Sharjah, um dos Emirados Árabes Unidos, será homenageado da Bienal Internacional de São Paulo, que acontecerá de 3 a 12 de agosto do ano que vem. Mas antes disso, no início de novembro agora, uma comitiva de editores brasileiros embarcará para a Feira Internacional do Livro de Sharjah, a quarta maior do setor no mundo e a principal no mundo árabe. De acordo com os organizadores, mais de um milhão de pessoas visitam o evento para conferir as novidades de 1.547 expositores, 902 deles de editoras internacionais vindas de 64 países. Organizada pelo do Brazilian Publishers (BP), projeto resultado da parceria entre a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), a missão levará cinco editores brasileiros para Sharjah: Rita Mattar (Companhia das Letras), Antonio Erivan Gomes (Cortez), Marco Antonio Garcia de Souza (ex-Melhoramentos), Kin Sampaio (Solisluna) e Suria Scapin (Pipoca). Eles acompanham a programação profissional da feira, que antecede a Feira, entre os dias 30 e 31 de outubro.

Com coordenação da autora Maria Valeria Rezende e de um grupo de mulheres de João Pessoa, o projeto Mulherio das Letras, já tem data para acontecer: do dia 12 a 15 de outubro, no Espaço Cultural José Lins do Rego (Rua Abdias Gomes de Almeida, 800 – João Pessoa / PB). O projeto pretende reunir mulheres ligadas à literatura entre escritoras, editoras, ilustradoras, críticas literárias, professoras e jornalistas e já conta com mais de 4.600 inscritas. O evento, pensado de maneira inovadora, não terá curadores nem mesas com convidados, o objetivo é somente reunir todas as mulheres interessadas em ampliar e intensificar discussões específicas sobre questões que lhes interessam, entre as quais o reconhecimento e a ampliação do espaço para a literatura feita por mulheres. Para arrecadar recursos, o Mulherio lançou uma campanha na plataforma Benfeitoria para cobrir custos de locação de equipamentos, aquisição de materiais, divulgação, segurança e imprensa. Até o momento, com 34 dias restantes, o projeto já arrecadou 67% de sua meta.

Na gestão do Galeno Amorim na Biblioteca Nacional, foi feito um levantamento de quantas feiras e festivais literários existiam no país, de modo a dimensionar o programa de apoio a essas iniciativas, com recursos do Fundo Nacional de Cultura. Galeno deixou a presidência da BN em 2013, mas até 2014 foi lançado o edital convocando inscrições para o problema. Tudo isso, desde então, foi desaparecendo, e se esvai na fumaça do tempo. Infelizmente perdi a tabela com os dados levantados. Mas lembro que estavam na casa das centenas, espalhados por todo o Brasil, com o maior número delas no Rio Grande do Sul. Felizmente, entretanto, apesar desse descaso para com essas importantíssimas atividades de apoio ao livro e à leitura, as pequenas feiras e festivais continuam florescendo no que é o Brasil (enquanto o Bananão assume tantos outros aspectos desse antigo país). Não apenas as grandes manifestações, como a Flip, mas também as pequenas e médias. Infelizmente, algumas terminaram, como o Festival da Mantiqueira, exterminado pela própria entidade que o criou, a Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. A Flicristina é uma dessas que nasceu e continua depois da extinção desse programa. Começa na noite desta quarta-feira (6) e prossegue até domingo (10). Clique no Leia Mais para conhecer os detalhes da festa literária do sul de Minas e a história de seus organizadores.

Cozinhar, além de ser uma atividade saudável, tem sido uma ação cada vez mais difundida e incentivada por programas de televisão e canais no YouTube. Neste cenário, os livros de culinária se destacam nas prateleiras. Para mostrar a melhor maneira de editá-los, a Universidade do Livro (Praça da Sé, 108, Centro - São Paulo / SP) oferece, de 12 a 15 de setembro, das 18h30 às 21h30, o curso presencial inédito Da panela ao papel: a edição de livros de culinária em 10 passos, ministrado por Bia Nunes de Sousa, editora responsável pela linha de culinária e gastronomia da Alaúde. Durante as aulas serão apresentadas as diversas etapas da edição de livros de culinária, desde a avaliação de originais até a montagem do arquivo final, destacando as características desse tipo de livro. Nos encontros, Bia também explica como criar um projeto, especificando as partes do livro e as técnicas para escrever receitas de forma clara e acessível. Durante o curso, além de demonstrar as técnicas para escrever receitas, a docente destaca o papel do editor, fotógrafos, produtores, tradutores, preparadores e revisores. O investimento é de R$ 524.

O anúncio do vencedor do Prêmio Pólen de Literatura, uma parceria entre a Suzano Papel e Celulose e a Editora Arqueiro, acontece neste domingo (10), durante a Bienal. Lançada em maio passado, o prêmio tem como objetivo incentivar a leitura, a literatura brasileira e apoiar a descoberta de novos escritores. O resultado foi a inscrição de mais de 200 textos nunca publicados por editoras. A lista dos cinco finalistas reúne duas obras de suspense, dois romances e uma história policial, assinados por Daniel Flint, Nícolas Martinelli, Ana A. Junqueira, Vinícios Belaprape e Villa Marie (pseudônimos). O vencedor receberá um prêmio de R$ 10 mil, além de ter sua obra impressa pela Arqueiro. A escolha foi feita por um comitê de especialistas, incluindo Leonardo Cazes, repórter do jornal O Globo, e Alessandra Ruiz e Pascoal Soto, editores da Editora Sextante.

No ano em que comemora seu 20º aniversário, o Grupo Autêntica marca presença na 18ª Bienal do Rio com um estande (Pavilhão Azul, rua F17) de 150m², 20% maior que a da edição anterior. Apostando em um catálogo diversificado, com o objetivo de atender todos os públicos, sendo os lançamentos da literatura juvenil o foco principal, o Grupo estima um crescimento de 30% nas vendas em relação à edição de 2015, mantendo a curva ascendente que conquistou nos últimos anos. Paula Pimenta, que acaba de lançar Minha vida fora de série 4, estará no estande da editora de quinta (7) a sábado (9) para autografar a obra e bater um papo com o público. Leila Rego (Partiu vida nova), Athos Briones (Muito mais que o acaso), Felipe Castilho (Série legado folclórico), Babi Dewet (Sonata em punk rock) entre outros autores também passarão pelo evento. A programação se encerra no domingo (10), com Mauricio de Sousa, Melina Souza, Babi Dewet, Carol Christo e Pam Gonçalves que irão autografar a obra Turma da Mônica Jovem – Uma viagem inesperada, às 14h e às 17h e participarão de um bate-papo às 18h no Auditório Madureira.

Em parceria com a Poeme-se, a Estante Virtual dá continuidade à ação interativa com personagens vivos, que fez muito sucesso durante a primeira semana do evento. Na tarde desta sexta (8) será a vez de Fernando Pessoa entreter o público com suas poesias e figura enigmática. Um ator fantasiado do autor português estará no estande da Poeme-se (Pavilhão Azul, H22), das 15h às 19h. No fim do dia, haverá ainda o sorteio de cinco livros do autor para quem postar uma foto com a hashtag #EstanteVirtualnaBienal.

O Skoob, a maior rede social brasileira para leitores, participa desta 18ª edição da Bienal Internacional do Livro Rio levando ao estande do Submarino (Pavilhão Azul - E020) uma programação de entrevistas com autores que mais fazem sucesso na plataforma. Até o próximo domingo, o Skoob recebe autores como Carina Rissi, Eric Novello, Frini Georgakopoulos e Pedro Duarte. Logo mais, às 16h, a jornalista Juliana Cirne entrevista Vivi Maurey, autora de #Fui (Globo Alt) e, às 18h, será a vez de Giulia Paim, autora de Boston boys (Globo Alt) ser sabatinada pela jornalista. No sábado (09), Carina Rissi fala às 14h, no domingo (10), às 11h, acontecer um bate papo com os "skoobers", como são chamados os usuários da rede social. O papo será mediado por Viviane Lordello (na foto ao lado), fundadora da plataforma.

A Editora Catapulta, especializada em livros infantis, em parceria com a Livraria Saraiva (Pavilhão Azul - Ruas I09/J10 e J09/K10), levou alguns lançamentos para a 18º Bienal do Rio. Entre os principais títulos está a coleção de livros Abremente, o best-seller da editora. Destinada a crianças de três a 11 anos, o objetivo da coleção é promover curiosidade por meio de perguntas e respostas lúdicas e brincadeiras educativas. Atualmente, são oito livros disponíveis para crianças. Os lançamentos Desfile de Dinossauros e Desfile na Fazenda também estarão disponíveis durante o evento. Com páginas desdobráveis, os livros estimulam a coordenação motora das crianças, com o ato de dobrar e desdobrar para entender a história. Além dos dois principais destaques, a Catapulta também apresentará opções de leitura para bebês e crianças, incluindo sucesso, como Chef Mirim, Decore Tudo, a coleção Dedinhos, Traços Mágicos – Monstros, Traços Mágicos – Princesas, entre outras novidades.

O jornalista e escritor Lira Neto é o próximo convidado do projeto Um Escritor na Biblioteca. O jornalista Ricardo Sabbag fará a mediação do bate-papo, em que o convidado falará sobre suas obras e experiências literárias e de leitura. Nascido em Fortaleza (CE), em 1963, Lira Neto é formado em Letras e Filosofia, mas fez carreira no jornalismo, atuando como repórter, editor de cultura e chefe de redação na imprensa cearense. No começo dos anos 2000, largou o cotidiano das redações para se dedicar à escrita de livros sobre personalidades brasileiras. Entre seus principais trabalhos, destacam-se Padre Cícero — poder, fé e guerra no sertão (2009), Castello: a marcha para a ditadura (2004) e Maysa: só numa multidão de amores (2007). Neste ano, lançou Uma história do samba, que conta o percurso do gênero musical brasileiro por meio das trajetórias de seus principais compositores e intérpretes. O encontro acontece no dia 12 de setembro, às 19h30, no auditório da Biblioteca Pública do Paraná (Rua Cândido Lopes, 133 — Curitiba / PR). A entrada é gratuita.

O ilustrador alemão Felix Scheinberger vem ao Brasil para lançar Sketchbook sem limites (GGBrasil) e aproveita para participar de um bate-papo com o público no Goethe Institut São Paulo (Rua Lisboa, 974 - Pinheiros, São Paulo – SP). No encontro, marcado para acontecer na próxima terça (12), o ilustrador revela como é sair da pressão interna e superar o medo da primeira página vazia maravilhosamente branca. Ele explica como é possível tornar o caderno de desenho um diário visual íntimo – apenas para seus olhos! – e torná-lo parte de sua vida de tal forma que você não queira perdê-lo, como um companheiro e fonte de inspiração. O evento gratuito acontece às 19h.

A segunda edição do Festival Literário Internacional de Belo Horizonte (FLI-BH) (14 e 17/09) oferecerá 16 oficinas voltadas para escritores, narradores de histórias, ilustradores, bibliotecários, educadores e leitores da cidade. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até 8 de setembro, por meio do site do festival. Dentre as oficinas oferecidas estão a de Escrita experimental da literatura brasileira; A criação de personagens; Metáforas visuais: a leitura do livro ilustrado, com Marilda Castanha (foto ao lado) e muitas outras. Com programação diversa e atividades gratuitas de valorização da literatura e fomento à leitura, o FLI-BH é realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura (FMC), em parceria com a terceira edição da Primavera Literária, da Liga Brasileira de Editoras Independentes (Libre).

Paris, 1933. Três jovens amigos se encontram no bar Bec-de-Gaz na Rue Montparnasse. Eles são Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir e Raymond Aron, companheiro filósofo que abre seus olhos para uma nova e radical maneira de pensar. A partir de então, Sartre vai criar sua própria filosofia - do amor e do desejo, da liberdade, dos cafés e garçons, das amizades e do fervor revolucionário. Sarah Bakewell conta a história do existencialismo moderno como um encontro apaixonado entre pessoas, mentes e ideias. De Sartre e Simone de Beauvoir ao seu círculo mais amplo de amigos e adversários, incluindo Albert Camus, Martin Heidegger, Maurice Merleau-Ponty e Iris Murdoch, No café existencialista (Objetiva / Companhia das Letras, 416 pp, R$ 59,90) é uma agradável jornada pelas correntes políticas, artísticas e sociais que moldaram o movimento intelectual que fascinou Paris e percorreu o mundo - um modo de pensar que até hoje nos afeta profundamente.

Leitor obstinado e escritor prolífico, Frei Betto chega ao seu sexagésimo livro. Não à toa ele se dedica, nesta obra que marca um feito tão notável, justamente ao ato de escrever, para ele uma verdadeira missão. Em Ofício de escrever (Anfiteatro / Rocco, 176 pp, R$ 29,50), ele discorre sobre seus hábitos, técnicas e os pequenos macetes que adquiriu com a experiência, oferecendo dicas preciosas para estudantes, professores e aspirantes a escritor. Mas sua análise não se restringe à sua própria obra. Ele também examina os processos criativos e a técnica de autores diversos, como William Shakespeare, Miguel de Cervantes, Tomasi di Lamepdusa, Antoine de Saint-Exupéry, T.S. Eliot e os mineiros Bartolomeu Campos de Queirós e Adélia Prado, entre outros, prestando uma verdadeira homenagem a seus escritores favoritos e à literatura.

O indivíduo deve ser livre para direcionar sua vida como preferir em tudo aquilo que não cause dano a terceiros. Homens e mulheres devem viver em igualdade. Essas premissas estão no cerne de Sobre a liberdade e A sujeição das mulheres (Penguin / Companhia, 384 pp, R$ 34,90), de John Stuart Mill (1806 - 1873). Ele enxergava três fontes de despotismo à sua volta - o Estado, o costume e a opinião pública. Graças a elas, os indivíduos passavam a vida numa existência atrofiada, sem experimentar seu verdadeiro potencial. Contra essa diluição dos indivíduos, Mill elaborou sua defesa da liberdade. Quanto às mulheres, Mill exige a plena igualdade legal - numa época em que elas sequer podiam votar - e defende que os homens se desvencilhem de antigos preconceitos. Essas obras poderosas convidam ao exercício de uma ética da liberdade e buscam a compreensão de hábitos e opiniões diferentes dos nossos. Trata-se de um pilar fundamental em tempos de intolerância e fanatismo como os de hoje.

Em celebração aos 125 anos do crítico literário e filósofo Walter Benjamin, a Boitempo publica Ensaios sobre Brecht (152 pp, R$ 39), coletânea traduzida diretamente do original em alemão. A edição vem acrescida de uma cronologia casada de Benjamin e Brecht e uma bibliografia recomendada sobre Brecht. A obra integra a coleção Marxismo e literatura, coordenada por Michael Löwy e estabelece um diálogo extremamente atual entre duas grandes mentes do século XX – dois exilados, dois alemães – ao apresentar a coletânea dos escritos de Walter Benjamin sobre a obra dramática e poética de seu amigo Bertolt Brecht, produzidos entre 1930 e 1939. Brecht e Benjamin se conheceram em meados da década de 1920, na Alemanha. Ambos marxistas, comprometidos com o potencial emancipatório das práticas culturais, divergiram e concordaram em tópicos tão variados como o fascismo e a obra de Franz Kafka. Com linguagem leve e esclarecida, Benjamin disseca esses escritos sobre as definições, os estudos e reflexões sobre o teatro de Brecht, dando ainda uma atenção especial sobre o conceito de "ator como produtor", além de tecer comentários sobre a poesia do dramaturgo.

Resultado de uma parceria entre o desenhista e pai da Turma da Mônica, Mauricio de Sousa, e o filósofo Mario Sergio Cortella, o livro Vamos pensar um pouco? (Cortez Editora / Mauricio de Sousa Produções, 80 pp, R$ 29,90) faz com que a arte da ilustração e a arte da filosofia se encontrem para dialogar com as crianças e jovens. As 35 lições que compõem o livro tratam de conteúdos que precisam ser pensados. Os textos abordam questões importantes do cotidiano, da filosofia de vida, e valores que elevam o ser humano, construindo momentos agradáveis de convivência. Além disso, a obra faz um convite para um bate-papo em diversos núcleos, “o que você acha disso”, explicando “o que acho disso”, e vendo quais os pontos que coincidem e os que exigem mais reflexão.