Parceiros da Festa Literária de Paraty receberam, na tarde desta terça-feira (23), um e-mail enviado por Mauro Munhoz, diretor da Casa Azul, organizadora do evento que acontece em julho, informando uma mudança radical na edição de 2017. A Tenda dos Autores, que ficava do outro lado do canal que limita o centro histórico da cidade, não será montada. A programação que lá acontecia será realizada na Igreja Matriz. Uma adaptação está sendo feita para que o espaço se adeque ao evento, com a retirada temporária do sacrário e recursos cenográficos e técnicos que permitam ao público a manutenção da "experiência Flip". O telão, que permite que os frequentadores assistam aos debates gratuitamente, será instalado voltado para a Praça Matriz onde está construída a igreja.

Na edição desta última segunda-feira (22), o Estadão trouxe, na coluna Direto da Fonte, uma entrevista com Charles Cosac, feita pela repórter Maria Fernanda Rodrigues. No papo, o diretor da Biblioteca Mário de Andrade diz que procurou algumas editoras para comprar livros com desconto. “Não estou pedindo livro de graça, mas que me deem 50% de desconto como dão para as livrarias”, disse o ex-editor. Nessa mesma parte da conversa, Cosac diz que a Companhia das Letras, Rocco e Globo já toparam o negócio, mas que está “numa guerra feia com a Autêntica, que ofereceu 20%”. O PublishNews falou com Rejane Dias, diretora executiva da Autêntica. Ela confirmou que a editora foi procurada por Charles que demonstrou interesse em comprar 86 exemplares de títulos do catálogo da Autêntica com 50% de desconto. Como contraproposta, a editora ofereceu dar 30% (não 20% como o diretor disse à coluna), com o frete cortesia. “A negociação nem chegou ao fim, mas dificilmente a gente daria mais desconto do que 30%. Além das Bienais, nós participamos de cerca de 200 eventos por ano. Em nenhum desses, nós fazemos vendas direta de livros. Usamos sempre os livreiros e os distribuidores que são nossos parceiros. E com as bibliotecas, é a mesma coisa. A gente não faz vendas diretas. Queremos que livreiros e distribuidores tenham a chance de vender para as bibliotecas também. Eu tenho um apreço especial pela Mário de Andrade, como por qualquer outra biblioteca pública no Brasil, mas não quero tirar a chance do livreiro e do distribuidor venderem para elas. Vou respeitar a cadeia do livro”, defendeu enfática.

Maio vai adentrando na sua segunda metade enevoado em mistérios. A instabilidade política reina. As dificuldades econômicas persistem. Recentemente, foram divulgados pelo PublishNews os resultados da última Pesquisa Fipe, indicando, entre outras informações preocupantes, que o mercado editorial teria recuado 5,2% em 2016 se comparado ao ano anterior. E que, para piorar, o cenário de retração poderia ser ainda pior. Vários posicionamentos se sucederam, alguns a tentar aproximar resultados de diferentes pesquisas, outros a se questionar sobre o que fazer em momento tão bicudo: contra-atacar ou retroceder à espera do fim da tempestade? Mas, e se a chuva demorar muito mais a passar? Também veio à baila uma discussão sobre a arte de editar em tempos de crise: devem os editores investir em métodos de algum modo científicos ou mercadológicos para descobrir o que os leitores desejariam ler? Como fazer os leitores irem ao encontro dos lançamentos, uma vez que os editores não conhecem “por dentro” a cabeça deles? É possível alguma programação a partir do que está acontecendo, ou seja, transformar essa “leitura de mercado” em produto eficaz? Mas, o que está acontecendo? E o que publicar? Um coletivo de editores independentes busca resposta para todas essas perguntas. Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra deste artigo.

Muitos coletam textos curtos publicados em Facebook e em seus blogs, e de imediato começam a pensar em um primeiro livro. Caso não tenham desenvolvido um bom número de leitores e seguidores, esses candidatos a autor logo descobrem que uma editora dificilmente investirá na sua obra, o que os leva a decidir-se pela autopublicação. Hoje, graças às facilidades de publicação e a novos ventos intelectuais, há certa tolerância com o primeiro passo e é aceitável que numa obra primeira cometamos erros, excessos, reduções e até imprecisões. Afinal o suporte livro é uma conquista e tanto e, creio, merece constar na vida de todos os que valorizam as ideias e a escrita como um instrumento de afirmação cultural e, porque não, social. Mas para se fazer carreira e prosseguir publicando, é preciso estudo e nos dedicarmos à muita, mas muita leitura. Há, junto desse esforço, que se procurar o mais acertado para nosso trabalho, seja com conversas com autores já experientes ou com o editor e consultor mais acessível para as dicas essenciais. Também é preciso atitude e autocrítica. E essa autocrítica só se constrói com o passar dos anos, o que, muitas vezes, faz pensar que um próximo livro precisa ser muito melhor do aquele primeiro, para que possamos seguir publicando e ganhando leitores. Clique no Leia Mais e acesse a íntegra desta coluna.

A Ubiqui, plataforma de gestão de cadastro e distribuição de metadados de livros, acaba de colocar no ar mais um módulo que permite a o gerenciamento de diversas contas de marketplace em um só ambiente. “A grande vantagem é que, através do nosso painel, você se comunica com todos os marketplaces de uma só vez. Envia seu catálogo, recebe pedidos e realiza interações, como envio de notas fiscais e sinalização de entregas”, explica Rafael Schaffer Gimenes, diretor geral da empresa. O novo módulo sai integrado à B2W (Submarino, Americanas e Shoptime) e, em breve, Schaffer promete que estará disponível também para Amazon, CNova, Walmart e Mercado Livre. A plataforma não cobra mensalidade pelo serviço. É cobrada apenas uma taxa por cada pedido recebido. Para o lançamento, a Ubiqui criou uma promoção: a taxa por cada pedido é de 1%, limitado a R$ 0,99 por pedido.

A Biblioteca Pública do Paraná (BPP - Rua Cândido Lopes, 133, Centro – Curitiba / PR) recebe, nesta sexta (26), Alberto Manguel, escritor e diretor da Biblioteca Nacional da Argentina. Com início às 19h30, o evento faz parte das comemorações de 160 anos da BPP, completados no dia 7 de março. Autor de dezenas de livros, Manguel vai falar sobre sua experiência como leitor, a íntima relação que mantém com as bibliotecas, além de outros assuntos relacionados à sua própria obra ficcional. Além de ter escrito vários romances, Todos os homens são mentirosos, Stevenson sob as palmeiras, entre outros, Manguel também é reconhecido por suas obras de não ficção, como Uma história da leitura e A biblioteca à noite, livros que — a partir da vivência do autor — tratam do encantamento do ser humano com a leitura e os livros ao longo dos séculos. A entrada é gratuita e haverá tradução simultânea da palestra.

Há 50 anos, Guy Debord publicou um dos livros mais importantes do século XX, que influenciou os movimentos de maio de 1968 e praticamente antecipou a chegada do século XXI: A sociedade do espetáculo, que acaba de ganhar uma nova edição pela Contraponto. Além de prólogo assinado pelo ensaísta argentino Christian Ferrer, a nova edição ganha dois trabalhos posteriores escritos pelo próprio Debord. Para marcar o lançamento da reedição, a editora realiza, nesta quarta-feira (24), o evento A sociedade do espetáculo - uma jornada audiovisual, a partir das 16h30, no auditório CPM da Escola de Comunicação da UFRJ (Av. Pasteur, 250 - Praia Vermelha, Rio de Janeiro / RJ). O evento terá mediação de Consuelo Lins, exibição de filme e palestra de Ivana Bentes e Anita Leandro sobre o livro. Já no dia 31 de maio, Paula Sibília, autora de O show do eu: A Intimidade como espetáculo, fala da sua obra e os desdobramentos do espetáculo junto com Tadeu Capistrano, também acadêmico e criador do selo arte-físsil da Contraponto. O evento acontece no Centro Cultural Hélio Oiticica (Rua Luís de Camões, 68 - Centro - Rio de Janeiro / RJ), às 17h. Os eventos têm entrada gratuita, mas sujeita à lotação.

Com o objetivo de integrar cada vez mais o público ao universo literário, a Biblioteca Parque Villa-Lobos (Av. Professor Fonseca Rodrigues, 2001, Alto de Pinheiros – São Paulo / SP) realiza, neste sábado (27), das 15h30 às 17h, mais uma edição do encontro Viagem Gastronômica. A edição deste mês convida os participantes a viajarem pela obra Dois Irmãos, do escritor amazonense Milton Hatoum, que ganhou o prêmio Jabuti em 2001 e foi tema de minissérie Global em 2016. O romance narra os desafetos e os conflitos entre dois irmãos de uma família de imigrantes libaneses que vive em Manaus. A atividade gratuita, indicada para maiores de 16 anos, será ministrada pela historiadora Dolores Freixa com participação de Solange Botura, professora de técnicas de cozinha brasileira e eventos gastronômicos. Juntas, elas ensinarão a preparar um cardápio inspirado na obra: sopa de lentilha com aromas árabes, tabule e pudim de tapioca com coco, que lembram os aromas e os costumes alimentares do Norte do Brasil.

Cinema, literatura e história se misturam no livro Participação italiana no cinema brasileiro (328 pp, R$ 120), de Máximo Barro, que será lançado logo mais, às 19h, no Istituto Italiano di Cultura da cidade (Av. Higienópolis, 436 - São Paulo / SP). Para debater a temática com o público, além do autor, o evento também contará com a presença do senador italiano Fausto Longo. A obra bilíngue (português e italiano), lançada pelo Istituto em parceria com Arteon e SESI/SP editora, traz um vasto índice biográfico dos italianos que trabalharam ou prestaram algum tipo de contribuição ao cinema brasileiro, sejam eles intérpretes, diretores, fotógrafos, roteiristas, cenógrafos e participantes de outros setores. O leitor também encontrará nas páginas do livro como esses italianos recém-chegados ao Brasil se voltaram para o âmbito artístico, principalmente, o cinematográfico. A entrada é franca.

A 33ª Feira do Livro de Brasília está com as inscrições abertas até esta quinta (25) para autores com livros publicados de março de 2016 até junho de 2017. Os escolhidos entrarão na programação oficial do evento e no espaço de lançamento de livros, o Lancódromo. A Feira acontecerá de 16 a 25 de junho, no shopping Pátio Brasil (Setor Comercial Sul Quadra 07 Bloco A - Asa Sul, Brasília / DF). O evento espera reunir 260 mil pessoas e movimentar mais de R$ 5 milhões em vendas de livros. Mais de 80 expositores entre livrarias, editoras, entidades literárias e órgãos publicadores estarão presentes com seus produtos intelectuais. Autores como o poeta-filósofo Antônio Cícero, o escritor acadêmico João Almino, o premiado escritor Cristovão Tezza, Milton Hatoum, Ana Miranda e Thalita Rebouças são alguns dos convidados confirmados. Para inscrições e outras informações é só mandar um e-mail para feiradolivrodebrasilia2017@gmail.com.

Em janeiro de 1928, Stálin embarcou num trem com destino à Sibéria, onde faria a grande aposta de sua vida política. Estava prestes a lançar o mais radical programa de replanejamento social já imaginado: a coletivização da agricultura e da indústria por toda a União Soviética. Milhões morreriam, mas ele iria até o fim contra toda resistência e dúvida. Como Stálin chegou a este ponto? De onde veio um poder tão desmedido e monstruoso? Produto de uma década de pesquisas meticulosas, este livro, Stálin – paradoxos do poder (Objetiva / Companhia das Letras, 1112 pp, R$ 119,90) — o primeiro de três volumes — apresenta o retrato mais convincente já publicado sobre a chegada de Stálin ao poder. Stephen Kotkin apresenta revelações surpreendentes e uma visão íntima da geografia interna do regime bolchevique. O autor expõe de forma brilhante a sequência de catástrofes que eliminaram as estruturas sociais, o exército, os rivais e os próprios colegas que se colocaram no caminho de Stálin.

A autobiografia de Fidel Castro (LeYa, 624 pp, R$ 74,90) revela um Fidel como você nunca imaginou. O premiado jornalista e escritor Norberto Fuentes já foi um revolucionário com acesso privilegiado ao círculo mais íntimo de Fidel Castro, durante os anos mais desafiadores da Revolução Cubana. Mas, no final dos anos 1990, quando o regime começou a mandar os seus velhos camaradas para o paredão, ele se tornou “o homem que sabia demais”. Escapou de uma sentença de morte e, vivendo no exílio, escreveu uma satírica e cativante “autobiografia” do líder cubano. Utilizando a mesma linguagem arrogante e sedutora de Fidel, o livro discute desde as primeiras experiências sexuais de Castro, passando por seus verdadeiros sentimentos por Che Guevara, à sua filosofia sobre temas como assassinato, legado e segredos de Estado. Aclamado pela crítica, Fuentes já foi chamado de “correspondente cubano de Norman Mailer”. Esta “autobiografia”, perversamente divertida e verdadeira, é tão imaginativa e exagerada quanto o próprio Castro.

Fruto de mais de uma década de trabalho, Beethoven: angústia e triunfo (Amarilys, 1056 pp, R$ 189) é uma biografia escrita por Jan Swafford que alia rigor e entusiasmo ao oferecer um retrato detalhado da vida e da obra do compositor alemão. Ele mesmo um compositor renomado, Swafford comenta a evolução do trabalho de Beethoven em análises ao mesmo tempo eruditas e acessíveis, sem perder de vista o leitor leigo. Além da compreensão profunda do músico revolucionário, Swafford busca fontes até então pouco exploradas para retraçar a vida íntima do homem, desfazendo mitos persistentes e descobrindo novos detalhes sobre as principais influências formadoras do autor da Nona Sinfonia. Ludwig van Beethoven (1770-1827) personificou a formação de uma sensibilidade moderna na música. Foi contemporâneo do Iluminismo alemão e símbolo do Romantismo europeu, colecionador de frustrações amorosas, vítima de uma surdez progressiva que se manifestou no auge da fama, criador de obras que desafiaram os limites de seu tempo, levaram ao desenvolvimento de instrumentos novos e seguem sendo o ponto alto de sua arte.

A trajetória de Eduardo Araújo se confunde com o nascimento do rock nacional. O cantor foi coroado Rei do Rock em Minas Gerais e, em 1958, com a cara e a coragem, chegou à rádio Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro, para pedir uma chance. Em Pelos caminhos do rock (Record, 252 pp, R$ 44,90), Eduardo divide com fãs e leitores histórias e curiosidades sobre sua carreira e sobre os primeiros passos do estilo musical no país, resgatando o trabalho de bandas como Mutantes, Som nosso de cada dia, Terreno Baldio, Made in Brazil e O terço. O livro conta ainda sobre a mudança do cantor para São Paulo, seu tempo como apresentador da TV Excelsior e seu encontro com os integrantes da Jovem Guarda. Com sinceridade, O Bom fala da vida pessoal, da busca pela espiritualidade e do encontro com Silvinha, que se tornaria sua companheira não apenas nos palcos, mas na vida.