No início dessa semana, muita gente ficou surpresa com a demissão de Waldiney Azevedo, até sexta-feira passada, gerente de produtos da Saraiva, onde ele trabalhou por 36 anos. Além de Azevedo, a varejista fez um corte grande na sua folha de pagamento. O número não foi confirmado pela empresa, mas há quem diga que ele foi na casa das centenas. Isso era o prenúncio para o fechamento de lojas. Outra informação que a varejista não confirma e nem desmente. Diz apenas que “avalia constantemente a sua rede de lojas, considerando aberturas, reformas e fechamentos". As lojas das ruas Maria Antonia e a da Barão de

Itapetininga, ambas na capital paulista, amanheceram fechadas hoje. Em sua coluna, Ancelmo Gois afirma que o Rio perderá, em breve, a sua loja da Rua Sete de Setembro. No mês passado, quando a Saraiva apresentou os resultados do segundo trimestre e, consequentemente, os do primeiro semestre de 2017, a companhia lançou um relatório em que falava que a sua rede de livrarias fechava aquele período com 111 lojas. O PublishNews contou loja por loja daquelas listadas no site da Saraiva e apurou 98, 13 a menos do que aparece no relatório. Clique no Leia Mais e veja a íntegra desta nota.

Na semana passada, a disputa pelo primeiro lugar da lista dos mais vendidos acabou levando muitas pessoas que trabalham no mercado a buscar em seus alfarrábios a definição de livro para tentar entender se o que o selo Coquetel, da Ediouro, estava vendendo era um livro ou uma revista. Estamos falando do “livrão” Felipe Neto, que estreou na semana passada em primeiro lugar e que permanece no topo da lista dos mais vendidos nessa semana, com 15.257 exemplares vendidos. Mas o destaque agora vai para Kéfera e o seu Querido dane-se (Paralela / Companhia das Letras), a primeira incursão da vlogueira curitibana no mundo da ficção. O livro chegou à lista ocupando a segunda posição da Lista Geral, com 7.825 cópias vendidas. Completando o trio que sobe ao pódio dessa semana, Paula Pimenta, que vendeu 5.486 exemplares do quarto livro de Minha vida fora de série (Gutenberg / Autêntica). Outra que merece destaque na lista é a dama do crime. A HarperCollins emplacou três títulos de Agatha Christie na Lista de Ficção: Morte na Mesopotâmia, que estreou na 12ª posição; Assassinato no Expresso Oriente, que já tinha aparecido na semana passada e volta nessa na 14ª, e Morte no Nilo, cuja edição da HarperCollins aparece pela primeira vez na lista ocupando a 17ª posição. A editora emplacou ainda Os crimes do monograma, de Sophie Hannah, com a chancela da família de Agatha. Somando todos os números, os livros que levam o nome de Agatha Christie na capa venderam juntos 2.795 exemplares na semana. Nada mal. O Ranking Geral das Editoras volta ser ocupado pela Sextante, que emplacou 13 títulos na semana. Coladinho ali, o Grupo Companhia das Letras aparece na segunda posição, com 12. Com a mãozinha de Agatha Christie, a HarperCollins subiu no ranking e ocupa a terceira posição, com 11 títulos. Clique no Leia Mais e veja outros destaques da lista dessa semana.

O International Latino Book Awards anunciou na última semana seus vencedores e aclamou 233 autores e editores. Segundo estimativas dos organizadores, em 2017, o número de livros escritos e publicados por latinos nos EUA será entre 25 mil a 30 mil, o que torna esse mercado um investimento para os americanos. Com 196 juízes para lidar com tantos livros a serem analisados, os nomes de alguns brasileiros apareceram na categoria Melhor livro infantil ilustrado em português. O primeiro lugar ficou com O vento de Oalab (SM), de João Luiz Guimarães, que ganhou com a obra, a 11ª edição do Prêmio Barco a Vapor. Já o segundo e terceiro lugar ficaram com Pedro Ivo Peres de Santana, que conseguiu ser premiado com as obras A onça-pintada no cerrado e O tucano no cerrado, ambas publicadas pela CIR. Na categoria Melhor livro infantojuvenil em português, quem levou o prêmio foi Alice Dias, com a obra O grande assaltante (Chiado). E na categoria de Melhor livro de ficção, os premiados foram Beleza estranha, de Tércio Ribas Torres e novamente O grande assaltante, ambos publicados pela Chiado.

Origem, o novo livro do best-seller Dan Brown começa a chegar nas livrarias no início de outubro. A Sextante, a casa do autor no Brasil, está apostando alto, imprimindo uma tiragem inicial de 250 mil exemplares. Na obra, Robert Langdon, o famoso professor de Simbologia de Harvard, chega ao ultramoderno Museu Guggenheim de Bilbao para assistir a uma apresentação sobre uma grande descoberta que promete abalar os alicerces de todas as religiões e mudar para sempre a face da ciência. O anfitrião é o futurólogo e bilionário Edmond Kirsch, que se tornou conhecido por suas previsões audaciosas e invenções de alta tecnologia. O brilhante ex-aluno de Langdon está prestes a revelar uma incrível revolução no conhecimento. De repente, a noite meticulosamente orquestrada se transforma em um caos, e a preciosa descoberta de Kirsch corre o risco de ser perdida para sempre. Diante de uma ameaça iminente, Langdon tenta uma fuga desesperada de Bilbao ao lado de Ambra Vidal, a elegante diretora do museu que trabalhou na montagem do evento. Juntos seguem para Barcelona à procura de uma senha que ajudará a desvendar o segredo de Edmond Kirsch. Como parte da estratégia de divulgação, o autor liberou esta semana, o prólogo e capítulo do novo romance, que foi traduzido ao mesmo tempo por seus principais editores no mundo em um bunker na capital espanhola. O material já traduzido para o português pode ser baixado aqui.

A escritora portuguesa Teolinda Gersão é um dos destaques do Fli-BH e da Primavera Literária de Belo Horizonte, eventos que foram oficialmente abertos na noite de ontem na capital mineira. No próximo domingo (17), ela participa da mesa Para que serve a escrita?, com Félix Caputo e Lúcia Castello Branco. A autora aproveita a vinda dela ao Brasil para fazer uma verdadeira peregrinação pelo país divulgando seu novo livro, A cidade de Ulisses (Oficina, 254 pp, R$ 49,90). Além de Belo Horizonte, Teolinda passará por Feira de Santana (BA), no dia 20; Salvador (BA), no dia 21; Niterói (RJ), no dia 22; São Paulo (SP), no dia 25; Petrópolis (RJ), no dia 26; Rio de Janeiro (RJ), nos dias 27, 28 e 29; Curitiba (PR), nos dias 1º, 3 e 4 de outubro; e Fortaleza (CE), nos dias 4 e 5.

Há 10 anos, a Editora Vozes lançava a obra Qual é a tua obra?, de Mario Sergio Cortella, que ao longo dos anos se tornou um best-seller e marcou presença nas listas de mais vendidos do país. Para comemorar este feito, a Editora Vozes realiza no dia 2 de outubro, um talk show com o autor, seguido de sessão de autógrafos na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (Av. Paulista, 2073 – São Paulo / SP). O evento será gratuito e contará com a parceria da CBN, que irá transmitir ao vivo a entrevista mediada por Fabíola Cidral. Em Qual é a tua obra?, Cortella traz algumas inquietações e proposições sobre gestão, liderança e ética.

Acontece na próxima terça (19), a primeira Festa Literária do Baixo Augusta (Fliba), organizada pelo Clube de Autores, plataforma de autopublicação. Voltado para autores independentes, o evento teve mais de 120 projetos inscritos, sendo nove selecionados para serem apresentados na Festa. “Tivemos uma aceitação muito grande por parte dos autores independentes. A programação traz destaques como Alex Rangel, Alessandra Benete, Danilo Dias, Giselle Del Pino e outros nomes que estão se destacando no cenário literário”, explica Ricardo Almeida, presidente do Clube de Autores. A programação foi divulgada essa semana e contará com apresentações artísticas, saraus, leitura de trechos da obra, debates e palestras. O evento acontecerá em uma galeria subterrânea (Rua da Consolação, 2525 - São Paulo / SP) que se liga à Av. Paulista, e que sempre foi dedicada à literatura como um todo.

Entre os dias 20 e 23 de setembro, a cidade de São João del-Rei, em Minas Gerais, recebe a 11ª edição do Festival de Leitura de São João del-Rei e Tiradentes (Felit). O evento irá homenagear escritor e médico psiquiatra são-joanense Ronaldo Simões Coelho, que assina mais de 60 livros infantis e terá uma série de atividades sobre suas obras e vida. Com uma programação ampliada, o Felit espera receber este ano, aproximadamente oito mil pessoas que terão a oportunidade de conhecer autores como Leila Ferreira, Martha Medeiros (na foto ao lado) e Marina Colasanti. As autoras participarão de mesas redondas realizadas em parceria com o Serviço Social do Comércio (SESC). A programação que acontecerá no Teatro Municipal de São João del-Rei e na região histórica do Largo do Carmo, terá feira de livros, contação de histórias, atrações musicais, oficinas e atividades infantojuvenis.

Utilizar a linguagem de cordel para conscientizar os leitores de todas as idades sobre os animais brasileiros ameaçados de extinção, sobretudo o tamanduá. Esta é a proposta do livro Tamanduá Dodói, e outros animais ameaçados de extinção no Brasil (Cuore), de Maria Augusta de Medeiros, com ilustrações de Rafael Victor. Por meio da linguagem de poesias de cordel, a obra retrata a realidade dos animais em risco em nosso país. Contendo a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, o livro instiga o leitor a refletir sobre essas questões fundamentais para a sobrevivência não só dos animais, mas de todos os seres vivos. O lançamento acontece neste sábado, às 16h, na Libraria NoveSete (Rua França Pinto, 97, Vila Mariana – São Paulo / SP) e contará com a presença da autora para um bate-papo e sessão de autógrafos.

Versiprosa (Companhia das Letras, 264 pp, R$ 59,90) é composto por “crônicas que transferem para o verso comentários e divagações da prosa”, conforme esclarece o próprio Drummond. O resultado é uma dicção literária original, pronta a decifrar o cotidiano e propor um enquadramento inquieto do Brasil das décadas de 1950 e 1960. Em possível diálogo com o exemplo de Machado de Assis, que também publicou crônicas em verso, o escritor apresenta, nos mais de 100 textos reunidos no volume, uma voz sensível e mordaz, que persegue com tenacidade as novidades e assombros de seu tempo. Escolado nos diversos assuntos propostos pelo noticiário, o cronista-poeta de Versiprosa forja uma linguagem espirituosa, cuja agilidade se propõe a tomar o pulso à atualidade com graça e leveza. Os textos nele reunidos, são frutos de mais de 15 anos de produção para a imprensa

O livro Memórias de Carlota Joaquina: a amante do poder (Planeta, 328 pp, R$ 49,90) do historiador Marsílio Cassotti, retrata os principais episódios de uma das figuras mais emblemáticas da história de Portugal e do Brasil, a rainha Carlota Joaquina de Bourboun (1775-1830). Com base em documentos históricos e testemunhos de quem conviveu diretamente com a “princesa rebelde”, a obra apresenta uma Carlota que, em primeira pessoa, expõe as intrigas políticas da família, a fuga dos Bragança para terras brasileiras, o casamento aos dez anos de idade com Dom João VI e a relação com o mulherengo Dom Pedro. Diante das ameaças da Revolução Francesa, Carlota buscou o protagonismo nos assuntos públicos, desagradando aqueles que não aceitavam a participação feminina nos negócios. O foco do historiador é, justamente, demonstrar a coragem e a valentia desta mulher, que ansiava o poder direto sobre as ações políticas, característica não muito bem vista às mulheres da época.

Corajosa, erudita, sensível a questões humanitárias e ligadas ao universo feminino, Narcisa Amália escreveu um único livro de poesias. Nebulosas (192 pp, R$ 49), co-edição da Gradiva Editorial e Fundação Biblioteca Nacional, reúne 44 poemas da autora. Seu talento foi celebrado por Machado de Assis e pelo Imperador D. Pedro II na época de sua publicação, em 1872. Os temas da obra são líricos, intimistas, femininos, dirigidos à natureza, de cunho social, em prol da abolição da escravatura. A inserção no universo intelectual (masculino) do século XIX, sobretudo através de uma poesia comprometida com causas sociais, foi responsável por boa parte das críticas sofridas por Narcisa, que foi acusada de abordar assuntos impróprios a uma mulher. Dotada de uma educação acima dos padrões comuns às suas contemporâneas, Narcisa Amália acreditava que o poeta podia agir como um transformador do mundo em que vivia.

Ao adotar o pseudônimo de George Sand, Amandine Aurore Lucile Dupin havia decidido se tornar uma escritora profissional. História da minha vida (Editora Unesp, 650 pp, R$ 130) é uma das obras mais importantes da autora, cuja edição inaugural se deu em 1856. A obra causou surpresa tanto pela originalidade do fazer autobiográfico pouco confessional quanto pela história contada, a qual não se referia a seus amores em particular, mas sim delineava entre o mundo real e o ficcional as suas lembranças pessoais, calcadas no leitmotiv de que “tudo é história”. Agora, reunidos em um único volume, História da minha vida traz ao público os momentos mais importantes de sua trajetória, com ênfase na relação direta com o universo livreiro – dos escritores e artistas aos editores e publicadores mais expressivos do século XIX. A narrativa, dividida em cinco partes, apresenta de modo fluido o mundo interior da autora costurado habilmente aos fatos da época. Os textos foram selecionados e organizados pela pesquisadora Magali Oliveira Fernandes.

Tom Jobim foi um dos maiores compositores do século XX, mas deixou um legado que vai além de suas partituras. A impressão é de que a música foi apenas um sublime recurso para expressar e conjugar outras paixões: a literatura, a ornitologia, a arquitetura, a ecologia, a linguística, a geografia, a história, a meteorologia, a poesia, a botânica… Permanece a convicção de que, caso nunca tivesse tocado um piano ou escrito uma melodia, hoje estaríamos igualmente celebrando e discutindo a obra de um grande intérprete do Brasil. Dada a importância evidente de Jobim, é curioso constatar a escassez de estudos sobre ele, com exceção de alguns retratos jornalísticos e poucas análises musicais. Maestro soberano (Editora UFMG, 328 pp, R$ 69) é uma coletânea organizada por Luca Bacchini que lança um olhar interdisciplinar sobre Jobim, abrindo novos caminhos para discussão e reflexão.