas de 14%. E com enfoque na diversidade étnica e de orientação sexual, 19.168 pessoas participaram dos 331 eventos que contaram com 665 palestrantes, convidados e mediadores. No último ano, o público contemplado foi de um pouco mais de 17 mil. A 63ª edição da feira contou ainda com 91 expositores na Área Geral, 13 na Área Infantil e Juvenil, e cinco na Área Internacional – além do estande da região homenageada, formada pelos Países Nórdicos, e teve 739 sessões de autógrafos, entre obras individuais e coletivas. O evento teve também uma área total de 7 mil m², sendo 5 mil m² de área coberta. Já na área Infantil e Juvenil, participaram dos encontros com autores, 331 turmas de escolas de 23 municípios gaúchos e dois de Santa Catarina, com um total de 9.015 alunos, sem contar o público espontâneo, mas por conta de diversos fatores, entre eles a diminuição da verba, houve queda de 22% na participação dos alunos nesses encontros.

A Editora Kapulana celebra, logo mais, o lançamento da nova edição de Nós matamos o Cão Tinhoso! (1964), de Luís Bernardo Honwana, clássico da literatura moçambicana e símbolo da independência de Moçambique da colonização portuguesa. O texto original foi revisto e atualizado pelo próprio autor, e acrescido de um conto nunca antes publicado em livro. A obra é considerada um clássico da literatura africana não apenas por inovar a linguagem, inaugurando a moderna literatura moçambicana, mas também por ser metáfora do enfrentamento ao autoritarismo e opressão impostos pela colonização portuguesa. O volume é composto por oito contos que expressam de forma emocionante a realidade sufocante dos trabalhadores moçambicanos e suas famílias na era colonial. O evento começa às 19h no Centro Cultural Tapera Taperá (Av. São Luís, 187, Loja 27 – São Paulo / SP).

Logo mais, às 19h, como parte do projeto Literatura no Terraço, a Biblioteca Mário de Andrade (Rua da Consolação, 94 – São Paulo / SP) realiza um bate-papo com o autor islandês Einar Már Gudmundsson e seu tradutor, Luciano Dutra, também editor da Sagarana Forlag, que traduziu, entre outros, Valter Hugo Mãe e Vitor Ramil, e publicou na Islândia o autor norueguês Karl Ove Knausgård. Ganhador do Prêmio Nórdico de Literatura, Einar Már Gudmundsson é considerado um dos maiores escritores da Islândia. Radical e inovador, o autor explora a tradição da literatura de seu país, conhecida pelas sagas, e as enlaça com elementos estrangeiros e da cultura pop em seus romances. Romancista e poeta, Einar estreou na literatura em 1980 com um volume de poemas e, desde então, publicou mais de vinte obras. No Brasil, publicou o romance Anjos do Universo (Editora Hedra).

Em parceria com a The Gift Box, clube de assinatura que vende produtos relacionados a livros e séries, a Record irá trazer para o Brasil no próximo mês, a escritora Brittainy C. Cherry. Autora de livros como O silêncio das águas e a antologia ABC do amor, Brittainy, que já esteve no Brasil em 2015, irá lançar o último livro da série Elementos, A força que nos atrai. A agenda começa no dia 7 de dezembro, às 18h30, na Livraria Curitiba do ParkShopping Barigui (Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 600, Mossunguê - Curitiba / PR). De lá, a autora segue para São Paulo, onde encontrará com os leitores no Hotel Meliã Ibirapuera (Av. Ibirapuera, 2534 - Moema), às 14h, no dia 9. E no dia seguinte (10), ela estará no Rio de Janeiro, no Hotel Brisa Barra (Av. Lúcio Costa, 5700 - Barra da Tijuca), também às 14h. Nos EUA, Brittainy publica suas obras de maneira independente há 16 anos.

As cabeças trocadas (Companhia das Letras, 120 pp, R$ 49,90 – Trad.: Herbert Caro) é um ponto distinto — sob vários aspectos — no conjunto da obra de Thomas Mann. Nesta novela de 1940, publicada em Estocolmo, o autor alemão embrenha-se por terras indianas e reverencia a tradição védica para criar o triângulo amoroso entre Sita, “a das belas cadeiras”, Shridaman, descendente de uma estirpe de brâmanes, e Nanda, vigoroso ferreiro e pastor de gado. Sita se casa com Shridaman, mas se deixa encantar pelos atributos físicos de Nanda — na verdade, os dois amigos íntimos têm qualidades que, para ela, se complementam idealmente. Ao se aproximar da filosofia oriental, Mann experimenta temperos narrativos como o erotismo, a profanação e a mitologia. Por outro lado, não abre mão de elementos caros à sua prosa: a questão da identidade e o embate entre instinto e razão. Despretensiosa em sua origem, trágica e cômica a um só tempo, As cabeças trocadas alcança alto grau de refinamento pela voz de um narrador que gosta de pôr à prova a “força espiritual do auditório”.

Em uma terra decadente coberta por uma poeira radioativa e devastada por uma guerra atômica, Rick Deckard é um caçador de recompensas. Para melhorar seu precário padrão de vida, Deckard sonha sem substituir sua ovelha de estimação elétrica por um animal verdadeiro – um sonho de consumo que vai além de sua condição financeira. Ele vê a chance de realizar esse desejo ao ser chamado para um novo trabalho: perseguir e aposentar seis androides que assassinaram seus mestres e estão refugiados. Mas as convicções de Deckard podem mudar quando ele percebe que a linha que separa o real e o fabricado não é mais tão nítida quanto acreditava. Blade Runner - Androides sonham com ovelhas elétricas? (Aleph, 336 pp, R$ 79,90 – Trad.: Ronaldo Bressane), de Philip K. Dick, retrata uma atmosfera sombria e perturbadora e aborda questões filosóficas profundas sobre a natureza da vida, da religião, da tecnologia e da própria condição humana. A edição especial de 50 anos do clássico que inspirou o filme de mesmo nome tem acabamento em capa dura e ilustrações exclusivas.

A aventura de Amy Gumm em Oz não acabou. Para fazer de Oz uma terra livre novamente, Amy precisa remover o coração do homem de lata, roubar o cérebro do espantalho e tomar a coragem do leão. E aí Dorothy morreria. Mas, em A ascensão do mal (Rocco, 240 pp, R$ 34,90 – Trad.: Cláudia Mello Belhassof), aguardada sequência da série de Danielle Paige, ela continua viva. E o passado de Oz guarda muitos segredos que Amy ainda desconhece. A série Dorothy tem que morrer é uma fantasia moderna que faz uma releitura sombria do clássico O mágico de Oz. No segundo livro da série, Amy Gumm é resgatada da Cidade das Esmeraldas e no caminho para a Cidade do Arco-Íris, a garota do Kansas voltara a ficar diante do seu amado Nox. Juntos, eles pretendem convencer Policroma a lutar contra Dorothy e seus aliados.

Philip Pullman ficou mundialmente conhecido graças a sua série Fronteiras do universo. Agora, ele está de volta com uma nova série intitulada O livro das sombras. Apesar de ser uma nova história, os leitores e fãs de Fronteiras do universo vão reconhecer muito do mundo e dos personagens que povoam La Belle Sauvage (Suma, 434 pp, R$ 44,90 – Trad.: José Rubens Siqueira), título que abre a nova série e que acaba de chegar às livrarias. Enquanto o protagonista, Malcolm, se envolve em uma assustadora aventura para tentar salvar a pequena Lyra das garras do Magisterium, outros mistérios e vilões surgem para complementar a trama que já conhecemos tão bem. “Sempre quis contar a história de como Lyra acabou morando na Faculdade Jordan. Este livro e o próximo cobrem dois momentos da vida dela: partindo bem do início e retornando 20 anos depois. Quanto ao terceiro livro, ainda é segredo”, explicou o autor.

Reconhecido e reverenciado por diversos leitores, André Vianco é um dos mestres da ficção fantástica nacional, dono de uma elogiada obra que inclui títulos de terror, suspense e fantasia. Em Penumbra (LeYa, 256 pp, R$ 35,90), Vianco traz a história de Lana, uma menina teimosa e decidida que, quando acorda na Penumbra, um lugar misterioso, descobre que precisará deixar para trás tudo o que mais ama. Ao se recusar, ela desafiará a Penumbra e sua guardiã, a babá Osso Duro, uma mulher velha e seca, dona de um sorriso cadavérico e assustador. O que Lana não esperava era ter de se juntar à babá Osso Duro para, juntas, lutar contra as forças desse lugar sombrio. Carregado de sombra e doçura, a obra faz o leitor conhecer - muito além das aparências - duas personagens intrigantes, que travam batalhas contra a saudade e descobrem, de forma surpreendente, que alguns laços nunca poderão ser desfeitos.