Em evento realizado na tarde de ontem (9), o Itaú Social abriu oficialmente o período de inscrições para a edição de 2018 do programa Leia para uma criança, que em 2017 comprou 3,6 milhões de exemplares. Com o auditório da Biblioteca Parque Villa-Lobos lotado pelos profissionais do livro, a organização apresentou as principais mudanças dessa edição. Entre elas está o novo formato de seleção, que ampliará a participação das pessoas responsáveis por essa etapa do processo. Sobre os critérios de elegibilidade, outra novidade: cada editora só poderá cadastrar três títulos por selo editorial. Foi frisada a importância de cada editora escolher com cuidado o melhor livro a ser enviado, para que quando ele tiver que ser publicado no formato do programa, não perca nenhuma de suas características principais. Já as editoras Global e Companhia das Letrinhas ficarão fora da seleção por já terem participado da edição que está em curso. Clique no Leia Mais para conferir outros detalhes sobre a nova edição do projeto.

A cada ano, a Feira do Livro de Frankfurt, que será aberta oficialmente nesta terça-feira, se torna mais e mais um fórum de discussão política em nome da liberdade de expressão. Essa 69ª edição não deverá ser diferente. Em um encontro com jornalistas na manhã desta terça-feira, Heinrich Riethmüller, presidente da Associação Alemã de Editores e de Livreiros, e Juergen Boos, diretor geral da Feira, deixaram claro que esse deverá ser o tom do evento que reúne, a partir de amanhã, 7,2 mil expositores de 102 países. A Feira acontece na esteira das eleições alemãs que, além de terem reconduzido Angela Merkel ao cargo de chanceler do País, colocaram pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra Mundial, representantes da extrema direita no Parlamento alemão. “Esse resultado nos chocou, mas não nos surpreende”, comentou Riethmüller. “Em épocas de conflitos, a indústria editorial deve promover o diálogo. Essa é a nossa missão. Esse é o nosso dever. Sem liberdade de expressão não há livros e sem livros não há diversidade”, completou. Logo mais, às 17h, no horário de Frankfurt, acontece a abertura oficial da Feira com a presença da própria Angela Merkel e de Emmanuel Macron, presidente francês. O francês, o idioma, é o homenageado desta edição. O pavilhão do convidado de honra será aberto logo depois da cerimônia com as autoridades. O PublishNews teve acesso ao local e compartilha com os nossos leitores algumas fotos que dão uma ideia de como foi montado o espaço. Para conferi-las, clique no Leia Mais.

Todos os anos, o PublishNews convida uma pessoa que está vindo para a Feira do Livro de Frankfurt pela primeira vez para contar as suas impressões sobre maior feira de livros do mundo. Rafaela Lamas, coordenadora do departamento de Direitos Autorais do Grupo Autêntica, topou o desafio e começa a fazer hoje o seu Diário de Frankfurt. No seu artigo de estreia, ela conta do erro estratégico que cometeu ao decidir chegar mais cedo na Europa e zanzar pelas ruas e ladeiras de Lisboa com um sapato novo. Mesmo tratando das bolhas lusitanas, não perdeu tempo no seu primeiro dia na capital mundial do livro e, junto com as colegas Cecília Martins e Silvia Tocci Masini, saiu para reconhecer a área. Entre um salsichão e um copo de cerveja, até dançaram Ai se eu te pego com um nativo. Clique no Leia Mais e veja esse primeiro capítulo do Diário de Frankfurt de Rafaela.

Juergen Boos é o homem forte da Feira do Livro de Frankfurt. Diretor da maior feira de livros do mundo, ele tem uma agenda muito apertada durante os dias do evento. Mas ainda assim conseguiu abrir um espaço para um novo projeto. Apelidado de Weltempfang Satellites, a nova área da programação da feira será ocupada por ele, entrevistando personalidades sobre temas relevantes e atuais. Nesta quarta-feira (11), ele recebe os jornalistas Åsne Seierstad e Hans Leyendecker, que vão falar sobre a influência das fake news na nossa sociedade. Na quinta-feira (12), Boos entrevista os escritores turcos Aslı Erdoğan, Can Dündar e Burhan Sönmez sobre as suas experiências no exílio e sobre a falta de liberdade de expressão em seus países de origem. Encerrando a programação do Weltempfang Satellites, Boos recebe Thomas Wagner e Gerald Hensel e juntos eles vão analisar a “Nova Direita”. Os encontros acontecem sempre das 9h30 às 10h15, no Business Club, a área VIP da Feira.

Marshall McLuhan profetizou que a internet, dando voz a todo mundo e gerando uma multiplicidade de perspectivas iria desmoralizar a “propaganda” (sentido inglês) política: com fácil acesso à comunicação (e à expressão), cairiam por terra as máscaras fascistas. Da utopia caímos na distopia. Hoje parece que a tal multiplicidade se reduziu a duas “fasces” — que ficam dando golpes de mentira uns nos outros. E como ficamos nós editores, que temos como material de trabalho as ideias e a informação? Eis um exemplo: com o caso do Queermuseu incomodando milhões na rede, a arte voltou a ser transgressora e, portanto, relevante. Multidões que nunca foram a museus agora não só sabem de sua existência como discutem sobre o que é arte. Cinismo à parte, quando se pensa no negócio dos editores (o da circulação de ideias), o que verificamos é um enorme aumento do público consumidor (potencial) e uma divulgação poderosa e (em mais de um sentido) gratuita. Antes de me maldizer, pense em quantas pessoas saberiam da tal exposição sem a “ajuda” dos Savonarolas da web? “Não existe má publicidade”, já dizia o dono do circo. Mesmo o que postamos voluntariamente para humilhar “o outro lado” quase sempre sai pela culatra, dando exposição ao que deveríamos esconder, relevância ao que deveria ser ignorado. Escritores e músicos organizaram um contra-ataque aos detratores on-line. Suas ideias são melhores, mas eles já começam perdendo, na escolha das armas. Discursos e argumentos nada podem diante de memes toscos. Não adianta gostar da política como em mil novecentos e sessenta e seis se hoje dançamos nos fanatic fake news days. Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra deste artigo.

Autor de mais de 10 best-sellers que falam sobre temas como alimentação saudável, gravidez, exercícios físicos e bem-estar, o Dr. Oz Irá lançar pela Faro Editorial seu mais novo livro Food Can Fix It. Conhecido por suas participações no programa de Oprah Wifrey, e atualmente como apresentador do The Dr. Oz Show, que no Brasil é exibido pelo canal a cabo Fox Life, o Dr. Mehmet Oz compartilha dicas sobre saúde e bem-estar e no novo livro ele revela como cada refeição, lanche ou petisco podem carregar a solução para os nosso cotidianos problemas de saúde como fadiga, stress e mau-humor. O livro será lançado no primeiro semestre de 2018. Apostando em personagens conhecidos dos jovens e que trazem informação de uma maneira divertida, a Faro também adquiriu os direitos do livro Everything all at once, do cientista educacional, Bill Nye, que mostra como a ciência pode melhorar a nossa vida. A obra também está prevista para sair no próximo ano.

Este ano, a Editora da PUC-SP, a Educ, decidiu realizar a primeira Festa Literária da Puc-SP (Flipuc). O evento tem como principal objetivo incentivar a leitura e divulgar sua produção, além de promover o debate em todas as áreas do conhecimento. Marcada para acontecer de 23 a 25 de outubro, a festa terá um esquenta, no dia 16, onde o convidado internacional Seth Siegel, falará sobre o seu livro Faça-se a água (Educ). A programação oficial começa no dia 23, às 10h30 com a mesa de debate Caminhos da crítica, que terá como convidado, o escritor Marcelino Freire e mediação de Diana Navas. Logo depois, às 14h, acontece uma mesa sobre o autor homenageado, Paulo Freire. Na ocasião será lançada sua biografia Paulo Freire: uma história de vida, escrita por sua viúva, Nita Freire. A Festa Literária terá ainda a participação de Jacques Fux, Lira Neto, da cartunista Laerte, Raphael Montes, Bernardo Kucinski, Fabio Cypriano, Ana Pato, Jessé Andarilho, Renato Mezan, dentre outros. O evento acontece no campus Monte Alegre, no Tucarena (Rua Monte Alegre, 1024, Perdizes - São Paulo / SP). E a programação pode ser conferida clicando aqui.

A escritora e jornalista Marina Colasanti é a próxima convidada do projeto Um Escritor na Biblioteca. No encontro mediado pelo escritor Miguel Sanches Neto, Marina falará sobre suas obras e experiências literárias e de leitura. Colasanti nasceu em Asmara, capital do país africano Eritreia, em 1937, e está radicada no Brasil desde 1948. Tem mais de 50 livros publicados no Brasil e no exterior, entre eles o infantil Breve história de um pequeno amor (2013), a coletânea de poemas Passageira em trânsito (2009), a reunião de contos Eu sei, mas não devia (1996), o biográfico Minha guerra alheia (2010) e o ensaístico Fragatas para terras distantes (2004). O encontro acontece logo mais, às 19h30, na Biblioteca Pública do Paraná (Rua do Cândido Lopes, 133, Curitiba / PR).

O aplicativo Vá de Taxi e a Leiturinha, clube de assinatura de livros infantis, se uniram numa parceria para expandirem a campanha Leia para seu pequeno. Para acompanhar o mês das crianças, toda base de passageiros e taxistas do aplicativo receberá um kit Leiturinha grátis e acesso liberado a Leiturinha Digital. Para participar, os interessados devem se cadastrar no hotsite do Leia para seu pequeno para receber o kit e ao acesso à plataforma digital.

Johann Wolfgang von Goethe não deve sua fama como gênio universal apenas à sua obra literária. Homem de múltiplos talentos e interesses, dedicou-se também à reflexão sobre a literatura e as artes e a estudos e pesquisas no campo das ciências da natureza. Mas, se sua obra literária é bastante divulgada e conhecida, as obras não literárias, de importância fundamental para quem queira conhecer o autor e sua época mais a fundo, ainda são de conhecimento restrito aos especialistas. Em De minha vida: poesia e verdade (Editora Unesp, 955 pp, R$ 158 - Trad.: Mauricio Mendonça Cardozo), o mestre alemão se debruça sobre sua própria história, desde sua infância, e sobre sua relação com os homens do seu tempo. Desfilam aos olhos do leitor suas impressões sobre política, arte, história e metafísica.

Argonautas (Autêntica, 160 pp, R$ 44,90 – Trad.: Rogério Bettoni) é um ensaio autobiográfico escrito por Maggie Nelson e que tem como temas centrais a relação amorosa da autora com o artista Harry Dodge, a gravidez dela e como os dois formaram uma família queer. Nesta “autoteoria”, um livro de memórias pincelado por pequenas doses de teoria, Nelson faz um relato sobre desejo e identidade, sobre as complexidades e as alegrias de constituir uma família e a experiência de se apaixonar por Dodge, uma pessoa de gênero fluido, demonstrando as limitações e as possibilidades do amor e da linguagem. No rastro de intelectuais como Susan Sontag e Roland Barthes, Nelson atrela sua experiência pessoal a uma análise rigorosa do que importantes teóricos disseram sobre sexualidade, gênero, casamento e educação infantil. O livro inaugura a coleção Argos, da Autêntica.

Robert Service apresenta em Trotski, uma biografia (Record, 770 pp, R$ 94,90 – Trad.: Vera Ribeiro) um trabalho de pesquisa sobre a vida pública e privada do político e filósofo, que foi um dos principais responsáveis pela construção do Exército Vermelho. Na primeira biografia de Trotski escrita fora da Rússia por um autor que não é trotskista, o líder soviético é revelado como uma figura egocêntrica, de poucos amigos e com personalidade obsessiva. A obra analisa, entre outros temas, suas contribuições na Revolução de 1917, suas diferenças com Lenin, a ruptura com Stalin e os anos no exílio. No livro, Service relata que Trotski dizia que a situação da URSS teria sido radicalmente diferente se ele e sua facção tivessem conquistado a supremacia. O socialista acreditava que ao menos eles teriam lutado pela democratização da política soviética e contido a maré da contrarrevolução, do governo arbitrário de Stalin. Para ele, os trabalhadores teriam ficado ao seu lado, se não tivessem sido impedidos de fazê-lo pela ação opressiva da polícia.

Durante dois anos, Lira Neto se dedicou integralmente a reconstituir os passos da intérprete de clássicos como Ouça e Meu mundo caiu. O resultado foi a aclamada biografia Maysa: Só numa multidão de amores (Companhia das Letras, 296 pp, R$ 39,90), publicada pela primeira vez em 2007 e que agora ganha nova edição, com prefácio inédito do autor. Fruto de uma extensa pesquisa que envolveu cerca de 200 entrevistas e acesso ao arquivo familiar da cantora - inclusive ao seu diário íntimo -, o livro retraça a trajetória da cantora nascida em 1936 no Rio de Janeiro, desvelando as camadas de uma das personalidades mais complexas da música brasileira. De seu casamento com André Matarazzo ao alcoolismo, dos problemas com a mídia às tentativas de suicídio, de seus amores às viagens, nada escapa ao olhar atento do biógrafo, que retrata com maestria uma vida marcada sobretudo pela intensidade. A nova edição inclui um caderno de fotos.

Em Habitando o tempo – Clandestinidade, sequestro e exílio (LiberArs, 307 pp, R$ 50), a ativista política e ex-guerrilheira Marília Guimarães apresenta uma radiografia real, densa e emocionante dos acontecimentos que marcaram a luta contra a ditadura no Brasil e a saga daqueles que sofreram na própria pele o lado mais obscuro dos anos de chumbo, quando os desmandos acontecidos nos porões dos quartéis eram lei no País. Com um relato fiel de sua história e de seus dois filhos, Marcello e Eduardo, a autora revive a agonia pela qual passou durante o ano de 1969 - quando vivenciou fugas, perdas, angústia e medo – e que culminou no sequestro de um avião, em janeiro de 1970, e nos 10 anos de exílio em Cuba. A autora ressalta que Habitando o tempo nasceu das difíceis lembranças e sensações de tudo o que ela e seus dois filhos, além de seus companheiros de luta, viveram naqueles anos da história brasileira recente.