A lista Nielsen PublishNews apura os autores nacionais mais vendidos nas livrarias e supermercados brasileiros desde abril de 2014. De lá para cá, uma escritora -- que a rigor nem é brasileira -- tornou-se figurinha repetida. Trata-se de Clarice Lispector. Ucraniana naturalizada brasileira, Clarice estava na primeira lista, referente ao mês de abril de 2014, e raramente saiu dela. Mas, ela nunca esteve em um posto tão elevado quanto no mês de junho de 2015, quando alcançou a vice-liderança da lista de ficção, perdendo apenas para a dupla de vlogamers (mistura de vlogger com gamer) Mike & Pac, autora do fenômeno Herobine - a lenda (Geração Editorial). Clarice aliás, além de ocupar o segundo lugar, com Todos os contos (Rocco), aparece na 13ª posição com o sempre presente A hora da estrela (Rocco). Clique no Leia Mais para conferir outros destaques da lista.

Escrevo esse artigo inspirada na discussão levantada pelo Carlo Carrenho sobre a pouca relevância dos selos editoriais no mercado editorial. A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil apontou que apenas 3% dos consumidores escolhem os títulos pela editora, essa informação não é nova, todos nós enquanto consumidores ou profissionais da indústria editorial sabemos que a escolha se deve muito mais a capa, ao tema ou ao autor e gênero, em poucos casos pela editora. Mas isso significa que os selos não importam? O mesmo gráfico usado para apontar a irrelevância da marca mostra que, dos 97% restantes, que não escolhem livros pela editora ou selo – marca criada para lançar produtos específicos de um segmento – o fazem boa parte por indicações, anúncios, mídias sociais etc. Não seriam todos esses pontos formas que esse selo ou marca tem de estabelecer a conexão com esse leitor de forma relevante? Clique no Leia Mais e veja as reflexões de Daniela Kfuri sobre esse assunto que é tão controverso.

A Estação das Letras (Rua Marquês de Abrantes, 177, Flamengo. Rio de Janeiro / RJ) realiza no sábado, 23 de julho, das 10h às 16h, a oficina O Poder do Autor Digital – Escreva, Edite, Publique, Venda e Promova seu Livro. O objetivo é apresentar o mercado e o ambiente da literatura digital e mostrar as ferramentas e estratégias para o autor produzir, publicar, vender e divulgar seus livros digitais – sem custos, sem editoras. A condução será do editor e colunista do PublishNews Julio Silveira.

Acaba de ser lançada a 1ª Maratona Carreira Literária, concurso literário promovido pela plataforma online voltada para a formação e profissionalização de escritores, Carreira Literária, em parceria com a editora carioca Oito e Meio, O objetivo é premiar obras inéditas nas categorias Prosa (conto e romance) e Poesia. A comissão julgadora escolherá um vencedor em cada categoria e ambos serão premiados com uma publicação pela Oito e Meio ao longo do ano de 2016, com todos os custos de produção e distribuição pagos pela editora. A noite de autógrafos das duas obras vencedoras acontecerá no espaço-sede da editora, no Rio de Janeiro, e os autores não residentes na cidade terão seus custos de transporte e hospedagem pagos pelos organizadores do concurso. A taxa de inscrição é de R$ 12 e o processo é realizado inteiramente online, não havendo necessidade de envio de impresso por correio. Para ler o regulamento completo e se inscrever até o dia 12 de agosto, clique aqui.

Descobrir novos talentos literários e oferecer espaço para veiculação aos melhores textos em um grande periódico cultural. Esses são os principais objetivos do 7º Concurso de Contos, promovido pelo Grupo Livrarias Curitiba. As inscrições estão abertas e vão até o dia 31 de julho. A iniciativa é destinada a autores brasileiros com idade acima de 18 anos e que apresentem contos originais com temática livre ainda não publicados e nem premiados. Além da publicação na revista Ler&Cia, periódico da Livrarias Curitiba que tem circulação bimestral, tiragem média de 200 mil exemplares e circulação nos Estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, os autores dos seis melhores contos receberão um vale-compras de R$ 500 cada. Para participar, clique aqui.

A Gibicon, tradicional evento de HQs da capital paranaense, agora é a Bienal de Quadrinhos de Curitiba. Com a mudança de nome, o evento está maior, propondo debates mais amplos e mais atrações. Neste ano, a programação acontece de 8 a 11 de setembro, no MUMA | Museu Metropolitano de Arte de Curitiba (Av. República Argentina 3.430). Já estão confirmados os convidados internacionais Joan Cornellà, da Espanha, Jesús Cossio, do Peru, Power Paola, do Equador, Troche, do Uruguai e Rutu Modan, de Israel, além de quase 30 nomes nacionais. O evento terá feira de HQs, exposições, palestras, oficinas, contação de histórias, recreação e animação, duelo de HQs, mostra de curtas-metragens, entre outras atividades totalmente gratuitas

Logo mais, às 20h, as Edições Sesc São Paulo realizam, no Sesc Pompeia (Rua Clélia, 93, Pompeia - São Paulo / SP) o lançamento do livro Fotografia de palco II (476 pp.; R$ 130; e-book R$ 49), da fotógrafa paulista Lenise Pinheiro. A obra apresenta imagens de 602 atores, diretores e outros profissionais do teatro brasileiro, documentando a história e a memória de espetáculos encenados entre 1983 e 2015. As fotografias selecionadas ao longo de oito anos são intercaladas com textos assinados por Beatriz Sayad, Bob Wolfenson, Denise Fraga, Francisco Carlos, Guilherme Bonfanti, Leopoldo Pacheco, Luiz Fernando Ramos, Marcelo Coelho, Marisa Orth e Valmir Santos, que apresentam reflexões e interpretações sobre o trabalho de Lenise e sua importância para o teatro.

O número 60 do jornal Cândido, editado pela Biblioteca Pública do Paraná, traz como destaque um ensaio sobre a obra da polonesa Wislawa Szymborska (1923 — 2012), Prêmio Nobel de Literatura. O texto é assinado por Regina Przybycien, tradutora da poeta no Brasil. Professora aposentada da Universidade Federal do Paraná (UFPR), ela organizou o primeiro livro de Szymborska publicado no Brasil, em 2011. Desde então, a valorização da poeta só cresceu no país. Ainda este ano, outra seleta com a produção da polonesa será lançada por aqui. O ensaio da professora Regina discute, entre outros aspectos, como Szymborska utilizou a ideia do mundo como teatro e do teatro como mundo em diversos momentos de sua produção. O texto também apresenta ao leitor momentos da vida da poeta que influenciaram sua obra, como a aproximação, e mais tarde distanciamento, das ideias do socialismo soviético. É possível ler a versão online do jornal aqui.

Dando continuidade ao Programa Formativo para Tradutores Literários, destinado aos alunos que já o concluíram, a Casa Guilherme de Almeida (Rua Cardoso de Almeida, 1943 - São Paulo / SP) realiza, no próximo dia 28 de julho, às 19h, a palestra Tradução de Literatura Brasileira no Exterior. O professor Antonio Dimas, o escritor e tradutor Marcelo Tápia e a tradutora Simone Homem de Mello vão abordar fatores que parecem intervir nas escolhas editoriais que determinam a publicação de autores brasileiros no exterior. Até dezembro, estão programados outros cinco encontros, de agosto a dezembro, sempre mensais. As vagas são limitadas

Nesta quarta-feira (20), às 14h30, a Fundação Casa de Rui Barbosa (Rua São Clemente, 134, Botafogo. Rio de Janeiro / RJ) recebe mais um encontro da série quinzenal de palestras sobre estudos e pesquisas nas áreas de memória, documentação, preservação e informação. A sessão destacará as encadernações de 1850 a 1890 presentes na coleção da Academia Imperial de Belas Artes no Rio de Janeiro. Na palestra será apresentado o resultado referente ao trabalho de conclusão de curso do graduado em Conservação e Restauração Guilherme Alves da Costa Xavier apresentado em dezembro de 2015 na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Para mais informações, clique aqui.

Acontece logo mais, às 19h30, acontece mais uma edição do Ciclo de Quadrinhos, na Livrarias Curitiba do Shopping Palladium (Av. Presidente Kennedy, 4121, Curitiba / PR), com entrada franca. Dessa vez, o tema do encontro mediado por José Aguiar é Batman & Superman – Superamigos nunca mais!. No encontro, Aguiar irá falar sobre as curiosidades dos heróis, dos criadores e a produção dos filmes.

No aniversário de 145 anos do autor Marcel Proust, chegam às livrarias todos os romances que compõem o clássico francês Em busca do tempo perdido (Nova Fronteira; 752 / 888 / 832 pp.; R$189,90). Os textos serão lançados em um box com os sete livros divididos em três volumes. A obra de Proust tem a tradução do poeta e crítico Fernando Py, que também escreveu um prefácio para cada livro do ciclo. Em busca do tempo perdido tem como tema central o tempo e a memória. Todos os romances da obra foram escritos em primeira pessoa, originalmente entre os anos de 1913 e 1917. O primeiro volume, por exemplo, é composto pelos livros No caminho de Swann, no qual Proust apresenta os personagens e os lugares que irão modelar o grandioso cenário da obra, e À sombra das moças em flor, que narra a juventude do protagonista.

Os processos de criação em À sombra das raparigas em flor – A pulsão invocante e a psicologia no espaço em Proust (Ateliê Editorial; 224 pp.; R$ 38), Philippe Willemart, professor titular em literatura francesa da USP, analisa a primeira parte do primeiro capítulo de À sombra das raparigas em flor, segundo dos sete volumes do clássico Em busca do tempo perdido, obra-prima de Marcel Proust, escrita entre 1908 e 1922. Ao longo do processo de criação de Em busca do tempo perdido, Proust escreveu 75 cadernos de rascunho, conhecidos como os cadernos manuscritos. Willemart fez uso deles ao empregar em seu estudo um número considerável de passagens desse material, registrando assim etapas muito diferentes da criação do livro. Para o pesquisador, os rascunhos permitem distinguir o essencial da narrativa.

O amor de Mítia (Editora 34; 128 pp.; R$ 42 - Trad. Boris Schnaiderman), novela publicada em 1925 por Ivan Búnin (1870-1953), Prêmio Nobel de Literatura em 1933, penetra no drama da consciência de um rapaz que descobre, em toda a sua dolorosa intensidade, a força do desejo e do sentimento amoroso. Rainer Maria Rilke, que tinha predileção pela obra, observou que a vastidão do afeto que Mítia projeta sobre Kátia tem um caráter "profundamente espacial". De fato, a ação principia em São Petersburgo e logo se desloca para os campos de Oriol, paisagem cara ao autor desde a infância. É neste ponto que a natureza russa é elevada a suas maiores alturas. Por meio de sucessivas metamorfoses, ela anuncia as terríveis ambiguidades que definirão o destino do protagonista.

Richard Brautigan teve uma vida tão incomum que seria digna de uma das ficções escritas por ele. Aos seis anos, foi abandonado em um quarto de hotel junto com a irmã de apenas dois. Aos 20, ele pediu para ser preso porque já não aguentava mais passar fome e frio. Da prisão, seguiu para um hospício e foi diagnosticado com esquizofrenia e depressão. Após terminar a terapia com eletrochoques, começou a escrever e publicar seus primeiros livros de poesia. Em 1967, lançou o romance Pescar truta na América. No ano seguinte, publicou Açúcar de melancia (José Olympio, 240 pp.; R$ 34,90 – Trad. Joca Reiners Terron), que ganha sua primeira edição no Brasil. O livro mostra, por meio de um narrador que nunca diz seu nome, a rotina dos moradores e dos vizinhos do vilarejo euMORTE. Apesar do nome curioso e da paisagem mágica, como rios com um centímetro de largura, o lugar se assemelha a uma cidade qualquer. Ao longo da narrativa, no entanto, os personagens começam a assumir posturas assustadoras.