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PublishNews 01/08/2016
Estamos há 50 anos, distribuindo as melhores editoras, do mercado para as livrarias de todo o Brasil
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A Catavento atua no mercado de distribuição de livros para todo o país.
PublishNews, Leonardo Neto, 28/07/2016

Ana Luiza Beraba, fundadora da Filme2B, se consolida na venda de direitos autorais de livros para o cinema e TV | © Facebook da agenteEm abril passado, quando a Globo colocou no ar a minissérie Liberdade, Liberdade, um fenômeno chamou a atenção do Estante Virtual, site que reúne e comercializa livros de sebos de todo o Brasil. O livro Joaquina, filha do Tiradentes, publicado originalmente em 1987 pela Marco Zero e depois reeditado, em 1999, pela Topbooks, teve um salto de 60% nas suas vendas. O livro já estava esgotado no fornecedor e ninguém se preocupou com uma nova edição ou reimpressão. Outro fenômeno semelhante, aconteceu com o livro O escaravelho do diabo, que integra a coleção Vaga-Lume, ressuscitada pela Ática no fim do ano passado. A versão cinematográfica, cuja estreia também aconteceu em abril, alavancou as vendas do livro. De acordo com a apuração da Nielsen, as vendas cresceram 50 vezes entre os dias 27 de março e 24 de abril, quando aconteceu a estreia do filme. Foi acreditando muito no potencial dessa transposição de livros para o cinema que a historiadora e cineasta Ana Luiza Beraba criou, em 2013, a Film2B, agência especializada em vendas de direitos autorais de livros para o cinema e TV. “A literatura e o cinema são mercados que têm muita semelhança entre si, mas eles não se conversavam direito e um depende muito do outro. Percebi que existia aí uma ponte a ser construída”, disse Beraba ao PublishNews. Clique no Leia Mais e conheça melhor a história e os projetos da Film2B

O Globo, Leonardo Cazes, 30/07/2016

No dia 25 de agosto, o francês Roger Chartier, professor do Collège de France e pesquisador da história do livro e da leitura, vai abrir o 6º Congresso do Livro Digital, organizado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), em São Paulo, ao lado do americano Robert Darnton. O historiador afirma que primeiro é preciso definir o que se entende por livro digital para depois compreender os seus impactos. Chartier explica que há dois tipos de publicação: aquela que é a pura reprodução da forma impressa e a que não poderia existir em outro formato, ao unir texto, imagem, áudio e vídeo. Feita a definição, o professor aponta os desafios impostos pela revolução tecnológica às categorias da economia do livro, surgidas no século XVIII, e concorda que nunca se escreveu e leu tanto como agora. Contudo, ele diz não acreditar que os livros digitais, independentemente de que tipo forem, sejam capazes de tomar o lugar dos impressos.

PublishNews, Redação, 1º/08/2016

No último final de semana, o PublishNews completou um ano desde que foi completamente reformulado e entrou no ar com novo site. Leitores mais atentos devem ter percebido que, de lá para cá, o clipping foi perdendo espaço, enquanto que matérias e notas próprias ganharam importância nas nossas newsletters diárias. Para dar conta desse trabalho, aumentamos a nossa equipe. E hoje, exatamente um ano depois, a nossa redação dá as boas-vindas a Talita Facchini, que começa hoje como repórter da casa. Talita é jornalista, formada em Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi. Trabalhou na assessoria de imprensa e marketing da Editora Planeta onde aprendeu na prática a lidar com jornalistas, autores e a entender melhor como funciona o universo literário. Sugestões de pautas e assuntos quentinhos podem ser compartilhados com Talita pelo e-mail talita@publishnews.com.br.

PublishNews, Redação, 1º/08/2016

A Folha de S. Paulo trouxe, na última sexta-feira (29), uma matéria em que revela que Helena Severo, anunciada como a nova presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), é acusada pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro de ter cometido improbidade administrativa quando foi secretária estadual de Cultura, em 2001. Além disso, Severo responde a processo que corre na 4ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Rio. O jornal revela ainda que Severo foi condenada, em março passado, em primeira instância, o que a impede de assumir cargos ou prestar serviços ao Estado do Rio durante cinco anos. A Justiça entendeu que a então secretária de Cultura cometeu irregularidades ao nomear diretores para os teatros do estado, ignorando que já havia uma comissão designada para o mesmo trabalho.

PublishNews, Talita Facchini, 01/08/2016

O livro Brazillionaires, no qual o jornalista Alex Cuadros traça o perfil de megaempresários brasileiros, foi recomendado pelos editores do The New York Times dessa semana. Entre um dos motivos citados está a astuta abordagem apresentada pelo autor sobre a riqueza contra o fundo subjacente da corrupção. Já no Brasil, o livro não parece ter agradado. A Editora Zahar, que tinha os direitos da obra, desistiu de publicá-la. Na época, Mariana Zahar, diretora executiva da casa, disse à coluna Painel das Letras que não gostou do livro. “Compramos gato por lebre. Um dos personagens que costurava o livro era o Eike [Batista]. Isso antes do livro da Malu Gaspar [Tudo ou Nada, sobre o empresário]. Deixou de ser novidade”, disse à coluna.

Valor Econômico, Natalia Gómez, 28/07/2016

A educação financeira tornou-se um filão para profissionais de diferentes áreas que têm falado com um público cada vez mais diversificado. Embora o mercado editorial como um todo esteja sofrendo com a crise, este segmento tem recebido novas publicações que tratam não apenas de como investir, mas de temas relacionados a mulheres, crianças, empreendedorismo e até mesmo espiritualidade. As diferentes formações dos autores - jornalistas, professores, consultores e executivos - ajudam a explicar esta tendência. Um exemplo recente é o livro As leis invisíveis do dinheiro (Gente, 192 pp., R$ 29,90), lançado neste ano, que aborda a relação entre desenvolvimento financeiro e espiritual. O autor é o coach Ricardo Melo, especializado em finanças comportamentais. O título vendeu 4,5 mil exemplares até o final de julho. Segundo a sócia-diretora da Editora Gente, Rosely Boschini, responsável pela publicação, o momento é propício para diferentes abordagens porque as pessoas estão mais preocupadas com a gestão dos seus recursos. Outros dois livros sobre o tema serão lançados pela editora até setembro. Um foi escrito pelo empreendedor Rafael Seabra, que dá treinamentos on-line, e outro pelo empresário Ben Zruel, sobre endividamento.

O Estado de S. Paulo, Guilherme Sobota, 30/07/2016

Com direito a contagem regressiva, palmas e assobios, as caixas do novo livro de Harry Potter foram aberturas na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo. Harry Potter and the cursed child, a peça que equivale ao oitavo livro da saga do personagem, teve o lançamento mundial de sua versão impressa neste domingo, 0h01. O livro é a edição do roteiro da peça, escrita por J. K. Rowling, e que estreou em Londres também neste fim de semana. Além da Cultura, a Fnac da Av. Paulista também organizou um evento com fã-clubes e admiradores ansiosos. A nova história começa exatamente onde termina Harry Potter e as relíquias da morte, na estação com Harry Potter e sua esposa, Gina, deixando o filho mais velho a bordo do trem que leva a Hogwarts (a escola de magia). Por exigência da autora e da editora britânica, só quando a obra é lançada as editoras internacionais recebem os originais para a tradução. A Rocco vai lançar no dia 31/10, com pré-venda a partir de 16/8, a edição brasileira de Harry Potter e a criança amaldiçoada.

PublishNews, Redação, 1º/08/2016

SescTV transmite programa sobre literatura policial, com Garcia-Roza | © Piu DipCriador do personagem delegado Espinosa, o escritor carioca Luiz Alfredo Garcia-Roza vai falar sobre literatura policial em episódio inédito O Culpado não é mais o mordomo, da série Super Libris, na Sesc TV. O programa será exibido logo mais, às 21h, com direção do escritor, cineasta e jornalista José Roberto Torero. Na entrevista, Garcia-Roza destaca a estrutura clássica do romance policial e acredita que a obra Édipo rei, de Sófocles, escrita por volta de 427 a.c., seja o modelo mais antigo desse tipo de texto. O escritor fala ainda sobre os precursores da literatura policial, o grau de dificuldade de ter um personagem central para diversos livros, sobre a adaptação de romances policiais para o cinema e sobre a literatura policial ser ou não subliteratura.

“Narrar a nossa própria vida pode ser um ato de luxúria. E, como acontece com toda a luxúria, também os sentimentos de culpa e de vergonha acompanham essa escrita.”
Karl Ove Knausgård
Escritor norueguês
1.
O diário de Larissa Manoela
2.
Como eu era antes de você
3.
Depois de você
4.
É do babado!
5.
Lava Jato
6.
AuthenticGames
7.
A coroa
8.
Quer ser feliz? Ame e perdoe
9.
Herobrine - A lenda
10.
Ansiedade 2 – Autocontrole
 
O Estado de S. Paulo, Maria Fernanda Rodrigues, 27/07/2016

Ignácio de Loyola Brandão não gosta da ideia de que suas lembranças e as histórias que viveu caiam no esquecimento – dele, inclusive. Por isso também, ele escreve. Mas garante que faz isso tudo sem nostalgia e que jamais entraria na máquina do tempo e voltaria para a Araraquara da sua infância e juventude. “Meu tempo é esse”, afirma. O mundo era pequeno, tudo era proibido. Não havia diversão em sua cidade, tão cheia de preconceito. Nem telefone, ele reclama. “Gosto de fazer essa memória para não perder essas coisas”, diz. Mas Ignácio, nascido em 1936, viu esse mundinho crescer e se tornar global. O homem pisou na lua, Elvis, Beatles e Rolling Stones surgiram, o computador foi criado, todo mundo passou a andar com um telefone no bolso. Viveu a ditadura e a democracia, mas nunca, porém, nesses 80 anos que completou no domingo, dia 31, viu tanto ódio, incompreensão, agressão e despautério como vê nesses dias tão complicados. E a perplexidade despertada pelo momento atual o levou a fazer algo que não fazia há 10 anos: escrever um romance. O livro novo, Se for pra chorar que seja de alegria (Global; 184 pp.; R$ 39,90), não faz exatamente uma reflexão sobre o Brasil de hoje, mas reflete esse país que vem assombrando o escritor.

O Estado de S. Paulo, Guilherme Sobota, 30/07/2016

O primeiro parágrafo do novo livro de Elvira Vigna oferece um resumo involuntário do próprio romance: “Mas nessa hora que faço”, escreve, “vou contar uma história que não sei bem como é. Não vivi, não vi. Mal ouvi. Mas acho que foi assim mesmo”. Como se estivéssemos em palimpsesto de putas (Companhia das Letras, 216 pp., R$ 44,90) é o décimo romance da escritora carioca, e ninguém vai achar estranho quando um crítico disser que é o melhor deles. A estrutura formal da narração é um aspecto que a autora explora com um vigor particular na literatura brasileira contemporânea. Aqui, quem conta é uma designer que relembra uma série de conversas com João, um editor que virou seu amigo, e cujo assunto principal era o relacionamento dele com garotas de programa: mas dizer que o assunto principal deste livro é a prostituição seria reduzi-lo. Com uma série de repetições ritmadas entre frases, parágrafos e segmentos, ele se espalha e recompõe a história do casamento de João e a própria trajetória da narradora.

Valor Econômico, Eric Nepomuceno, 29/07/2016

Os 210 textos curtos que, divididos em três partes, ocupam as 264 páginas de O caçador de histórias, são o adeus final de Eduardo Galeano (1940-2015). São seus escritos derradeiros: quando o livro foi lançado pela editora Siglo XXI da Argentina, em abril, fazia exatamente um ano que ele tinha morrido. Em seguida, apareceram edições na Espanha, na Colômbia, no México, e mundo afora. No Brasil, a edição da L&PM foi para as livrarias no fim de maio. E uma vez mais, honrou-se a tradição de a primeira tradução de um livro de Eduardo ser a brasileira. Tem sido assim desde os contos de Vagamundo, num distante 1976. Há uma exceção: As veias abertas da América Latina. É que em 1971, quando esse livro, que consagraria seu autor, foi publicado, havia a férrea censura imposta pela ditadura brasileira. A primeira tradução só apareceu aqui muitos anos depois de sua edição original. O caçador de histórias é, em primeiro lugar, Eduardo Galeano em estado puro, e em seu pleno esplendor. Aqui estão todos os riscos que resolveu enfrentar por conta própria desde o longínquo ano de 1975, quando começou a escrever Dias e noites de amor e de guerra.

O Globo, Janaína Figueiredo, 31/07/2016

Quem estudou em profundidade a obra de Jorge Luis Borges defende que, para o autor argentino, um livro nunca estava totalmente terminado. Para ele, os textos sempre podiam ser alterados, mesmo após publicados. Essa característica de um dos maiores nomes da literatura latino-americana de todos os tempos é confirmada na mostra que marca a estreia do escritor Alberto Manguel como diretor da Biblioteca Nacional argentina, em Buenos Aires: Borges o mesmo, outro. Manguel conseguiu reunir 16 manuscritos do escritor que pertencem a coleções públicas e privadas — alguns nunca antes expostos no país — e que permitem entender um pouco da metodologia de trabalho do autor, morto em 14 de junho de 1986, em Genebra. A joia mais valiosa da exposição é o manuscrito de Pierre Menard, Autor do Quixote, um dos contos do livro Ficções, dos anos 1940. Trata-se, na opinião dos curadores Germán Álvarez e Laura Rosato, de um texto crucial na trajetória de Borges.

O Globo, Mateus Campos, 31/07/2016

O título do novo livro de Ubiratan Muarrek, lançado nove anos depois da estreia do jornalista na ficção (com Corrida do membro), pode fazer um leitor inadvertido achar que se trata de mais um romance histórico, daqueles que preenchem estantes e estantes das livrarias. No entanto, Um nazista em Copacabana (Rocco, 352 pp., R$ 38) é radicalmente atual, e trata de questões correntes na sociedade brasileira. "É um livro sobre como vivemos hoje", assegura Muarrek. "Quis seguir a tradição dos romances mais realistas". Com medidas iguais de humor e ironia, Muarrek conta a história de Otto Funk, ex-combatente do Reich exilado no Brasil, por meio da filha dele, Diana. Grávida, a mulher deixa a cidade de São Bernardo do Campo (SP) para voltar à casa da mãe, Iracema, no Rio. O retorno reacende uma porção de memórias da família.

O Globo, Mariana Filgueiras, 26/07/2016

Na entrada da casa da Adriana Calcanhotto há um porta-retrato com uma imagem intrigante: a senhora Maria da Glória Assumpção Cunha, avó de Adriana, ao lado da filha, Morgada Cunha, ainda menina. As duas olham para o infinito, cercadas por vastas cabeleiras. Não há quem não fique hipnotizado pela cena ao entrar na casa da compositora — o amigo Waly Salomão até insistiu para que ela usasse o retrato como capa do disco Fábrica de poema, seu terceiro álbum, que se chamaria Por que faço o que faço?. Mas capa vai, capa vem, a foto só saiu da parede agora. Foi quando outro grande amigo, o poeta e ensaísta Eucanaã Ferraz, começou a remexer as memórias da artista para organizar um livro com suas letras de música. "O livro é um inventário de belezas, de lembranças, e esta imagem não podia faltar. Ela mostra a linhagem de Adriana, que é uma história de mulheres. Curiosamente, mulheres com muito cabelo, quando Adriana quase não tem cabelo, não é?", diverte-se Eucanaã, que batizou a obra de, Pra que é que serve uma canção como essa? (Bazar do Tempo; 192 pp.; R$ 48), uma alusão à canção homônima de Adriana, e que será lançada terça-feira na livraria Argumento do Leblon (Rua Dias Ferreira, 417 - Leblon - Rio de Janeiro / RJ).

O Estado de S. Paulo, Moacir Amâncio, 30/07/2016

Abaixo do paraíso (Rocco, 256 pp.; R$ 29,50), de André de Leones, traz um escritor que conhece a carpintaria do romance. E uma das primeiras estratégias é não entregar o livro logo de cara – o contrário também pode funcionar, dependendo da perícia do autor –, com uma narrativa distanciada que acompanha os fatos cotidianos no que eles têm de imediatos, na sua “concretude”, como se acontecessem aos nossos olhos, ao nosso redor, sem explicações e, portanto, enigmáticos como a realidade cotidiana. O personagem central, Cristiano, reage sob impulsos diversos, cujas causas ele ignora e o que tem de ponderável são suas ações repentinas que oscilam entre o sexo, a violência e o debater das personagens. Não há explicações convincentes. Qualquer explicação esbarrará em novas interrogações que, estas sim, lançarão sinais inquietantes sobre a experiência humana. Não é uma história solta no tempo e no espaço, mas bem plantada no centro do País, na órbita de Brasília, sonhada como uma janela para o futuro que funciona, porém, como um castelo medieval / kafkiano.

O Estado de S. Paulo, Mariana Ianelli, 30/07/2016

Mario Quintana (1906-1994) não gostava de homenagens. O próprio fazia questão de contar a história de quando, convidado a escolher um poema para uma placa em sua homenagem na praça principal de Alegrete, recusou-se com a justificativa de que “um erro em bronze é um erro eterno”. O que era para render mais uma página à lista das deliciosas anedotas de Quintana acabou se tornando eterna boutade graças ao prefeito da cidade natal do poeta, que aproveitou o episódio como conteúdo da placa. Isso ilustra o fino humor de um poeta que detestava o teor protocolar dos encômios, e, especialmente, no mundo literário, o solene das escolas literárias e academias de letras. A obra e a personalidade de Quintana, contudo, não se resumem ao seu tão conhecido gosto pelas coisas simples. Nem às suas excelentes boutades, como dizer dos materialistas que são “o sepulcro de Deus” ou que os modernistas brasileiros um dia descobriram o Brasil. Quando dizia que não era preciso buscar “o lado de lá”, porque já há muito mistério neste mundo, Quintana dizia-o como poeta íntimo dos mortos e das crianças, esses que permanecem quem são num tempo de relógio sem ponteiros. Sua simplicidade vinha de um refinamento que era fruto de madureza e de um convívio com o “mistério evidente” de uma poesia que não se deixa definir nem explicar. Nesses 110 anos de Mario Quintana, comemorados neste sábado, dia 30 de julho, quem se dispuser a revisitar seus livros, na bela coleção da editora Alfaguara, encontrará não só um amigo das singelezas da vida. Encontrará também alguém que sabia ser sublime.

O Estado de S. Paulo, Ubiratan Brasil, 30/07/2016

Uma das marcas registradas do poeta Geraldo Carneiro - além de seus versos bem-humorados - é a vasta cabeleira. “Se cortá-la, sou capaz de perder minha mulher por abandono e o garçom do meu bar preferido não me servir mais”, brinca ele, cujos fios abundantes podem lhe trazer prejuízo - candidato favorito à vaga deixada pelo crítico Sábato Magaldi na Academia Brasileira de Letras, Geraldinho (como preferem os amigos, apesar de seu 1,83 m) já recebeu recado de dois imortais: só o apoiam se ele cortar o cabelo. “Conversei com um deles, o historiador Evaldo Cabral de Mello, que foi muito simpático e não tocou no assunto”, conta, prudente, o poeta, que estreou, neste sábado (30), o espetáculo Falando de amor, ao lado do cantor Danilo Caymmi, no Sesc Bom Retiro (Al. Northman, 185 – São Paulo / SP). “Ainda não falei com o outro imortal, o jurista Alberto Venâncio Filho, mas gosto de lembrar, por exemplo, de outros poetas, como Tomás Antonio Gonzaga, que ostentava uma vasta cabeleira. E a vida é curta para se mudar de estilo.” A vaga deixada por Magaldi ainda não foi declarada oficialmente aberta, mas Geraldo Carneiro é apontado como virtual vencedor. “Não comecei ainda o rito de fazer visitas para pedir votos, mas isso não será problema, pois adoro me encontrar com as pessoas e de conversar.”

 
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