Ícone da cultura de massa do Brasil, Silvio Santos ganhou, aos seus 86 anos, uma biografia escrita a quatro mãos pela editora Marcia Batista e pela publicitária Anna Medeiros lançada pela Universo dos Livros, onde Batista é editora-chefe. Nessa semana, o livro estreou na lista dos mais vendidos, ocupando a posição de número 11 da Lista de Não Ficção ao vender 698 exemplares. E o homem do baú não está sozinho. Nessa mesma lista estreou a Biografia da televisão brasileira (Matrix). Com certeza, há muitas histórias sobrepostas nestes dois títulos. A Biografia da televisão brasileira vendeu 592 cópias e ficou na 14ª posição. A Lista Geral continua encabeçada por Origem (Arqueiro / Sextante), com 6.458 exemplares vendidos. A segunda posição foi ocupada nessa semana por Diário de um banana - Apertem os cintos (V&R), que viu suas vendas dispararem e fechou a semana com 4.309 cópias vendidas. Completa o pódio Crer ou não crer (Planeta), com 4.265. Na comparação com a semana passada, a lista apresentou queda de 12% nos números gerais de vendas. Puxada pelo Diário de um banana, a Lista Infantojuvenil foi a única que apresentou crescimento (14%). Clique no Leia Mais e veja quais foram os outros estreantes da semana.

Em fevereiro passado, as Organizações Globo inauguraram um prédio de seis andares na região central do Rio de Janeiro para abrigar as redações de seus jornais e revistas. Em janeiro de 2018, quem passa a ocupar o novo endereço é a Globo Livros, que por enquanto está na sede da empresa em São Paulo. Segundo informou Mauro Palermo, diretor da casa, na capital paulista ficará uma das equipes do departamento comercial e todos os demais setores da empresa seguem para o Rio. A transferência integra as estratégias da empresa de otimizar os processos de produção e distribuição de seus livros, já que estando no Rio, a editora passa a ficar mais próxima do parque gráfico e dos depósitos do grupo que ficam em Duque de Caxias. Palermo salienta que não haverá qualquer mudança na estrutura organizacional da Globo Livros.

A Feira do Livro de Frankfurt e o Ministério da Educação, Cultura e Esportes da Espanha assinaram esta semana um acordo para preparar a participação da Espanha como convidada de honra da Feira do Livro de Frankfurt de 2021, já marcada para acontecer de 20 a 24 de outubro. Dentre os objetivos da participação espanhola em Frankfurt está a oportunidade para mostrar os desenvolvimentos e tendências da cultura do país nas últimas décadas e apresentar literatura e autores espanhóis a um público internacional. Outro objetivo é criar uma rede internacional para as indústrias criativas e culturais espanholas. "A Espanha - como muitos outros países europeus - está passando por momentos muito turbulentos, revelando tensões políticas e uma divergência de pontos de vista", disse Juergen Boos, diretor da Frankfurter Buchmesse, na assinatura do acordo. "Os trabalhadores culturais e escritores enfrentam o desafio particular de não apenas iluminar e documentar esses tempos, mas também reinterpretá-los de forma construtiva e construir pontes", completou. Já que o objetivo da Espanha é aproveitar o alcance mundial da Feira de Frankfurt, além do setor tradicional de livros, participantes de outros setores como artes visuais, cinema, televisão, rádio, música, jogos, gastronomia, etc. - também estão planejando participar. Com uma média de 80 mil novas publicações por ano, a Espanha é um dos países que produz mais livros no mundo, e de acordo com os números mais recentes da International Publishers Association, é também um dos quatro mercados europeus mais importantes, depois da Alemanha, Reino Unido e França. No próximo ano, Frankfurt terá a Geórgia como país homenageado; em 2019 será a vez da Noruega e, em 2020, a do Canadá.

Duzentas e quatorze editoras inscreveram 602 livros infantis no edital Leia para uma criança 2018. Está prevista ainda, a aquisição de até quatro milhões de exemplares, de dois títulos distintos, de prosa ou poesia, voltados a crianças de zero a cinco anos, além de até 20 mil exemplares em Braille. A seleção ocorrerá em cinco fases. Na próxima etapa será verificado se os livros inscritos atendem aos critérios estabelecidos no Edital, que são: a temática abordada na história, as características literárias do texto, a qualidade do projeto gráfico e autoria, que visa buscar diversidade e representatividade da produção nacional. Os passos seguintes serão a conferência documental, análise jurídica de direitos autorais, avaliação da comissão nacional, etapa com grupos focais e os finalistas seguirão para parecer técnico dos especialistas. A campanha Leia para uma Criança é realizada todos os anos, durante o mês de outubro, pelo banco Itaú e a Fundação Itaú Social com o objetivo de incentivar a leitura do adulto para a criança como uma oportunidade de fortalecimento dos vínculos familiares e de participação ativa na educação desde a primeira infância.

Acontece até este sábado (18), a 14ª Bienal Internacional de Poetas Paris/Val-de-Marne. E até lá, a capital francesa recebe cinco escritores mineiros durante a programação do evento literário. Nesta edição, o encontro presta homenagem aos poetas latino-americanos, com destaque especial para brasileiros e colombianos. Edimilson de Almeida Pereira (foto ao lado), Ana Martins Marques, Ana Elisa Ribeiro, Fabrício Marques e Lucas Guimaraens são os poetas que representam a poesia mineira durante o evento. A participação dos mineiros na bienal é resultado das tratativas entre a Secretaria de Estado de Cultura junto ao Ministério da Cultura da França, o Institut Français e a Embaixada da França no Brasil. Com o subtítulo de “Estado de Urgência Poética”, a bienal traz o antagonismo do mundo atual e busca na força do discurso poético a construção de diálogos com as diferentes realidades que compõem a contemporaneidade. A edição deste ano é dividida em duas vertentes: uma chamada “Viva poesia!”, que presta uma homenagem aos poetas latino-americanos ; e outra intitulada “A palavra aos jovens poetas!”, que dá voz às novas tendências da escrita, bem como aos novos territórios do poema. “Essa bienal vai fazer com que grandes editores mundiais olhem para o que é criado e produzido em Minas Gerais. É uma excelente oportunidade para os escritores mineiros de estar mais uma vez inseridos no circuito dos eventos internacionais de grande repercussão”, avalia Lucas Guimaraens, um dos curadores do evento.

Começou neste feriado (15), a sexta edição do Fliaraxá. Pela primeira vez, realizado no Tauá Grande Hotel, em meio a muita música e uma ampla feira gastronômica, o primeiro dia registrou lançamentos de livros, entre eles o da Fernanda Takai, O cabelo da menina, e um painel sobre a prática da escrita, com a presença de Mia Couto. Um vídeo com um resumo desse primeiro dia pode ser conferido clicando aqui. Para o idealizador e curador do festival, Afonso Borges, o Fliaxará é um relevante promotor da cidade, principalmente por levar, de forma gratuita, conteúdo e entretenimento aos moradores. “Nos próximos dias vocês vão me ouvir falar obrigado várias vezes”, disse, na abertura do festival, e ressaltou ainda a presença de crianças e estudantes. “É gratificante perceber que o nosso trabalho está fortalecendo uma nova geração de leitores”, completou. Hoje o festival pretende lançar um olhar sobre o futuro e as mudanças pelas quais a sociedade brasileira está passando, e terá como convidados nomes como Claudio Prado, José Luiz Peixoto, Marcia Tiburi Ana Maria Gonçalves, Cristovão Tezza e Carlos Herculano Lopes. A programação completa está no site do Fliaraxá.

Para quem não tem a chance de conferir a Feira do Livro de Porto Alegre de perto, ou até para quem quer ter uma outra visão do evento, está disponível no YouTube um tour virtual por uma perspectiva inédita. Com o vídeo produzido pela empresa Acena360, é possível ter a experiência de imersão virtual total pelas bancas da Feira e espaços de programação, como o Teatro Carlos Urbim e o QG dos Pitocos. A iniciativa reforça a aproximação da Feira do Livro de Porto Alegre com a tecnologia, que neste ano é marcada também pela estreia do Game da Feira e do Espaço do Conhecimento Petrobras, com sua extensa programação voltada à intersecção entre cultura, literatura e tecnologias. O vídeo pode ser conferido clicando aqui. A 63ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre segue até este domingo (19).

Com ilustrações da própria autora, Marina Colasanti, e projeto gráfico de Claudia Furnari, Quando a primavera chegar (Global, 112 pp, R$ 39) traz 17 contos inéditos. Um crisântemo floresce na palma da mão, um menino nasce com um olho no meio da testa, um relojoeiro fabrica um robô, um rei que precisa de um povo e uma mãe que se preocupa em como irá alimentar sua família. Tudo é surpreendente e tudo é verdadeiro no livre espaço do imaginário em que os contos deste livro acontecem. Mas não há estranhamento. Levado pela linguagem singular da autora, o leitor participa desse espaço, rumo a um encontro com suas próprias emoções. Quando a primavera chegar é um livro com histórias para todas as idades e publicado no ano em que a autora completa seus 80 anos.

Os protagonistas da mais recente publicação juvenil da Sesi-SP Editora são os dálmatas Pongo e Missis. Cachorros de estimação do Sr. E da Sra. Clemente, eles apresentam, entre outras coisas, com uma delicada ironia, o mundo humano pelos olhos de um cachorro. A história se inicia em Londres, quando eles saem em busca de seus filhotes perdidos. Lançada inicialmente em 1956, Os 101 dálmatas (224 pp, R$ 49) foi escrito por Dodie Smith e mostra os cachorros se portando como humanos, pensando, agindo e interpretando o mundo como pessoas. Repleta de símbolos e seus respectivos significados, a narrativa trata de questões na vida canina semelhantes à dos humanos, tais como companheirismo, lealdade, amizade, coragem e disciplina, permitindo ao leitor extrair diversos ensinamentos e valores da história.

Ilustrador, escritor e cartunista, o britânico Chris Riddell é um dos grandes nomes da literatura infantojuvenil, conhecido por seu estilo divertido, irônico e um tanto nonsense. Na série Otolina, ele narra as aventuras da personagem-título ao lado de seu melhor amigo, o Sr. Munroe, uma criatura um tanto difícil de definir, com cabelos compridos por todo o corpo, pés enormes e originário de um “brejo na Noruega”. Em Otolina e a raposa roxa (Galera Júnior / Record, 184 pp, R$ 49,90 – Trad.: Janaina Senna), quarto volume da franquia, a dupla resolve dar uma festa em casa e, em meio aos preparativos, conhece a intrigante Raposa Roxa. Otolina fica surpresa ao ver o animal morando ali, numa simpática lixeira bem ao lado do seu prédio. A Raposa então convida os dois a participar de um safári noturno, para mostrar onde se escondem os muitos animais que vivem na cidade. No caminho, eles encontram flamingos, suricatos, zebras e gorilas. E encontram também uma série de misteriosos poemas colados em postes de luz. Agora, além de preparar seu jantar festivo, Otolina e o Sr. Munroe também se lançarão na missão de ajudar o tal poeta secreto a consertar seu coração partido.

Enquanto os cientistas se preocupam com a expansão do universo, para Alex Petroski seu mundinho pessoal parece quase perfeito. Apesar de o pai ter morrido quando era pequeno, ele tem amigos, uma mãe em casa, um irmão em Los Angeles, sua grande paixão por foguetes e um cachorro chamado Carl Sagan - uma homenagem a seu maior herói, o astrônomo autor de Cosmos. Do alto de seus 11 anos, o menino acredita que a verdadeira felicidade está a apenas uma missão de distância: seu maior desejo é completar o trabalho do idolatrado cientista americano e enviar seu iPod dourado para o espaço, do mesmo jeito que Sagan enviou os Discos de Ouro em 1977, com sons e imagens da Terra. Vejo você no espaço (Intrínseca, 288 pp, R$ 39,90 – Trad.: Thaís Paiva), de Jack Cheng, narra a jornada de Alex desde sua ida para o Nvo México, onde tenta lançar o foguete que ele mesmo construiu, e, a partir daí, sua passagem por diversas cidades gravando tudo o que acontece pelo caminho.

Ao redor do enorme ipê-amarelo, as árvores do pomar parecem pequenininhas. Do alpendre dá para ver as pastagens, a cachoeira, o Rio Doce. Do jirau dá para ver o mundo - até a floresta Amazônica e os cangurus da Austrália. Mas o melhor de tudo são as conversas da Vovó Carolina. Prosa que revela histórias que passaram de geração a geração, atiçando as noites à beira do fogão a lenha. Assim é a vida no Sítio de Cima, onde a narradora do livro Uma história dentro da outra e Lendas do rio Doce (Zit, 80 pp, R$ 34,90) busca inspiração, cavoucando a memória que não é só sua, mas de toda uma comunidade. As lendas e causos reunidas neste novo livro dão mostras de como é forte a cultura popular erigida ao redor do Rio Doce, e de como é importante preservá-la. Munida de um texto cheio de lirismo, Geny Vilas-Novas cria um livro de grande voltagem poética, que ajuda a preservar a memória da cultura atrelada ao Rio Doce, ao mesmo tempo em que incita a imaginação e celebra a graça dos afetos.