Em 36 anos e sete meses em que trabalhou na Saraiva, Waldiney Azevedo se tornou um nome fundamental para quem trabalha na indústria do livro. Nos últimos sete anos, foi gerente de produtos, responsável pela decisão de o que e quanto comprar quando o assunto era livros. Isso na maior rede de livrarias do país, que responde por cerca de 25% do varejo de livros no país, segundo dados da GfK. A saída de Azevedo, no entanto, não foi a única. Houve uma onda de demissões na Saraiva entre a semana passada e essa. Diversos números circulam pelo mercado (alguns deles na casa das centenas), no entanto, a Saraiva não confirma o tamanho do corte. Em comunicado enviado à redação do PublishNews, a companhia informou que a medida foi tomada para “garantir a sustentabilidade do negócio” e que “a readequação do quadro de funcionários está alinhada ao seu compromisso de crescimento”. Sobre o número de funcionários demitidos, a empresa, que tem seu capital aberto, diz que "entende que números referentes à contratação e a desligamento de profissionais são de caráter confidencial. Por isso, não comenta esse tipo de informação".

O ano passado foi especialmente ruim para quem trabalha com livros. Na comparação com 2015, o varejo de livros teve queda de 9,2%, segundo dados apurados pelo Bookscan (Nielsen) a pedido do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). Isso foi reflexo da crise econômica, claro, mas também pelo sarrafo que andou meio alto em 2015 por conta do boom dos livros de colorir. Em 2017, o mercado tem vivido uma trajetória de recuperação. E o que se viu em agosto se confirma isso. De acordo com os dados do Painel das Vendas de Livros no Brasil, entre os dias 17 de julho e 13 de agosto, intervalo que compõe o oitavo período da Nielsen, o varejo de livros apresentou crescimento de 3,06% em faturamento e de 3,33% em volume. No acumulado do ano, o faturamento cresceu 6,19%. Clique no Leia Mais para conferir outros detalhes do Painel.

O Prêmio Ibero-americano SM de Literatura Infantil e Juvenil anunciou ontem que Marina Colasanti é a ganhadora da sua décima terceira edição. Dentre os motivos citados pelo júri está a qualidade literária de seu trabalho expressada pela rica linguagem poética e a construção de personagens profundos. Além disso, o júri enfatizou o seu domínio pelos vários gêneros literários e sua trajetória iminente como promotora e defensora da literatura infantil e juvenil na América Latina, bem como sua constante contribuição para a formação dos leitores. Para esta edição foram postulados 20 autores, originários de dez países da América Latina (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Portugal e Uruguai). A cerimônia de premiação para o prêmio de U$ 30 mil está marcada para 28 de novembro, durante a Feira Internacional do Livro de Guadalajara. Marina concorre também ao Hans Christian Andersen, cujo ganhador será revelado na Feira do Livro de Bolonha, em março de 2018.

O Prêmio Oceanos acaba de divulgar os 51 livros que compõem a lista de semifinalistas da sua edição de 2017. Na contabilidade geral, foram 31 autores brasileiros, 19 portugueses e um angolano. A curadoria do prêmio defende que a lista de semifinalistas apresenta um número significativo de autores cuja “difusão passa a se dar, a partir de agora, para além de seus países de origem, mostrando a importância do Oceanos na integração da literatura entre os países lusófonos”. Entre os semifinalistas, estão o angolano Pepetela, com Se o passado não tivesse asas (LeYa); os brasileiros Elvira Vigna, morta em julho, com o livro Por escrito (Companhia das Letras); Silviano Santiago, que levou a primeira edição do Oceanos e que agora concorre com Machado (Companhia das Letras), e Ricardo Lísias, com A vista particular (Alfaguara). Ao todo, o Oceanos distribuirá R$ 230 mil em prêmios (R$ 100 mil para o primeiro lugar, R$ 60 para o segundo, R$ 40 mil para o terceiro e R$ 30 mil para o quarto colocado). Clique aqui para conferir a lista completa dos finalistas.

Vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura de 2015, o romance Tempo de espalhar pedras, de Estevão Azevedo, entrou para o catálogo da editora portuguesa, Editora Livros Cotovia. O autor estará em Lisboa no próximo mês para participar do Festival Literário Internacional de Óbidos – Folio (19 a 29/10), onde a obra será apresentada. Publicado no Brasil pela Cosac Naify, Tempo de espalhar pedras, segundo romance de Estevão conta a história de garimpeiros movidos pela ganância e que percebem que as únicas superfícies ainda intocadas e que podem esconder pedras preciosas são aquelas em que suas próprias casas estão erguidas.

O jornalista Charles Duhigg, repórter investigativo do The New York Times, lança logo mais, os seus dois livros, O poder do hábito (404 pp, R$ 52) e Mais rápido e melhor (351 pp, R$ 49) e ainda participa de um bate-papo com o público com tradução consecutiva na Livrarias Curitiba do Shopping Palladium (Av. Pres. Kennedy, 4121 – Curitiba / PR). Publicado pela Objetiva, O poder do hábito traz um olhar da ciência sobre a formação e transformação dos hábitos. Nas últimas duas décadas neurologistas, psicólogos, sociólogos e publicitários finalmente começaram a entender como os hábitos funcionam e podem ser transformados. Já em Mais rápido e melhor, Charles faz uma exploração inovadora da ciência da produtividade e por que, no mundo de hoje, como você pensa é muito mais importante do que o que você pensa. O evento começa às 19h30 e tem entrada gratuita.

O Sempre um Papo recebe logo mais, o escritor Raphael Montes para o debate e o lançamento do livro Jantar Secreto (Companhia das Letras). No romance, um grupo de amigos organiza jantares misteriosos. São jovens que deixam uma pequena cidade no Paraná para viver no Rio de Janeiro, alugam um apartamento em Copacabana e fazem o possível para pagar a faculdade e manter vivos seus sonhos de sucesso na capital fluminense. Mas o dinheiro está curto e o aluguel está vencido. Para sair do buraco e manter o apartamento, os amigos adotam uma estratégia heterodoxa: arrecadar fundos por meio de jantares secretos, divulgados pela internet para uma clientela exclusiva da elite carioca. A partir daí, eles se envolvem em uma espiral de crimes, descobrem uma rede de contrabando de corpos, matadouros clandestinos e grã-finos excêntricos, e levam ao limite uma índole perversa que jamais imaginaram existir em cada um deles. O encontro gratuito começa às 19h30, no auditório da Cemig (Rua Alvarenga Peixoto, 1200, Santo Agostinho – Belo Horizonte / MG).

O bar Arco-Íris da Lapa (Rua do Lavradio, 202 - Lapa, Rio de Janeiro / RJ) recebe, nesta quarta-feira (13), o lançamento de Amoridades, de André Salviano (Rubra Editora, 138 pp, R$ 40). O bar e a editora preparam porta-copos personalizados do livro e prometem unir leitura e descontração em um dos botecos mais tradicionais da boemia carioca. O livro - que tem prefácio de Leonardo Villa-Forte, texto de orelha de Paulo Scott e quarta capa de João Anzanello Carrascoza - reúne 33 contos, 33 roteiros de memórias que emergem pelo afeto. Apresenta lugares (físicos e mentais) relembrados pelo amor (vivido, maldito ou platônico), pessoas, botecos, datas, canções, expectativas e decepções.

A Suzano Papel e Celulose anunciou no último domingo na Bienal do Livro do Rio de Janeiro o vencedor do Prêmio Pólen de Literatura, iniciativa realizada pela empresa em parceria com a Editora Arqueiro. O professor mineiro Felippe Alves Ferreira Barbosa, de 21 anos, ganhou o prêmio com a obra Os quase completos, romance que reúne um Quase Doutor, um Quase Repórter e uma Quase Viúva em uma viagem peculiar. Ao se cruzarem, eles descobrem respostas para muitas questões em aberto sobre suas vidas. Além de receber R$ 10 mil, o jovem autor terá sua obra impressa pela Editora Arqueiro. “Essa é a concretização do sonho que eu tenho desde criança. A minha maior vontade é entregar o livro nas mãos dos meus pais e dos meus alunos também, que sempre me apoiaram. Hoje em dia tem gente que te olha torto quando você fala que quer ser escritor”, declarou o ganhador. No total, mais de 200 obras foram inscritas por autores de todo o país e analisadas por especialistas como Leonardo Cazes, Alessandra Ruiz e Pascoal Soto. O Prêmio Pólen de Literatura foi criado com o objetivo de incentivar a leitura, a literatura brasileira e a descoberta de novos escritores.

O lado invisível da economia (Alaúde, 216 pp, R$ 32) questiona o modelo masculino do pensamento econômico. Nele, a jornalista econômica sueca Katrine Marçal explica como as bases teóricas da economia ignoram a mulher, cujo papel era cuidar do lar. Séculos depois, essa mesma lógica continua excluindo a mulher, que precisa fazer jornada dupla ao gerir carreira e família. Com diversos dados, a autora explica o funcionamento do mercado baseado na figura do homem econômico e defende que a única solução para uma sociedade mais igualitária é um pensamento econômico mais feminista. Mas o livro não explora apenas o problema da mão de obra feminina, mas as bases sobre as quais a economia como ciência foi fundada e o que o feminismo pode fazer para transformá-la. Se as mulheres tivessem tido a oportunidade de participar mais ativamente do desenvolvimento dos modelos econômicos, a figura do “homem econômico” poderia ser bem diferente, e, para a autora, isso explica por que a economia atual funciona muito mais para os ricos do que para os pobres, e muito mais para os homens do que para as mulheres.

Angus Deaton afirma que vivemos melhor hoje do que em qualquer outro período da história. As pessoas são mais saudáveis, mais ricas e a expectativa de vida continua a aumentar. Paradoxalmente, o fato de tantos indivíduos terem conseguido escapar da pobreza também gerou desigualdades; e a disparidade entre países desenvolvidos e em desenvolvimento se estreitou, mas não desapareceu. Em A grande saída (Intrínseca, 336 pp, R$ 59,90), um dos maiores especialistas em estudos sobre pobreza recua 250 anos para traçar a história de como diversas regiões do mundo vivenciaram um progresso significativo e, assim, abriram abismos que levaram ao cenário extremamente desigual de hoje. O estudo aprofunda-se nos padrões históricos e atuais por trás das nações ricas e com boas condições de saúde, e aborda o que é preciso fazer para ajudar os países que ficaram para trás.

Órgão máximo da governança corporativa, o conselho de administração é considerado por muitos pesquisadores a “caixa-preta” das companhias por tratar de temas sigilosos e também por certa dificuldade em se obter dados e depoimentos que revelem os meandros de seu funcionamento. Especialmente nos últimos anos, cresce o questionamento sobre o papel e a responsabilidade dos conselheiros frente aos sucessivos escândalos empresariais e financeiros que assolam o Brasil e o mundo. Visando contribuir para o aprofundamento do debate, Sandra Guerra - uma das principais autoridades nesse assunto no Brasil, conselheira de administração por mais de duas décadas e ex-presidente do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) – convida o leitor à reflexão e traz luz às questões da alta gestão em sua primeira obra como autora, o livro A caixa-preta da governança (BestBusiness / Record, 376 pp, R$ 69,90). Escrita em linguagem bastante acessível inclusive para leigos, a obra tem como principal objetivo fornecer uma bússola comportamental para administradores de negócios.

Para quem vê de fora, uma pessoa que tem o emprego dos sonhos parece ter ganhado na loteria das profissões: com a sorte de fazer o que ama e ainda ganhar para isso. Mas achar um trabalho bacana não é uma questão de sorte ou acaso, e Nasci para isso (Portfólio Penguin / Companhia das Letras, 284 pp, R$ 44,90) mostra que existe sim um método para se encontrar a atividade certa para cada um de nós. Chris Guillebeau criou um guia prático para mostrar como conseguir isso — seja como funcionário de uma empresa ou optando por um caminho de profissional autônomo. O autor ensina uma série de lições para nos ajudar a descobrir o que queremos e como consegui-lo, sempre ilustradas com histórias inspiradoras daqueles que conseguiram a carreira dos sonhos, e em seguida explora um menu de opções pensadas para ajudar a pôr em prática esses ensinamentos.

Embora se esforcem muito, é grande o número de pessoas que não conseguem trabalhar orientadas para resultados, seja como empreendedor ou executivo de uma empresa. Ao não alcançar o que almejam, podem entrar num círculo vicioso: não têm compensação financeira e muitas vezes também não conseguem crescer profissionalmente. Em Pessoas de resultado (Gente, 168 pp, R$ 34,90), Luiz Fernando Garcia apresenta ao leitor quais são os principais erros que podem levá-lo a uma vida sem resultado; os sete pontos-chave (visualização, desafio, manutenção do foco, criação de mapas de percurso, expectativa e drive, tolerância à ambivalência e à incerteza e autorreforço para a autoestima) para se tornar uma pessoa bem-sucedida; e o perfil de cada empreendedor e como usar essas características a seu favor. A obra inclui ainda, quatro testes de perfil e um curso on-line.