Com a proposta de discutir as questões político, econômicas e sociais mais urgentes com autores de obras icônicas e intelectuais proeminentes, começa hoje (5) e segue até o dia 8, no Tucarena, teatro da PUC-SP (Rua Monte Alegre, 1024, Perdizes - São Paulo / SP), o III Salão do Livro Político. A extensa programação do evento falará dentre outros assuntos, sobre a resistência indígena à revolução em curso das mulheres; a questão dos refugiados; e a proposta de privatização de bibliotecas às perspectivas do mercado editorial. Logo mais, às 19h, na abertura do evento, a ex-presidente Dilma Rousseff fará uma palestra sobre a crise brasileira. Já Ciro Gomes participa do encerramento, dia 8, em mesa que vai discutir as perspectivas para o país. Entre os convidados estão ainda Eleonora Menicucci e Marcio Pochmann. Esta edição do evento contará ainda com o Curso Livre Marx-Engels, além de projeção de filmes, exposição de charges do cartunista Gilberto Maringoni e oficina de cartazes. Na feira de livros estarão representadas cerca de 30 editoras que oferecerão livros com descontos de até 50%. O evento é gratuito e a programação completa pode ser conferida clicando aqui.

O Gourmand World Cookbook Awards, maior premiação internacional de editoração de gastronomia e vinhos, fez sua cerimônia de entrega dos prêmios no último dia 27. No ano passado, o PublishNews ficou em primeiro lugar na categoria Book Magazine. Já este ano, 13 livros brasileiros foram premiados, dentre eles a obra Paris-Brest (Companhia Editora Nacional), de Alexandre Satut, que foi pessoalmente receber o prêmio na China. Seu livro ficou em primeiro lugar na categoria França, e Detox dia a dia (Alaúde), da nutricionista Astrid Pfeiffer, ficou em segundo lugar na categoria Best Diet Cookbook. Na categoria Wines & Drinks books, os vencedores foram: Vinhos da Borgonha (Melhoramentos), de Jean Claude Cara e Ligia Maria Salomão Cara e Minas Gerais fazendas & sabores do café (Boccato), de Clesio Barbosa. Em Cookbooks, os premiados foram Todas as sextas (Melhoramentos), de Paola Carosella; Pratos da boa lembrança (Inova), de Anesio Fassina Filho; Sanduíches especiais (Senac), de Eduardo Mandel, Vinicius Martini e Felipe Vianna; A culinária vegana (Sesi-SP), de Roberto Juliano, Por amor ao sabor (Alaúde), de Dalton Rangel; Queijos do Brasil (Mescla / Summus), de José Osvaldo Albano do Amarante; Floresta, cacau, chocolate (Senac), de Luiza Olivetto e Diego Badaró; Alimento, movimento & alma, de Lucyane Crosara (Sesi); e Misture a gosto (Melhoramentos), de Ana Luiza Trajano.

Ancelmo Gois noticiou que a Bem-Te-Vi suspendeu novas publicações. “A crise levou o brasileiro a cortar a compra de livros”, constata o editor Sebastião Lacerda, que, junto com Vivi Nabuco, fundou a editora, em 2002. No período, a Bem-Te-Vi lançou dezenas de livros importantes como, por exemplo, Os diários de Joaquim Nabuco (1873-1910), organizados pelo historiador Evaldo Cabral de Mello e que permaneceram inéditos durante quase um século.

A Amazon vai, pela primeira vez, à Flip, noticiou a coluna Babel. No sábado, 29, ela faz um pitching com 10 autores independentes (as inscrições serão anunciadas nos próximos dias). Eles apresentam seus projetos/livros para profissionais do mercado editorial, que fazem uma avaliação. Fora isso, haverá um workshop sobre autopublicação. Tudo na Casa Santa Rita da Cassia, comandada por Cassia Carrenho, ex-gerente comercial do PublishNews. A coluna noticiou ainda que o angolano José Eduardo Agualusa virá ao Brasil para uma série de lançamentos de A sociedade dos sonhadores involuntários (Planeta). O primeiro será na Flip. Depois, passa por São Paulo, Recife e Belo Horizonte.

Parceria entre a editora Lote 42, a fabricante italiana de papel Fedrigoni, a Associação Brasileira de Encadernação e Restauro e o Istituto Europeo di Design, a Casa do Papel, que será montada na Flip (26 a 30/7) para oficinas, exposições e experiências gráficas, acaba de ganhar mais uma função. Segundo noticiou a coluna Babel do último sábado, serão abertas nesta semana as inscrições para uma residência gráfica que será realizada lá. Serão selecionados quatro artistas que, sob a supervisão de Gustavo Piqueira, da Casa Rex, vão trabalhar num livro com crônicas de Lima Barreto publicadas em jornais. Da concepção do volume à encadernação – tudo será feito na casa, que hospedará os artistas e estará aberta ao público. O lançamento será no último dia da Flip.

Em sua coluna, Sonia Racy noticiou que os diários de Franz Kafka serão publicados pela primeira vez no Brasil em edição integral, pela editora Todavia, com tradução de Sérgio Tellaroli. Antes, o leitor tinha que ler os diários em outras línguas para saber como foi a inspiração do escritor, ao criar o clássico Metamorfose, ou como era sua relação com namoradas e amigos. A editora também comprou os direitos do primeiro volume de diários de Ricardo Piglia, que deve sair em outubro.

Sabe o livro de Rebecca Dorey-Stein, a ex-taquígrafa de Obama, contando a sua experiência na Casa Branca? From the corner of the Oval, ainda em produção, sairá aqui pela Globo Livros. A obra, que teve os direitos comprados pela Universal Pictures, revela histórias inéditas, como reuniões secretas feitas a bordo do Air Force One. As informações são da coluna de Ancelmo Gois.

Em sua coluna, o "coleguinha" Ancelmo Gois conta que o livro Os espiões (Alfaguara), de Luis Fernando Veríssimo, lançado aqui em 2009, será editado na Tailândia, pela editora Book Moby Press.

O escritor espanhol Juan Goytisolo morreu no último domingo (4), aos 86 anos, em Marrakesh, onde viveu desde os anos 1980. “Morreu de causas naturais, em sua casa”, disse à EFE fontes ligadas ao Consulado da Espanha em Casablanca. Ele será enterrado no Marrocos, como era sua vontade. O destino de seus restos mortais será o Cemitério de Larache, onde está enterrado o francês Jean Genet, escritor que Goytisolo admirava e, como ele, homossexual assumido. Nascido em 6 de janeiro de 1931, em Barcelona, ganhou importantes prêmios, com destaque para o Cervantes, o mais prestigioso da literatura espanhola, em 2014. Voz crítica e heterodoxa, interlocutor entre as culturas europeia e islâmica, viveu uma vida nômade e universal, que também se reflete em sua literatura.

A enchente invadiu a casa já humilde, com chão de cimento batido e paredes de tijolos sem rebocos, erguida no distrito de Várzea do Una - lugar onde o rio se encontra com o mar no município de São José da Coroa Grande, Zona da Mata Sul de Pernambuco. Era domingo, dia de descanso e brincadeiras quando a chuva intensa chegou. A água, que continuava a subir, virou ameaça. Dona Maria Ivânia recomendou à neta que salvasse o mais importante. Hora de partir. Rápido. Vá. Rivânia tem 8 anos. Com um vestidinho vermelho de alcinhas e pés descalços, ela pegou uma mochila e enfrentou o medo. Subiu numa jangada, como as que servem para encantar turista nesse lugar paradisíaco em dias de sol intenso, e ajoelhou-se. “Naquela hora a menina fechou os olhos e rezou pedindo proteção a Deus”. O relato foi feito por ela ao padre Jerônimo de Menezes, que a visitou na segunda-feira pós tragédia. Rivânia, conhecida nas redondezas pelo apelido “Ri”, queria salvar a sua própria vida, a vida da avó dona Maria, do avô Eraldo, alguns livros e um pouco do seu material escolar. O maior tesouro da menina, aquele que estava protegido sob os seus braços magros, era a mochila de contornos rosa pink e listras coloridas que leva consigo todos os dias para a aula na escola municipal onde estuda. Agarrada com a bolsa, apoiou seu pequeno rosto e respirou fundo em busca de esperança. “Eu diria que é um elogio muito forte à educação. Me tocou profundamente”, emendou o padre Jerônimo, que visitou a família quando estava percorrendo a comunidade de Várzea do Una para averiguar os prejuízos causados e oferecer ajuda. A família de Rivânia voltou à casa onde reside. Continua em situação precária.

Lauro Jardim, na sua coluna em O Globo, conta que chega nesta semana às livrarias a edição definitiva de Romance d'A Pedra do Reino, clássico de Ariano Suassuna. O autor mexeu no texto diversas vezes nos dez anos anteriores à sua morte, e os últimos apontamentos foram incluídos na reedição da editora Nova Fronteira. O manuscrito de Ariano indica mudanças, inclusive, nos nomes de personagens. Resgata, por exemplo, figuras como Mestre Serafim, do seu primeiro livro, A história de amor de Fernando e Isaura. A intenção era interligar as suas histórias e fazer de sua obra uma só.

A prefeitura de Vitória decidiu retirar das salas de aula o livro Enquanto o sono não vem, que sugere o matrimônio entre um pai e a filha. A obra de José Mauro Brant, da Editora Rocco, está no Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), segundo o Ministério da Educação (MEC). No livro, há um conto que fala do pedido de casamento de um pai para uma das filhas e, no final, ela acaba morrendo presa por não aceitar o pedido. O livro é destinado a alunos de primeiro ao terceiro ano, entre 6 e 8 anos. Nele o conto intitulado A triste história de Eredegalda fala de um rei que pede uma das três filhas em casamento. A proposta do pai é que a mãe da menina seja criada deles. Ao recusar o convite do pai, a história conta que a menina é presa em uma torre, onde passa sede. Ao pedir à mãe e às duas irmãs para beber água, ela não recebe ajuda por ameaças de morte do pai. No final ela acaba aceitando o convite do pai para se casar, mas ele resolve fazer um desafio com três cavaleiros: o que chegasse primeiro com um jarro d’água ganharia a mão da filha. Essa oferta, no entanto, não é explicada na história. O conto mostra que a menina morreu antes. A prefeitura de Vitória informou, na tarde desta quarta-feira (31), que os livros serão remetidos ao MEC com um parecer técnico pedagógico. O MEC confirmou a presença do livro no PNAIC, mas disse que o processo foi realizado na gestão anterior, em 2014. Na nota, o MEC diz que está revendo todo o processo de seleção dos livros visando a melhoria da qualidade da educação e não citou o livro específico.

O livro Oração de São Francisco – Turma da Mônica (Ave-Maria, 40 pp, R$ 19,90) traz aos leitores a oração da paz de São Francisco de Assis. Ele era de uma família muito rica, mas abandonou todos os seus bens materiais para viver uma vida simples, mostrando, assim, que não é preciso muito para ser feliz, tentando, em tudo, imitar o seu maior mestre, Jesus Cristo. Cada trecho da oração é acompanhado de uma ilustração especial de Mauricio de Sousa, para que a criança se identifique da melhor maneira possível. A Oração de São Francisco é uma das mais bonitas preces que existem. Rica em beleza e revestida de simplicidade. É um apelo à paz, ao amor e à esperança. Não esperemos que os outros façam aquilo que só nós podemos fazer. Se queremos um mundo novo, é preciso que o renovemos em nossos gestos mais simples e a oração deste livro servirá como inspiração.

O cartunista e ilustrador Paulo Caruso, com mais de 20 livros publicados retratando a história política brasileira através da caricatura e do humor e desenhos publicados nos principais veículos de comunicação do país, ilustra livro infantil Chapeuzinho do Avesso (M. Guarnieri Editorial, 24 pp, R$ 35), de duas autoras pré-adolescentes Ana Luisa de Souza e Elena Corigliano. O livro, fartamente ilustrado, traz a história de Chapeuzinho Vermelho cansada de ser conhecida e lida por crianças com menos de quatro anos de idade querendo ser moderna como Rapunzel ou Elsa. Para tanto, resolve jogar todos os livros infantis num mixer (espécie de liquidificador) para ver o que acontece. Peter Pan vira Cinderela e tem um embate épico com o Capitão Gancho. A maior confusão. A missão de todos é procurar o Mago Merlim, o único que não foi transformado, para fazer tudo voltar ao normal.

A mensagem inspiradora do romance Extraordinário, agora dirigida ao público infantil em um livro ilustrado. Extraordinário é um romance apaixonante e inspirador, que já tocou a vida de quase meio milhão de leitores só no Brasil. Publicada pela primeira vez em 2013, a história que acompanha o carismático Auggie Pullman, um menino de dez anos com uma grave deformidade facial que começa a frequentar a escola pela primeira vez, ganha agora uma edição dedicada às crianças, cuidadosamente pensada e elaborada com a intenção de levar a elas a forte mensagem de inclusão e gentileza que a autora R J Palácio imprimiu à sua obra. Resgatando elementos da história original e inserindo os personagens em um mundo ilustrado que representa a imaginação do menino, Somos todos extraordinários (Intrínseca, 32 pp, R$ 19,90) vai deliciar todos os que já se emocionaram e os que ainda vão se emocionar com essa incrível história de superação, amizade e, acima de tudo, amor.

O que se esconde debaixo do mar? O que se esconde debaixo do sono? Será que um mergulho pelos segredos das águas ocultas, no fundo, é um mergulho pelos desvãos insólitos dos sonhos? Pois é assim, na interseção entre o onírico e o aquático, que Luiz Silva apresenta a viagem de Allan. Numa noite de lua cheia e de cesta cheia de peixes, o mundo de repente se enleva em surpresas. Animais aquáticos e aves misteriosas, chaves e redemoinhos. A linha que guia a pesca dirige, também, o desdobrar sinuoso do inconsciente — com seu emaranhado desconcertante. Pois é assim, entre a linha e o emaranhado, que se constrói a história de Os estranhos sonhos de Allan (Zit, 32 pp, R$ 32,60). Não há palavras. Mas, em total silêncio, como na realidade dos sonhos, emergem imagens que se desdobram em atmosferas vertiginosas. Desenhos com um quê expressionista para ilustrar os tons surreais, exuberantes, daquilo que agita o fundo da mente.