O brasileiro, definitivamente, tomou gosto pelas promoções da Black Friday e as principais varejistas de livros do país, claro, aderiram. A Saraiva, por exemplo, promete dar descontos em mais de três milhões de exemplares e ainda prepara uma ação especial no ambiente online com as influenciadoras digitais Mikannn e Carol Moreira, que comandam um live no site da Saraiva, trazendo conteúdo integrado às ofertas, na manhã do dia 25, das 10h30 às 12h. A Amazon promete descontos de até 90% em 45 mil títulos livros (impressos e digitais). O livro Perfume de sonho (Paisagem), de Sebastião Salgado, por exemplo, que custa R$ 259,90 sai por R$ 99,90 e a edição americana de Fantastic beasts and where to find them, de J.K. Rowling, de R$ 119 pode ser comprado por R$ 58,90. Além disso, a Amazon está dando desconto fixo de R$ 100 na compra do Kindle, o seu e-reader. O modelo mais simples sai por R$ 199 e o Paperwhite Wi-Fi, por R$ 379. A Livraria Cultura está com descontos de até 70% em livros. A versão em inglês de Harry Potter and the cursed child, por exemplo, caiu de R$ 159 para R$ 59 e livros da série StarWars publicados pela Aleph estão com descontos superiores a 70% e saem por R$ 13 (o preço de capa é R$ 59,90). A aposta é que, com as vendas da Black Friday, o varejo possa ter um alívio nas suas contas. De acordo com dados do Painel das Vendas de Livros no Brasil, apurados pela Nielsen a pedido do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), de janeiro a outubro, as livrarias venderam quase 4,5 milhões de exemplares a menos do que no mesmo período de 2015, queda de 13,55%. E isso, claro, refletiu no faturamento que apresentou queda nominal (sem considerar a inflação no período) de 4,92%, em comparação ao igual período do ano anterior.

A 30ª Feira Internacional do Livro de Guadalajara começa neste sábado (26) e 18 editoras brasileiras de diferentes segmentos estarão presentes no estande do Brazilian Publishers. Em um espaço de 90m² e com o objetivo de ampliar a presença da produção editorial brasileira no exterior, os expositores poderão ter contato com profissionais de 44 países para apresentar seus livros e negociar direitos autorais. A expectativa é se aproximar do valor negociado na última edição, de 280 mil dólares. “Este ano a América Latina é a convidada de honra da Feira de Guadalajara. Por isso, as obras, editoras e autores brasileiros estarão ainda mais em destaque no evento”, afirma Luís Antonio Torelli, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL). Além das editoras, o país estrará presente no Projeto Destinação Brasil, que contará este ano com a participação de treze autores brasileiros. Entre eles, Afonso Borges, Stella Florence e Carol Bensimon, que serão responsáveis por retratar a diversidade do País em debates durante os três primeiros dias de evento.

Com livros nas categorias Ficção e poesia e Não ficção, o jornal The New York Times divulgou a lista com os 100 livros mais notáveis de 2016. Dentre os selecionados estão The vegetarian, de Han Kang, vencedor do Man Book Prize este ano e publicado no Brasil pela Devir; End of watch, de Stephen King, e The gene: an intimate history, de Siddhartha Mukherjee, vencedor do Prêmio Pulitzer e publicado no Brasil pela Companhia das Letras. A lista completa você confere clicando aqui.

Depois de passar por Salvador, Belo Horizonte e Rio de Janeiro com uma programação de debates aprofundados sobre a literatura, a realidade política e o papel do livro na sociedade, a Primavera Literária chega à São Paulo e desembarca na esplanada do Parque Villa-Lobos (Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 1025, Pinheiros – São Paulo / SP) neste fim de semana (26 e 27/11). Ao longo do parque, serão montados stands de 31 editoras e também de convidadas, que oferecerão no espaço da Primavera Literária mais de mil títulos dos mais variados gêneros literários com descontos de no mínimo 20%. Além da programação que contará com lançamentos de livros, mesas de debates, contação de histórias para crianças, declamação de poesias e show do grupo "Saco de Gatos", o evento terá como convidado internacional o professor da norte-americana Universidade Brown, James Naylor Green. No sábado (26), às 16h, ele participa da mesa Historiadores pela Democracia: o que está em jogo? ao lado de Janaína Teles, doutora em História Social pela USP. Você confere a programação completa clicando aqui.

Logo mais, às 19h30, no Auditório do Ibirapuera (Av. Pedro Alvares Cabral, s/n – Parque Ibirapuera – São Paulo / SP) acontece a cerimônia do 58º Prêmio Jabuti, quando serão entregues as estatuetas para os vencedores das 27 categorias, e revelados os Livros do Ano de Ficção e Não Ficção. No evento, a escritora Lygia Fagundes Telles será homenageada como Personalidade Literária pelo conjunto de sua obra.

Pedro Maragon, que por mais de 50 anos se dedicou ao livro, com passagens pela José Olympio e que atualmente atuava na Distribuidora Inovação, morreu na tarde desta quarta-feira (23), aos 78 anos. Em comunicado, a direção da Inovação agradece o tempo de convívio e diz que Maragon "será lembrado pelo seu profissionalismo, alegria, sua lupa para ler pedidos e, principalmente, o amor pelo trabalho". Até o fechamento desta edição, não tinha informações sobre o sepultamento. Interessados em acompanhar podem entrar em contato com Keila, pelo telefone (11) 32621380 r.113.

O LER – Salão Carioca do Livro, evento que começa hoje (24) e vai até domingo (27) no Boulevard Olímpico, no Rio, convidou o coletivo Amigo dos Editores Digitais (AED) para fazer a curadoria de um estande 100% digital no evento, com o objetivo de fomentar o mercado de conteúdo através das novas tecnologias. Amanhã (25), nosso colunista Bruno Mendes dará a palestra Comunidades digitais e marketing editorial, às 14h. Já às 15h, representantes da Bibliomundi farão uma apresentação de case; e às 16h, Camila Cabete, integrante do coletivo AED falará sobre o Kobo Brasil. Ainda fazem parte da programação um tutorial com o nosso também colunista André Palme sobre como publicar seu livro em poucos passos, apresentações da e-galáxia, Dualpixel e Nuvem de Livros e para fechar o evento, uma entrevista com o fundador do PublishNews, Carlo Carrenho, na qual falará sobre O mercado de e-books. A programação completa você confere clicando aqui.

Na próxima terça (29), Franklin Carvalho e Mário Rodrigues, vencedores do Prêmio Sesc de Literatura 2016, lançam seus livros em cerimônia no Sesc Belenzinho (Rua Padre Adelino, 1000, Belenzinho - São Paulo / SP). Ganhadores nas categorias Romance e Conto, respectivamente, os escritores lançam os livros Céus e Terra e Receita para se fazer um monstro, publicados pela Editora Record. Durante a cerimônia de premiação, João Carrascoza e Assis Brasil, integrantes da comissão julgadora nas categorias conto e romance, participam de bate-papo sobre a criação literária no Brasil. Em seguida, os ganhadores do prêmio participam de debate com Marta Barcellos e Scheila Smanyoto, vencedoras do ano passado. O evento começa às 19h e será aberto ao público.

Neste sábado (26), a Livraria da Vila da Fradique (Rua Fradique Coutinho, 915, Pinheiros - São Paulo / SP) recebe das 17h às 20h, o jogador de futebol Raí e os jornalistas José Trajano e Juca Kfouri para um bate-papo sobre o livro Sócrates e Casagrande – Uma história de amor (Globo Livros), dos jornalistas esportivos Gilvan Ribeiro e Walter Casagrande Jr. O livro narra a parceria de Sócrates e Casagrande além dos jogos de futebol, mostrando que os atletas eram libertários, apoiavam a campanha do Diretas Já e protagonizaram a Democracia Corintiana. Os autores também revelam a intensa amizade entre os jogadores, com histórias de idealismo, loucura, paixão, dor, humor, fé, envolvimento com drogas e álcool e a possível existência de um filho de Sócrates. A entrada é livre.

E editora Expressão Popular lança nessa sexta (25), às 19h, na Livraria Expressão Popular (Rua Abolição, 201, Bela Vista – São Paulo / SP) o livro A crônica militante, seleção de crônicas de Lima Barreto, anunciado como o homenageado da edição de 2017 da Flip. O volume foi editado sob os cuidados das professoras Claudia de Arruda Campos, Enid Yatsuda Frederico, Walnice Nogueira Galvão e do professor Zenir Campos Reis. A equipe selecionou as crônicas publicadas em Bagatelas e Feiras e mafuás, organizadas pelo autor, cujo caráter é explicitamente militante. Com vistas à formação de leitores, o livro conta com um glossário e com um extenso elenco – que figura ao fim do volume – com referências a personagens históricos, mitológicos, ficcionais, a lugares nem sempre conhecidos dos leitores, a títulos e a associações hoje inexistentes. Além do lançamento haverá o debate Lima Barreto e o racismo contra o negro, com os professores Jazon Silva de Souza, Maria Salete Magnoni e mediação de Zenir Campos Reis.

A Mauricio de Sousa Produções (MSP) estará presente na 3ª edição da Comic Con Experience 2016 que acontece durante os dias 1º e 4 de dezembro, na São Paulo Expo (Rod. dos Imigrantes, s/n, Vila Agua Funda - São Paulo / SP). Com um estande de 180 m², a MSP terá uma programação intensa durante os quatro dias com artistas desenhando ao vivo; sessões de autógrafo; encontro com os personagens (de cosplay) e novidades em quadrinhos, apps, cinema e animação. Além das atrações, a loja do estande terá dezenas de lançamentos, com mais de 20 artes novas em produtos e os visitantes poderão ainda obter seus próprios pôsteres customizados, montando a sua versão no traço de Mauricio de Sousa.

A Biblioteca Pública do Paraná (Rua Cândido Lopes, 133, Centro – Curitiba / PR) recebe, no dia 3 de dezembro, a primeira edição do Curitiba RPG, evento voltado para os fãs de role playing games, jogos de tabuleiros, card games e cultura “nerd” em geral. As atividades acontecem das 14h às 21h e incluem mesas para jogadores (iniciantes ou não), palestras e sorteios, além da participação de autores de literatura fantástica e clubes temáticos. A entrada é franca. Segundo Sérgio Garcia, um dos organizadores, o evento é uma extensão dos encontros semanais de RPG realizados na Biblioteca desde 2013. “Como há um interesse muito grande por parte do público, identificamos a necessidade de expandir essas atividades”, afirma.

“Mais do que historiadores e sociólogos, escritores sempre foram capazes de transformar cidades em grandes personagens. É a maneira que encontramos de decifrar esfinges devoradoras”. A frase é do escritor, guitarrista e compositor Tony Bellotto e sintetiza o espírito do livro São Paulo noir (Casa da Palavra / LeYa, 272 pp, R$ 44,90). Bellotto é o organizador e um dos 14 autores que escrevem os contos policiais que integram o livro, cuja matriz e protagonista é a cidade de São Paulo. Nomes como Olivia Maia, Marcelo Rubens Paiva, Mario Prata, Jô Soares, Drauzio Varella, Ferréz, Vanessa Barbara, entre outros aliam os elementos urbanos e dramáticos característicos do gênero noir à realidade multifacetada e bruta da cidade, passando por bairros e cenários tecnológicos ou miseráveis, ambientes de trabalho ou domésticos, com personagens poderosos ou marginais, que sonham, lutam e se desintegram nas engrenagens da máquina urbana.

Neto de Che Guevara e filho de militantes da extrema esquerda, Canek Sánchez Guevara (1974-2015) deixou poucos textos ficcionais inéditos, dentre os quais uma novela e os cinco contos presentes no livro 33 revoluções e cinco contos (Tusquets / Planeta, 128 pp, R$ 31,90 – Trad.: Julián Fuks). O principal texto, que dá nome à obra, conta o dia a dia de um rapaz desmotivado em uma ilha onde nada funciona e ninguém parece se importar. Após a morte do pai e a fuga da mãe para Madri, o protagonista distancia-se daqueles ao seu redor e passa o tempo na companhia de uma vizinha, com quem descobre o prazer da leitura. Aos poucos, os livros abrem seus olhos para a disparidade entre a propaganda do governo e o universo que o rodeia: a burocracia desmedida do escritório; a turbulência e o racismo praticados pela polícia e as dificuldades enfrentadas pela população no cotidiano.

O novo livro do escritor e jornalista Cícero Sandroni, titular da cadeira número 6 da Academia Brasileira de Letras, Batman não foi a Búzios (7 Letras, 148 pp, R$ 43), apresenta uma série de contos com a verve única do autor, que se vale de episódios de nossa história recente para revelar os enganos e mal-entendidos tão comuns nas relações humanas. O conto que dá título ao livro apresenta um encontro amoroso na madrugada de 31 de março de 1964, e a tentativa de conquista serve de analogia para as relações internacionais que se tramam por trás do golpe militar, bem como para revelar um pouco da dinâmica do nosso Brasil atual. Em outra das histórias, um desastre ferroviário ocorrido nos anos 30 do século passado funciona como pano de fundo para as lembranças do narrador. Em Não se mate, por favor, os diálogos telefônicos ágeis e urgentes traduzem com uma dose de humor a dificuldade de comunicação entre os personagens. Em “As feras”, uma farra de sexo e violência esconde uma vingança macabra.

As primeiras sombras (Terceiro Selo, 144 pp, R$ 35,90) reúne contos muito mais do que sombrios e que estão repletos dos mais misteriosos desejos e acontecimentos. Por estas linhas correm tramas de vingança, paixões arrebatadoras e mortais, sangue quente e decisões precipitadas. Ao lado disso, estão histórias que levam a um universo quase sobrenatural, às vezes melancólico, às vezes esperançoso. Com crueza e sem sentimentalismo, a escritora gaúcha Dalva Vieira parece dizer que o ser humano até é capaz de bondade, desde que vá um pouco além do humano. Na orelha, Moema Vilela escreve sobre as narrativas curtas da autora. “Ao longo dos contos, se descortina um panorama de temáticas e figuras conhecidas dos gêneros literários que flertam com o suspense. Não falta espaço para crimes, tramas policialescas, intrigas e vinganças, mentiras, seduções e ganâncias variadas, nem para maldições e dramas sobrenaturais, com direito a objetos mágicos como espelhos enfeitiçados, soros da juventude, potes de ouro no fim do arco-íris e quadros aprisionadores daqueles que os fitam”.

Inspirada por fragmentos da realidade e do imaginário, a autora paulistana Ana Esterque escreve como quem observa minuciosamente o mundo ao seu redor. A fila (Chiado, 88 pp, R$ 25) é composta por dez narrativas permeadas por temas polêmicos como incesto e violência contra a mulher, um conjunto de contos escritos em três partes do mundo: Zurique, Santiago de Compostela e São Paulo. Além disso, as histórias levam o leitor a uma reflexão sobre o vazio e a delicadeza da alma. A fila é o primeiro conto e que intitula o livro. Escrito em Zurique, o texto faz uma dura crítica ao comunismo, narrado do ponto de vista de uma criança. Em um ambiente ficcional, a personagem Natasha sente o peso da solidão, do abandono e do descaso de pessoas endurecidas ela crueldade da escassez.