Em 2012, a britânica Pearson, orginalmente dona da Penguin, e a alemã Bertelsmann, dona da Random House, se fundiram e formaram a gigante Penguin Random House, hoje, o quinto maior grupo editorial do mundo. À época, ficou acertado que a Bertelsmann ficaria com 53% das ações e a Pearson com os 47% restantes. Nesta quarta-feira (18), John Fallon (na foto ao lado), CEO da Pearson, anunciou que, diante dos resultados piores do que os esperados em seu negócio em 2016 e da revisão dos lucros para 2017, a empresa decidiu sair da sociedade e colocou a sua participação à venda. As vendas nos EUA, especificamente de obras de CTP para o ensino superior, foram muito piores do que o previsto. No quarto trimestre, as vendas caíram 30% na comparação com o mesmo período do ano anterior, fechando 2016 com queda de 18% nas vendas diante dos resultados de 2015. Logo depois do anúncio, o presidente-executivo da Bertelsmann, Thomas Rabe, disse em comunicado que a empresa está aberta para aumentar a sua participação na Penguin Random House, desde que os termos financeiros sejam justos. Isso, na opinião do dirigente, possibilitaria o reforço da sua presença nos EUA. Clique no Leia Mais e saiba outros detalhes deste anúncio.

Toninho Mendes, à frente da Circo Editorial, foi o responsável por jogar luz numa turma de quadrinistas que fez história no Brasil. Nomes como Angeli, Glauco e Laerte foram lançados pela editora criada por Toninho que morreu nesta quarta-feira (18), vítima de um acidente doméstico. Mendes, que fechou a Circo em 1995, tocava atualmente a editora Peixe Grande. No seu perfil no Facebook, Laerte, chamou Mendes de “herói do quadrinho brasileiro”. Adão Iturrusgarai também lamentou a morte de Toninho e disse que o editor foi “fundamental para o quadrinho moderno brasileiro”. O velório do editor acontece no cemitério do Araçá (Rua Dr. Arnaldo, 666 – São Paulo / SP) até as 13h desta quinta-feira (19). Em seguida o corpo segue em cortejo até o cemitério Parque dos Pinheiros (R. Ushikichi Kamiya, 71 - Vila Nova Galvão, São Paulo / SP) onde será sepultado.

Depois de bater um papo com Pedro Herz, no Sala de Visitas, canal de entrevistas da Livraria Cultura, André Palme escreve um importante artigo sobre o "Universo Digital", esse espaço onde tudo é possível e cheio de oportunidades tanto para a venda quanto a divulgação de livros. "As pessoas acessam o universo digital o tempo todo para buscar informação, para seu entretenimento, comprar produtos digitais e também produtos físicos. Ou seja, o universo digital não é só um ambiente para venda de livros e conteúdos digitais, mas também de livros impressos", observa. Para ele, o universo digital conecta, de maneira mais direta e rápida, quem busca conteúdos (o leitor) com quem produz esse conteúdo (seja uma editora ou um autor que se autopublica). Como tirar vantagens deste universo? No artigo que pode ser acessado clicando no Leia Mais, Palme elenca seis possibilidades e ferramentas que podem ser usadas nessa aproximação.

Na última Feira do Livro de Frankfurt, uma menina de aparência frágil, arrebanhou uma pequena multidão no estande da HarperCollins. Era Nujeen Mustafa, uma garota de 17 anos com paralisia cerebral e, por isso, presa a uma cadeira de rodas. Mesmo sem poder frequentar a escola na Síria, seu país de origem, ela aprendeu inglês sozinha, assistindo a novelas americanas na TV. Quando sua cidade se transformou no epicentro do combate brutal entre os militantes do Estado Islâmico e os soldados curdos apoiados pelos EUA, em 2014, ela e sua família foram obrigados a fugir. A sua biografia -- Nujeen: a incrível jornada de uma garota que fugiu da guerra na Síria em uma cadeira de rodas --, escrita em parceria com Christina Lamb (a mesma coautora do best-seller mundial Eu sou Malala), sairá no Brasil em março, publicada pela Universo dos Livros.

A plataforma Skoob, rede social dos leitores, divulgou essa semana a lista dos 10 livros mais lidos, desejados, trocados e os favoritos de 2016. Na lista dos livros mais lidos, o vencedor foi Como eu era antes de você (Intrínseca), de Jojo Moyes, que foi marcado como lido por quase 29 mil usuários. Em segundo e terceiro lugar ficaram O orfanato da Srta. Peregrine para crianças peculiares (LeYa), de Ransom Riggs e Depois de você, também de Jojo Moyes. Nas outras listas, os mesmos livros ficaram no pódio, sendo que na dos mais trocados, A garota do trem (Record), de Paula Hawkins ficou na terceira posição no lugar de Depois de você; e na lista dos favoritos, Harry Potter e a pedra filosofal (Rocco), de J. K. Rowling e O pequeno príncipe (Agir), de Antoine de Saint-Exupéry ficaram com o segundo e terceiro lugares.

Neste sábado (21), das 11h às 13h, a Casa do Saber (Rua Dr. Mario Ferraz, 414, Jardim Paulistano – São Paulo / SP) oferece o curso Publicar um Livro: da Concepção ao Leitor, ministrado por Daniel Pinsky, especialista no mercado editorial e em livros digitais. O encontro apresenta um panorama sobre autopublicação, desde os aspectos de concepção da obra, passando pelos papéis do autor e das editoras, até as possibilidades de distribuição e comercialização do livro. Apresenta também o “making off” das editoras comerciais e suas especificidades. Daniel mostrará ainda as etapas no processo de publicação e a importância do trabalho das editoras na qualidade final da obra, com especial ênfase em como escolher uma editora e as vantagens e desafios da autopublicação. A aula também está disponível na versão online e o investimento é de R$ 180.

A Aleph começou o ano com uma novidade, um novo site que entrou no ar essa semana. A nova plataforma, além de possibilitar o contato dos leitores com a empresa, disponibilizará mais conteúdo relacionados às suas obras, em vídeos e textos. Se antes a editora já oferecia materiais que traziam reflexão e crítica sobre os livros, incluindo materiais extras, como introdução dos autores, entrevistas, artigos de especialistas e glossários, agora, com o novo site, a Aleph pretende expandir isso para o online com o objetivo de se aproximar ainda mais dos leitores. “O contato e o respeito pelo leitor final sempre foram um norte para a Aleph, e o nosso site agora faz parte de um sistema focado nisso, junto com canal no YouTube, redes sociais e eventos”, acrescentou Adriano Fromer, sócio diretor da Aleph. O site estreia com um presente para os leitores: 50% de desconto em obras de Star Wars e 40% no livro Alien, "novelização" do grande clássico dos cinemas que foi escolhido como “livro da semana”. Para o segundo semestre, a Aleph prepara um blog, que trará a colaboração de alguns parceiros e jornalistas.

Depois de fazer sucesso na plataforma Wattpad, o primeiro livro do jornalista José Mario Costa, Primeira página, está em pré-venda em uma campanha de crowdfunding na plataforma Kickante. A obra autor mescla ficção com críticas sociais e convites à reflexão sobre comportamento humano e a relação da imprensa com a sociedade. A protagonista da trama é Clara Gabo, uma repórter carioca em início de carreira, que não mede esforços para atender à menina que lhe pediu ajuda por telefone. Mesmo que isso signifique contrariar orientações de sua chefia e colocar a própria vida em risco. A meta do livro, até o fechamento desta edição estava em 51% e ainda faltam 21 dias para o término da campanha.

O jornalista José Arruda Silveira lança logo mais, às 18h, no sétimo andar da sede da ABI (Av. Araújo Porto Alegre, 71 – Rio de Janeiro / RJ) o livro O poder da sombra (Lamparina, 128 pp, R$ 35). Fruto de extensas pesquisas e entrevistas com personagens reais, o livro aborda de maneira fiel vários aspectos da formação do povo de São Paulo, principalmente da emigração italiana no estado. A obra relata a saga e os conflitos de diferentes gerações de empresários e políticos da região onde o autor nasceu e foi criado. Nas palavras de José Arruda, “o livro retrata de forma metafórica o Brasil político de hoje. Herdamos de nossa sociedade cortesã costumes que se perpetuaram na política, na economia e nos negócios, e causam tantos males ao país".

Desdobrando as análises de André Singer sobre o “lulismo”, As contradições do lulismo (Boitempo, 288 pp, R$ 52) busca incorporar uma avaliação sobre o “ensaio desenvolvimentista” tentado pelo governo Dilma no marco do pós crise internacional de 2008 e oferecer uma interpretação original sobre o saldo do percurso lulista desde a vitória do PT nas eleições presidenciais de 2002 no contexto mais amplo da experiência modernizadora brasileira. Nas palavras da economista Leda Paulani, que assina o texto de orelha do livro, os ensaios reunidos nele revelam que “o lulismo repetiu como farsa a tragédia do sonho desenvolvimentista anterior, que durou 50 anos e foi desfigurado pelo conservadorismo militar”. Inspirados pelas observações de Chico de Oliveira de que o capitalismo brasileiro se caracteriza pela combinação do arcaico e do moderno eternamente reproduzida, os oito capítulos registram as contradições e ambiguidades que moldaram o período de 2008-2014.

Em Perigosas pedaladas (Geração Editorial, 336 pp, R$ 49,90), o jornalista João Villaverde explica, de forma clara e acessível, o que foram as “pedaladas fiscais”, como foram as disputas dentro do governo Dilma Rousseff para encerrar a crise, como essas operações foram investigadas e como, finalmente, a presidente foi destituída. O livro alerta para o que poderia ser uma política econômica para o futuro. O autor defende que, em todos os momentos de grave crise, diversas reformas – sociais, políticas e até culturais – surgiram. Foi assim logo após a Revolução de 1930, após o golpe militar de 1964, mais tarde durante a “década perdida” dos anos 1980 e também após a quase falência dos bancos públicos e do próprio governo no fim dos anos 1990. O Brasil do pós-Dilma está diante de uma nova rodada de transformações. O que sairá da implosão do acordo político e econômico do pós-Constituição de 1988? Qual será nosso futuro depois desta enorme e dramática crise? O livro de João Villaverde lança uma luz nessa escuridão.

Um recorte da história política do Brasil a partir da história da maior e mais importante empresa do país. Esse é o mote de Petrobras - Uma história de orgulho e vergonha (Objetiva, 392 pp, R$ 54,90). Nele, a jornalista Roberta Paduan esmiúça a trajetória da companhia desde a redemocratização para nos contar a saga de corrupção da qual a estatal foi vítima em diferentes governos. A autora não só recupera como também traz novidades de escândalos ocorridos desde o governo de José Sarney até o de Dilma Rousseff. Histórias chocantes de bastidores apresentadas em um ritmo de thriller com personagens e ações cinematográficas ajudam o leitor a entender os mecanismos usados nos últimos quase 30 anos para atacar a empresa mais rica, a joia da coroa entre as estatais brasileiras. O retrato devastador da Petrobras, um dos maiores símbolos do país, levanta acima de tudo um debate fundamental sobre o uso desse valioso recurso natural que é o petróleo.

O livro A onda corporativa (FGV, 344 pp, R$ 55) tem como objetivo a análise da relação entre corporativismo e ditaduras, tema de estudo antigo no Brasil e Portugal, dada a sua forte implantação. Com uma enorme difusão nas culturas políticas de elites intelectuais e políticas autoritárias na Europa e na América Latina dos anos 1930, o corporativismo social e político foi a principal alternativa conservadora à democracia liberal na primeira metade do século XX. Institucionalizadas no despertar de democratizações polarizadas, as ditaduras do "Entre Guerras" tenderam a escolher o corporativismo, tanto como um processo capaz de reprimir, quanto de cooptar o movimento trabalhista. É a partir dessa perspectiva que este livro analisa os processos de adoção de instituições corporativas sociais e políticas em alguns países da Europa e da América Latina na primeira metade do século XX.