Começa pra valer a última etapa da tramitação do Projeto de Lei (PL) 7.725 / 2017, que quer instituir a Política Nacional de Leitura e Escrita no Brasil. A matéria está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Ali, o PL receberá a relatoria da deputada Maria do Rosário (PT / RS). De autoria da senadora Fátima Bezerra (PT / RN), o PL foi proposto por José Castilho Marques Neto, em maio de 2016, quando ainda era secretário-executivo do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL). No projeto da Lei Castilho, como o PL ficou conhecido, estão estratégias que devem contribuir para a universalização do direito ao acesso ao livro, à leitura, à escrita, à literatura e às bibliotecas. Se aprovado pela CCJ, a Lei Castilho já segue para a sanção presidencial.

A Fundação Itaú Social recebe até sexta-feira (27) as inscrições para o edital Leia para uma Criança 2018. O processo estabelece um novo formato de seleção dos livros infantis que farão parte da campanha do próximo ano. Está prevista a aquisição de até quatro milhões de exemplares, de dois títulos distintos, de prosa ou poesia, voltados a crianças de zero a cinco anos, além de até 20 mil exemplares em Braille. Cada editora poderá cadastrar até três livros por selo editorial. Para se inscrever, é preciso preencher o formulário eletrônico no site do Prosas e enviar os documentos necessários. Além disso, é necessário cadastrar a editora no site de Fornecedores do Itaú Unibanco e postar os exemplares nos Correios até o dia 27. A campanha Leia para uma Criança é realizada todos os anos, durante o mês de outubro, pelo banco Itaú e a Fundação Itaú Social com o objetivo de incentivar a leitura do adulto para a criança como uma oportunidade de fortalecimento dos vínculos familiares e de participação ativa na educação desde a primeira infância. Em 2017, foram disponibilizados 3,6 milhões de exemplares dos livros O menino azul (Global), de Cecília Meireles, e Em cima daquela serra (Companhia das Letrinhas), de Eucanaã Ferraz.

O escritor e cartunista Ziraldo, pai d’O Menino Maluquinho, acaba de completar 85 anos de idade. Conhecido por gerações de leitores, o autor tem em torno de 50 títulos traduzidos para mais de 10 idiomas, sendo no Brasil, publicado pela Melhoramentos. A editora, aliás celebra também seus 37 anos de parceria com o autor, e para comemorar, programou um ano de homenagens – com um selo comemorativo criado pelo próprio Ziraldo. Além disso, o escritor será tema de todas as feiras de livros e festivais literários dos quais a editora participar, e não poderia ser diferente, já que as filas para conseguir um de seus famosos autógrafos são conhecidas assim como a disposição do escritor. Ziraldo também será o embaixador do Projeto Escola Parceira da Leitura, uma iniciativa recém-lançada pela Melhoramentos com o objetivo de ampliar o repertório literário dos estudantes e auxiliar os estabelecimentos de ensino a formar leitores competentes. A iniciativa engloba um conjunto de ações para envolver todos os atores da comunidade: alunos, professores, famílias, funcionários. A parceria entre o autor e a editora teve início em 1980, justamente com o lançamento de O Menino Maluquinho, e quase quatro décadas, Ziraldo já lançou mais de 200 obras pela Melhoramentos, entre literatura, livros de pano e de atividades, que somados, representam mais de seis milhões de exemplares.

A Editora Malê lança no próximo mês o livro Memórias de porco-espinho, do autor franco-congolês Alain Mabanckou. Vencedora do prêmio francês Renaudot, em 2006, a obra revisita, com amor e ironia, uma série de lugares fundadores da literatura e cultura africana. O livro fala sobre a lenda popular de que todo ser humano possui um lado animal, que nesta narrativa é um porco-espinho. O pequeno animal, filósofo e malicioso, executa os macabros desejos de seu mestre e realiza uma série de assassinatos. Mabanckou revela que, apesar de o romance ter sido escrito em francês, o ritmo da narrativa advém das línguas orais africanas, faladas no Congo, o que transparece na construção da história. O escritor passou sua infância na cidade costeira de Pointe-Noire, onde se formou em Letras e Filosofia e hoje, mora em Santa Monica, Califórnia, EUA onde ensina literatura francófona. Suas obras já foram traduzidas para 15 idiomas.

Marcado para acontecer de 28 de abril a 6 de maio de 2018, o Festival Literário de Poços de Caldas (Flipoços), já está a todo vapor com os preparativos da sua 13ª edição. O evento que acontecerá no Espaço Cultural da Urca pretende dialogar com diversas áreas do conhecimento como filosofia, artes, ciência, tecnologia e diversidades, tendo a literatura como pano de fundo. Para adiantar os preparativos, o Flipoços já inaugurou o novo site que vai apresentar aos poucos as novidades do que vem pela frente. O primeiro convidado confirmado é o escritor, tradutor e professor Chiu Yi Chih, nascido em Taipei (Taiwan). Desde 2009, vem ministrando cursos de taoísmo filosófico. Publicou um livro de poesias Naufrágios (Multifoco), e outro de ensaios filosóficos e poemas Metacorporeidade (Córrego).

A Amazon anunciou na tarde de ontem, o seu novo aplicativo de leitura Kindle. Entre as novidades estão: a nova aparência inspirada nos livros, novas fontes, um novo ícone de aplicativo, novos temas de fundo e melhor visibilidade da barra da pesquisa. O novo aplicativo de leitura Kindle estará disponível na App Store e Google Play, e como uma atualização gratuita a partir desta semana para clientes que já tem o aplicativo de leitura Kindle instalado.

A Boitempo está com uma vaga aberta para estagiário de produção de eventos e marketing. O candidato deve ter experiência com produção cultural, de eventos ou de obras audiovisuais; domínio da língua inglesa e cursar graduação em comunicação social, marketing ou audiovisual. Os interessados devem enviar currículo e pretensão salarial para curriculos.boitempo@gmail.com com o assunto "Vaga - estágio de eventos e marketing".

No próximo dia 30, a cidade de Barueri, na Grande São Paulo, recebe a oficina Dom Quixote entre cartas, que integra o projeto Ler é uma viagem, realizado pelo Instituto CCR. O objetivo da atividade é oferecer aos educadores a oportunidade de conhecer melhor o "espírito quixotesco", viajando pelos caminhos fantásticos da obra de Miguel de Cervantes, acompanhados da leitura em voz alta e música ao vivo, executadas por um elenco composto por arte-educador, atriz, músico e fotógrafa do Programa. Sergio Ribeiro, gestor de Comunicação e Relações Institucionais da CCR ViaOeste, explica que o projeto oferece novas técnicas incentivar os jovens à leitura: “por meio de uma abordagem lúdica diferenciada, o educador aprenderá novos recursos para motivar e criar a curiosidade e a paixão pelos livros. Este é um dos caminhos mais importantes para o desenvolvimento pessoal”. Serão duas sessões, na Biblioteca Municipal João Galdino de Oliveira (Av. Luiza Barbosa Silveira Bueno, 46 – Barueri / SP), às 9h e às 14h. Os interessados podem se inscrever gratuitamente até o dia 27, pelo telefone (11) 4194-6018.

A Casa do Saber SP apresenta sábado (28), às 12h, um ciclo de leituras preparadas por grandes nomes do teatro nacional. Nesta edição o púbico vai conferir Seis personagens à procura de um autor, de Luigi Pirandello, com a direção de Leonardo Medeiros. Escrita em 1921, a peça é uma das mais famosas do italiano Luigi Pirandello. Vencedor do Nobel de Literatura e considerado um dos nomes mais importantes do teatro no século 20, Pirandello retrata neste texto um ensaio de teatro invadido por seis personagens abandonadas por seu criador, à procura de um diretor que dê palco aos seus dramas pessoais (e universais). Esta metanarrativa de Pirandello questiona a fronteira entre certo e incerto, possível e impossível, trazendo o palco como um cenário tão real quanto o assento da plateia.

Tartarugas até lá embaixo (Intrínseca, 256 pp, R$ 34,90 – Trad.: Ana Rodrigues) acompanha a jornada de Aza Holmes, uma menina de 16 anos que decide investigar o paradeiro de um bilionário misteriosamente desaparecido – quem encontrá-lo receberá uma polpuda recompensa em dinheiro. Aza faz de tudo para agir como uma grande detetive, e para isso ela reencontra um amigo de infância, que por acaso é ninguém menos que o filho mais velho do bilionário. Paralelamente, ela precisa lidar com o próprio transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), que a prende em infinitas espirais de pensamento. Repleto de referências da vida do autor – entre elas, a tão marcada paixão pela cultura pop e o TOC, distúrbio mental que o afeta desde a infância –, Tartarugas até lá embaixo tem tudo o que fez de John Green um dos mais queridos autores contemporâneos.

Santiago, filho único, cresceu na periferia do mundo. Sofreu na adolescência, nunca conseguiu se encaixar. Odiava a discoteca, a música dos Bee Gees. Finalmente, aos 21, entendeu que as mulheres não consideram um homem que não dance. Matriculou-se no curso de dança de salão e aprendeu que o homem, uma vez na pista, se move apenas da cintura para baixo. Entre suas saídas e seu trabalho massacrante na indústria, ele se apaixona por Natércia, que estudara com ele no colégio. Ela nunca lhe dera atenção, mas agora, vendo-o conhecedor dos segredos do samba de gafieira, deixa que Santiago se aproxime. A relação dos dois, apaixonada no início, doentia no final, é o fio condutor de A jaca do cemitério é mais doce (Alfaguara, 136 pp, R$ 34,90), romance de Manoel Herzog.

Quando o aspirante a escritor Arthur Friedland levou seus filhos para assistirem ao show do grande mestre hipnotizador Lindemann, considerava-se completamente imune à hipnose e, de bom grado, se submete aos poderes do especialista. No entanto, quando este traz à tona seus desejos mais profundos e ordena-o que os realize, Arthur desaparece com as economias da família e se torna um autor místico mundialmente famoso. Enquanto isso, seus três filhos esquecidos lutam para seguir com a vida. O tímido Martin se torna um padre sem vocação; Eric, um economista à beira da ruína e Ivan, o artista da família, se revela um falsificador de quadros. No verão que antecede a crise financeira global, os três se reencontram, e as consequências serão cataclísmicas. Em F (Companhia das Letras, 264 pp, R$ 59,90 – Trad.: Sonali Bertuol), romance comovente e divertido, Daniel Kehlmann explora com ironia e engenho as implicações do acaso na vida de pessoas que batalham para sobreviver em um mundo desprovido de sentido. Farsa, fé, fraude e falsificação são apenas alguns dos possíveis significados para esta obra.

A obra A estação das sombras (Pallas, 240pp, R$ 44,90 – Trad: Celina Portocarrero), de Léonora Miano, foi premiada em 2013 com o Prix Femina na França. O romance conta a história da tribo Mulongo como protagonista do enredo sobre o tráfico negreiro e a dizimação dos povos na costa africana no século XVI. A história se desenvolve a partir de um incêndio na aldeia onde vive a tribo e os habitantes percebem que dez adolescentes e dois anciãos desapareceram sem deixar rastro. As mulheres cujos filhos não foram encontrados são temporariamente banidas para uma habitação única, para que não contaminem toda a aldeia com a sua angústia. Com o tempo fica claro que os doze homens foram capturados por uma população vizinha e vendidos como escravos. É um romance forte, emocionante e realista que se baseia em um relatório da Unesco intitulado A lembrança da captura, de 2010, que procura resgatar uma memória do tráfico transatlântico.

Mais conhecido por seus romances, Honoré de Balzac consagrou-se sobretudo pela habilidade na construção de suas narrativas. Nas curtas, como é o caso de seus contos e novelas, não tão divulgadas no Brasil, também é possível perceber todo o gênio literário do escritor francês. Balzac – Dois contos introdutórios (Sesi-SP, 80 pp, R$ 32 – Trad.: Ubiratan Machado) é uma iniciação a esse universo do autor. Os contos Uma paixão no deserto e A grande seteira exibem alguns dos elementos característicos da obra balzaquiana. O primeiro é um conto de aventura, mesmo que contenha algumas das principais características da 'gramática' balzaquiana em suas entrelinhas. A novela deixa para trás os ambientes povoados pela sociedade francesa e segue rumo ao deserto do Magreb, tudo para narrar os desdobramentos do encontro entre um soldado francês em fuga e uma pantera. Já a Grande seteira é um drama conjugal de viés psicológico, um conto que, amparado na melhor tradição do suspense e do mistério, descortina a crueldade existente não apenas nas relações humanas, mas também nas relações de poder.