Em outubro, o PublishNews noticiou a abertura do período de inscrições para o programa de fellowship do Bureau International de L´Edition Française (Escritório Internacional da Edição Francesa – Bief). Na virada do ano, o Bief divulgou a lista dos 15 editores que viajarão para Paris em março para uma série de encontros com colegas franceses. São profissionais da Alemanha, Argentina, Canadá, China, Coreia do Sul, Espanha, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão, Países Baixos, Polônia, Sérvia, Vietnam e, claro, do Brasil, que será representado por Suelen Lopes de Oliveira. Ela, que tem passagens pelo Grupo Editorial Record e pela Objetiva, hoje é do time editorial da Intrínseca. “Essa notícia fechou meu 2016 com chave de ouro. Fiquei imensamente feliz de ter sido selecionada para o programa em Paris. Tenho uma relação muito especial com a língua francesa há anos e acredito que será uma experiência única”, disse ao PublishNews. Clique no Leia Mais e saiba detalhes da participação de Suelen em Paris.

A filial de New Dorp da Biblioteca Pública de Nova York posta regularmente em sua página no Facebook sugestões do seu time de bibliotecários. Jen M. elegeu A cabeça do santo (aqui publicado pela Companhia das Letras e nos EUA pela Delacorte Press, com tradução de Daniel Hahn), de Socorro Acioli, como a sua leitura para janeiro. Aliás, o livro caiu nas graças do staff da Biblioteca de Nova York, que elegeu o título da cearense como um dos melhores livros para adolescentes de 2016 na categoria ficção. Depois dessa, Socorro prepara para lançar o livro na França. O livro sai junto com o Salão do Livro de Paris, em março, e será publicado pela Belleville Editions.

A Secretaria de Estado de Cultura publicou o resultado do Prêmio do Governo de Minas Gerais de Literatura 2016. Na categoria Ficção (Romance) a obra vencedora foi Floresta no fim da rua, de Silvio Rogério Silva. As menções honrosas foram para a obra Começo em mar, da escritora Vanessa Maranha, e para Pela primeira vez em muito tempo, de Vinícius Bopprê Oliveira. Já na categoria Poesia a obra vencedora foi Um carro capota na lua, do autor Tadeu de Melo Sarmento. O Jovem Escritor dessa edição é Jonathan Tavares Diniz, que venceu com o projeto Cólera. A mineira Adélia Prado foi a vencedora do prêmio na categoria Conjunto da Obra, sendo a primeira mulher a ganhar a premiação nesta categoria. Ao todo o Prêmio do Governo de Minas Gerais de Literatura distribui a quantia de R$ 258 mil, sendo R$ 30 mil para a categoria Ficção, R$ 30 mil para Poesia, R$ 48 mil na categoria Jovem Escritor e R$ 150 mil na categoria Conjunto da Obra. A cerimônia de entrega do prêmio ainda não tem data definida.

Presa desde agosto de 2016 em Istambul, depois da tentativa de golpe no país, a romancista turca Asli Erdoğan conseguiu a liberdade condicional no dia 29 de dezembro e permanecerá assim até a terceira audiência de seu julgamento, marcada para o dia 14 de março. Enquanto isso, Asli não pode deixar a Turquia. Seu advogado, Pierre Astier acredita que a romancista não deve voltar para a prisão. “Ela se tornou um ícone da oposição ao regime e é melhor para eles que ela permaneça fora da prisão”. Na abertura da última feira de Feira de Frankfurt, Asli conseguiu enviar uma carta da prisão, na qual clamava pela liberdade de expressão e foi demoradamente aplaudida pelos presentes.

As Edições Sesc São Paulo fizeram seu balanço de 2016. Mesmo num ano em que as vendas caíram, a editora teve um aumento de 20% nas suas vendas comparado a 2015. Houve também um crescimento em relação à participação em eventos e feiras literárias, além da parceria cultural com a Câmara Brasileira do Livro (CBL) durante a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, em sua 24ª edição. A editora arrebanhou, em 2016, quatro Prêmios Jabuti com as obras Kazuo e Yoshito Ohno, do fotógrafo Emidio Luisi; Baré: Povo do Rio, organizado por Marina Herrero e Ulysses Fernandes; Mutações: fontes passionais da violência, organizado por Adauto Novaes; e Capas de Santa Rosa, de Luís Bueno, com projeto gráfico assinado pela Negrito Produção Editorial. Dois livros das Edições SESC foram ganhadores do 30º Prêmio Design do Museu da Casa Brasileira: Geraldo de Barros: Isso, de Fabiana de Barros e Michel Arnoult, design e utopia, de Ethel Leon. Além disso, as publicações da editora já estão sendo convertidas em e-books. Com isso, as Edições Sesc São Paulo ampliam o alcance de seus títulos ao mercado internacional, disponibilizando-os em mais de mil livrarias em todos os continentes.

Seguindo o modelo de pop up store, a Saraiva inaugurou no dia 28 de dezembro mais uma loja neste formato no Shopping Internacional de Guarulhos (Rodovia Presidente Dutra, Saída 225, s/n, Itapejica - Guarulhos / SP). O espaço conta com itens para volta às aulas e também os mais procurados na rede. A unidade temporária, que fecha em junho, traz opções de produtos que fazem parte da lista de compras dos estudantes a cada início de ano, além dos destaques em livros mais vendidos, infantil, juvenil, didáticos e paradidáticos, científicos, técnicos e profissionais. Com o projeto das pop up stores, a rede atua em praças onde não está presente com lojas físicas ou, onde já opera, ampliando a oferta de produtos de acordo com a demanda local. A abertura desse modelo está alinhada à estratégia da Saraiva de proporcionar sempre a melhor experiência ao público. Outra loja no mesmo modelo está aberta desde o dia 17 de dezembro, no Shopping Itaquera (Av. José Pinheiro Borges, s/n - Itaquera, São Paulo / SP) e deverá encerrar suas atividades em maio.

Obras de H. G. Wells já estão saindo em novas edições. O selo Via Leitura, da Edipro, acaba de lançar edição com nova tradução de O homem invisível, obra publicada originalmente em 1897 e que mistura humor e ficção científica; e já está finalizando sua edição da obra A máquina do tempo, primeiro romance de Wells e prevista para fevereiro. Considerado o pai da ficção científica, o inglês Herbert George Wells, que nasceu em 1888 e faleceu em 1946, é autor de aproximadamente 20 obras, que no começo deste ano entraram em domínio público. O escritor discorria temas do seu tempo, mas que ainda são atuais, e, principalmente, discutia em suas ficções a condição social do homem.

Na virada do ano, a Amazon divulgou as listas dos 10 livros impressos e digitais mais vendidos em 2016. No topo da lista dos impressos está O orfanato da Srta. Peregrine para crianças peculiares (LeYa), de Ransom Riggs, seguido por Contos completos Tolstói (Cosac Naify), de Liev Tolstói e O pequeno Príncipe (Casa dos Livros), de Antoine de Saint-Exupéry. Já entre os e-books, quem lidera a lista é a obra A garota no trem (Record), de Paula Hawkins, seguida pelo romance Como eu era antes de você (Intrínseca), de Jojo Moyes, e A obsessão do bilionário: A coleção completa (Golden Unicorn Enterprises), de J. S. Scott. Até esta sexta (6), a varejista oferecerá desconto de R$ 5 para a compra dos e-books que compõem a lista, que pode ser conferida na íntegra clicando aqui.

Está no ar, no site da Saraiva, uma votação que irá escolher os destaques da literatura em 2016 em nove categorias: Melhor adaptação para o cinema; autor(a) de ficção; autor(a) de não-ficção; autor(a) revelação; biografia; edição; livro de influenciador, livro do ano e personagem. O público pode votar no site da rede ou na versão mobile e além de apoiar os seus favoritos em cada categoria, o eleitor ganha um cupom com 10% de desconto ao finalizar a sua escolha. A votação estará disponível até o próximo dia 8. Os títulos vencedores receberão o selo Destaque do Ano Saraiva – Escolha do público e ganharão ainda exposição diferenciada no e-commerce da rede. Na ocasião também será anunciado o Prêmio Homenagem Saraiva, que apresentará um(a) autor(a) de grande relevância para o universo literário. A iniciativa faz parte de um conjunto de ações que a rede vem desenvolvendo para entregar, cada vez mais, conteúdo relevante, diferenciado e interativo.

Ao contrário do que publicamos ontem (4), o Clube de escrita ministrado por Luís Pimentel acontece no Rio de Janeiro, no Espaço Telezoom (Rua Miguel Pereira, 38, Humaitá – Rio de Janeiro / RJ) e não em São Paulo como havíamos escrito. A nota original foi prontamente corrigida.

Depois de promover mais de 40 encontros literários em 2016, o Clube de Leitura, iniciativa parceira da Academia Paulista de Letras (APL) com o Sindi-Clubes já tem data marcada para seu primeiro encontro de 2017. Com o objetivo de debater os diferentes gêneros literários com escritores nacionais e internacionais, a primeira reunião do ano terá como tema do debate o livro Coração de trevas, de Joseph Conrad, um dos maiores clássicos da literatura do século XX. O encontro está marcado para o dia 27 de janeiro, às 17h, na Academia Paulista de Letras (Largo do Arouche, 324, República – São Paulo / SP).

A professora adjunta de Pré­-História e História Antiga da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Priscilla Gontijo lança na próxima terça (10) o livro Religião e jogos de poder: o contra mídias de Demóstenes (Prismas, 272 pp, R$ 56). A obra analisa o funcionamento da democracia ateniense, as disputas políticas e os jogos de poder usados pelo povo. O lançamento acontece na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa (Praça da Liberdade, 21, Funcionários – Belo Horizonte / MG), às 19h. A entrada é gratuita.

Para onde vai a democracia? Esse é o ponto de partida do livro A difícil democracia (Boitempo, 224 pp, R$ 52), de Boaventura de Sousa Santos, que busca também discutir a urgente reinvenção da esquerda. Essa reinvenção passa necessariamente por uma reflexão profunda sobre os impasses da experiência democrática, cujos sintomas despontam de maneira mais aguda no presente. “Vivemos em sociedades politicamente democráticas e socialmente fascistas”, adverte o autor. Boaventura argumenta que a chegada dos governos de esquerda ao poder na primeira década do século XXI, especialmente na América Latina, não deu espaço para o debate sobre a diversidade democrática, o que resultou, na segunda década do milênio, no monopólio de uma concepção de democracia de tão baixa intensidade que facilmente se confunde com a antidemocracia. Ao longo de mais de duzentas páginas – compostas por ensaios, cartas e entrevistas sobre o mundo contemporâneo –, o sociólogo passa a limpo o percurso da democracia ao longo do século XX em uma escrita rápida e de fôlego.

O livro Discurso sobre o Espírito Positivo – Ordem e progresso (Edipro, 128 pp, R$ 37 – Trad.: Walter Solon), de Auguste Comte, caracteriza a natureza de todo o espírito positivo, avalia os principais aspectos, essências e a importância mental, social e moral desta linha de pensamento. Apesar de ser publicada originalmente em 1848, no início da fase considerada como a maturidade de Comte, a tradução desta obra é baseada no texto francês da edição clássica publicada pela Sociedade Positivista Internacional em 1914 e, conforme o próprio filósofo diz, é contextualizada na decadência da era teológica e no começo do discurso científico. Ordem e Progresso, o subtítulo desta obra, deu origem ao lema presente na bandeira do Brasil. Os ideais da doutrina positivista de Auguste Comte –Amor como princípio, Ordem como base e Progresso como objetivo– inspiraram não apenas a proclamação da República no Brasil, em 1889, como os atos que a ela se sucederam, tais como: a separação entre Igreja e Estado, o estabelecimento do casamento civil, o fim do anonimato na imprensa e a reforma educacional.

Peter Sloterdijk empreende nos três volumes de sua monumental obra Esferas nada menos do que a tentativa de narrar a história da humanidade. Para tanto, começa pelas perguntas mais simples: onde vivem de fato as pessoas a partir do momento que lhes fica claro que estão em casa numa esfera, num globo? Para abordar uma resposta a essa pergunta, Sloterdijk desenvolve o conceito das esferas e cobre um leque repleto de perspectivas abrangendo desde as culturas mais primitivas até a nossa época globalizada. Em Esferas I – Bolhas (Estação Liberdade, 576 pp, R$ 95 – Trad.: José Oscar de Almeida), primeiro volume da série, Sloterdijk oferece sua minuciosa investigação filosófico-existencial sobre o homem e sua relação com seus semelhantes e o entorno, a partir da noção de “espaços íntimos”, que seriam como “bolhas”. Já na concepção, o feto se desenvolve numa primeira bolha que é o útero materno. Sloterdijk faz o leitor observar que, desde o nascimento, os mesmos rituais de aproximação e distanciamento passam a se repetir no destino das pessoas.

Religião e a ascensão da modernidade (É Realizações, 368 pp, R$ 79,90 – Trad.: Elpídio Mário Dantas Fonseca) é uma obra significativa, não apenas por seu tratamento a pensadores e doutrinas influentes no século XVI, mas também pelo exame pormenorizado dessas experiências que formaram o panorama moderno. Neste livro Voegelin retoma a análise da 'grande confusão' apresentada no volume IV da coleção História das Ideias Políticas. Trata-se de um período controverso e revolucionário, que abrange uma gama de acontecimentos desencadeados pelas Noventa e Cinco Teses de Lutero. Apesar da complexidade da época, a análise luminosa de Voegelin esclarece sua importância e sugere linhas de mudanças que convergem num ponto no futuro: a compreensão cristã medieval, de um cosmos fechado, criado divinamente, estava sendo substituída por uma nova forma de consciência humana moderna, que pressupunha o homem como a origem inerente do sentido do universo.