A coluna Painel das Letras, veiculada normalmente aos sábados pela Folha de S.Paulo, tem novo titular. Mauricio Meireles deixou O Globo para substituir Raquel Cozer, que saiu do jornal para ser editora da Planeta. Por dois anos e meio, Mauricio esteve à frente da cobertura diária de literatura e do mercado editorial no jornal carioca até ser transferido para a Revista O Globo, em maio passado. Maurício também ficará responsável pela pauta de livros. As mudanças no diário paulista não param aí. Marco Rodrigo Almeida, parceiro de Cozer na Folha, foi transferido para a editoria de Opinião. Com isso abriu uma vaga para repórter de literatura, que foi ocupada por Rodolfo Viana. Com passagens pelo Huffington Post Brasil, pelo portal Papo de Homem e pelas revistas Vida Simples e VIP, Rodolfo também é escritor. Teve seus contos publicados na revista Piauí, no jornal O Globo e pelo selo Formas Breves, da e-Galáxia.

Menos de um ano depois de expandir a sua atuação para a venda de livros novos, a Estante Virtual registrou que a venda desses títulos já representa 24% do montante que comercializa. Com um acervo de 15 milhões de livros (entre novos e usados), a Estante Virtual assume que comercializa entre 8 e 12 mil livros. No ano passado, para a aposta no segmento de livros novos, a empresa investiu R$ 4 milhões em infraestrutura e desenvolvimento da plataforma.

Estou em São Luís, capital do Maranhão, para conversar com as bibliotecárias na abertura do Simpósio que organizam em paralelo à FELIS – Feira de Livro de São Luís. Na feira, como sempre, os estandes com saldos dominam, acaparando a atenção dos frequentadores. Algumas editoras tinham estandes próprios: L&PM, Companhia das Letras, Moderna e Vozes. E lá estava o Belé, diretor da Expressão Popular, editora que é um braço do MST e tem editado livros de pensamento de esquerda. Belé cumpria ali a última etapa de uma maratona de feiras: Palmas, Recife e São Luís. Queixando-se, naturalmente, dos saldões e das livrarias evangélicas vendendo saldos de Bíblias. As questões levantadas pelo Belé são recorrentes. Por um lado, temos editoras que se dedicam às obras gerais e literatura para adultos. Por outro, toda a variedade que busca atender ao público jovem, assim como os que têm dificuldades de leitura. E, crescendo cada vez mais, as editoras e livrarias evangélicas, cada seita disputando seu público específico. Belé sugeria que, pelo menos, houvesse uma distribuição na ordem das barracas de modo a evitar as confusões. “Tudo bem que eles estejam presentes. Mas colocar uma delas ao lado da Expressão Popular e de outras editoras, só causa confusão e pode dar origem a tumultos, com a falta de civilidade que anda por aí”. [Nota do Editor: em sua coluna de hoje, Felipe Lindoso propõe soluções para o que chama de "problema". Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra da coluna].

O PublishNews está com as inscrições abertas para o curso Best-sellers: Como ler tendências, antecipar temas e selecionar originais altamente comerciais. Serão dois dias de aulas, 7 e 8 de novembro, sábado e domingo, das 10h30 às 15h30, nos quais serão abordados os segredos de um original de sucesso e como ler tendências. A condução será dos editores Alessandra J. Gelman Ruiz (Sextante/Arqueiro) e Pedro Almeida (Faro Editorial), que também é colunista do PN. Os encontros acontecem na Casa Educação (Rua Paulistânia, 551, Vila Madalena, São Paulo/SP). O investimento é de R$ 490. Até o dia 31 de outubro é possível se inscrever com desconto, pagando R$450, parcelados em até 3 x de R$150. Clique aqui para mais informações.

Criação de textos para a venda de livros é o tema do curso que a Escola do Livro (Rua Cristiano Viana, 91, Pinheiros, São Paulo/SP) realiza no próximo dia 16 de outubro, sexta-feira, das 10h às 17h. Com exposição teórica, exemplos de análises de textos publicitários e atividades práticas, o objetivo do encontro é exercitar técnicas fundamentais para a elaboração de textos mais vendedores em peças editoriais, seja catálogo de obras, sinopse, orelha e quarta capa de livros, entre outros. O encontro terá condução de João Anzanello Carrascoza, que, além de escritor, é redator publicitário com 30 anos de experiência. Para associados da Câmara Brasileira do Livro (CBL), o investimento é de R$ 230, associados de entidades congêneres, professores e estudantes pagam R$ 360, já para não associados, o curso custa R$ 460. Mais informações e inscrições, clique aqui.

A Universidade do Livro (Praça da Sé, 108, São Paulo/SP) realiza, entre os dias 27 e 30 de outubro, o curso Mídias sociais para o mercado editorial: planejamento e gestão com foco em resultados. A proposta é mostrar como as mídias sociais se conectam com os objetivos e com a estratégia de marketing e comunicação da organização e como podem trazer resultados efetivos para o negócio se realizadas com planejamento estratégico e gestão eficaz. O curso pretende articular teoria e casos do mercado e, a partir de exercícios, capacitar os participantes a desenharem e colocarem em prática estratégias efetivas de atuação. A condução das aulas será das jornalistas Daniela Senador e Mila Paes Leme Marques. Os encontros acontecem das 18h às 21h30, com investimento de R$ 524. Estudantes, profissionais da UNESP e do mercado editorial têm desconto. Clique aqui para se inscrever.

Procure por Svetlana Alexievich nas livrarias brasileiras e você não encontrará título algum –nem Vozes de Chernobil, seu livro mais famoso, um relato feito a partir de mais de 500 entrevistas com testemunhas da maior catástrofe nuclear da história. O nome de difícil pronúncia, entretanto, pode soar mais comum aos ouvidos nos próximos dias: se os adeptos de apostas para Nobel de Literatura estiverem certos, Alexievich será laureada nas próximas 24 horas. À véspera do anúncio do Nobel de 2015 –que será feito na quinta (8), pela Academia Sueca, em Estocolmo–, a jornalista bielorrussa de 67 anos está no topo da lista das casas de aposta mais famosas da Europa e dos EUA. Os brasileiros que quiserem palpitar, contudo, ficarão de fora da brincadeira: jogos de azar são ilegais no país, e os sites não aceitam apostas daqui. Ler Alexievich também seria complicado: até o momento, seus livros jamais foram editados no Brasil.

A Festa Literária de Cachoeira (Flica) se prepara para abrir suas portas, na Bahia, no próximo dia 14, com uma programação que promete debater uma "literatura universal". Até o dia 18, a cidade receberá autores nacionais e internacionais em mesas variadas para falar sobre o universo das letras, da criação literária, da história e das ideias. Temas como política, música, biografias, religião e principalmente literatura de ficção serão debatidos e mediados por especialistas em provocar os autores a se revelar. A quinta edição da Flica terá como homenageado o escritor baiano Antônio Torres, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Debates literários, lançamento de livros com sessões de autógrafos, espetáculos, exibição de filmes, oficinas de moda e beleza e atividades especiais para crianças estarão no centro da programação da terceira Festa do Conhecimento, Literatura e Cultura Negra - Flink Sampa, que acontecerá em São Paulo, nos dias 13 e 14 de novembro, no Memorial da América Latina (Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 - Barra Funda - São Paulo/SP). A edição terá como curadores Guiomar de Grammont e Uelinton Alves, responsáveis pela programação do evento.

A Biblioteca Púbica do Paraná realiza nesta quinta-feira (8), o 4º Encontro de Pessoas com Deficiência Visual. O evento, que acontece entre 14h e 17h, no auditório Paul Garfunkel (Rua Cândido Lopes, 133, Curitiba /PR), terá palestras, exibição de curta-metragem e dinâmicas. A entrada é franca. A atividade aborda o poder de superação do deficiente visual, além de discutir as dificuldades do dia a dia para quem não pode enxergar. Outro destaque é a apresentação do curta-metragem O tesouro perdido — exibido com audiodescrição. O recurso, que auxilia o espectador a entender o que está sendo mostrado na tela, foi incorporado ao filme pelos próprios colaboradores da Seção Braille da BPP, que realiza o evento em parceria com a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB). Mais informações, pelo telefone (41) 3221-4985.

O ano de economia desaquecida pode ser um bom momento para analisar negócios que estão tendo sucesso e aprender lições de empreendedorismo, defende o economista Marcos Silvestre, 47. "A crise deixa o mercado enxuto, focado. Quem vai começar um projeto pode criar seu negócio com as características vencedoras dos que estão triunfando", diz. O economista lança neste mês o livro A virada na carreira: Ganhe dinheiro por conta própria (Faro Editorial, 224 pp; R$ 34,90). Leia a entrevista concedida à Folha.

Phoebe Gloeckner tinha 15 anos quando perdeu a virgindade com o namorado da mãe, um quase quarentão. O primeiro contato sexual aconteceu dias antes, quando ele a embriagou e passou as mãos em seus seios. Na casa da adolescente, em São Francisco, nos anos 1970, as coisas não iam bem: a mãe tinha problemas com álcool, fumava maconha e cheirava cocaína na frente dela e da irmã mais nova. Phoebe registrou tudo isso num diário, além de pensamentos suicidas, outros encontros sexuais e o uso excessivo de drogas injetáveis. Décadas depois, compilou as anotações e publicou, em 2002, Diário de uma garota normal, que só agora chega às livrarias brasileiras, pela Faro Editorial. O livro também virou filme, com roteiro e direção da americana Marielle Heller. Premiado nos festivais de Berlim e Sundance, e com Bel Powley, Kristen Wiig e Alexander Skarsgård no elenco, o longa será exibido nesta quarta (07), às 18h45, no Kinoplex São Luiz (R. do Catete, 311 - Lojas 203/204 - Rio de Janeiro/RJ), como parte do Festival do Rio.

Em 1944, Priska, Rachel e Hanka chegaram a Auschwitz determinadas a sobreviver e a defender a vida dos bebês que levavam em seus ventres. Em Os bebês de Auschwitz (Globo Livros; 368 pp; R$ 39,90 – Trad. Bruno Alexander), Wendy Holden narra as histórias dessas jovens judias que resistiram ao horror dos campos de concentração e aos trabalhos forçados na esperança de conhecerem seus filhos. Além de investigar o passado, Holden acompanhou o reencontro de Eva, Mark e Hana, os três sobreviventes nascidos dentro das instalações nazistas. Wendy Holden recorreu a entrevistas, cartas e diários, criando um relato comovente, que detalha a eficiência com a qual os nazistas exterminaram milhares de judeus e mostra como pequenos gestos de solidariedade permitiram que várias vidas fossem salvas.

Em A Segunda Guerra Mundial (Record; 952 pp; R$ 98 - Trad. Cristina Cavalcanti), o historiador e autor best-seller britânico Antony Beevor ressalta os pontos cegos deste conflito, dando um enfoque especial às batalhas na Ásia. Com uma narrativa envolvente, Beevor traça um panorama desde o Atlântico até o Pacífico, esmiuçando alguns dos mais importantes entraves da Guerra. Para além dos relatos dos líderes mundiais da época, um dos pontos mais interessantes do livro surge do ponto de vista dos mortais comuns. São registros pessoais, cartas e diários de combatentes e civis, muitos narrando o desamparo diante do que pareciam ser forças históricas esmagadoras. O leitor que quer se aprofundar mais na pesquisa de Beevor pode encontrar ainda as recém-lançadas versões pocket de Berlim 1945, A Queda – volume 1 e Berlim 1945, A Queda – volume 2 (ambas da Best Bolso).

A história de A queda do anjo (Benvirá; 248 pp; R$ 44,90 – Trad. Isa Mara Lando), de Yukio Mishima, se passa no ano de 1970. O personagem Honda agora é um homem idoso e rico, já debilitado fisicamente e um tanto solitário depois de a viuvez ter chegado. Ele passa seus dias conversando sobre senilidade, medicamentos e doenças decorrentes da idade. O velho senhor adota Toru, acreditando ser este a terceira reencarnação sucessiva de Kiyoaki, morto aos 20 anos de idade nas três vidas terrenas que tivera. O que Honda não imagina é que o coração de Toru é mau, ansioso por vingança e por presenciar a decadência de seu próprio pai adotivo. Esta tetralogia foi concluída pelo autor, cujo nome verdadeiro era Kimitake Hiraoka, pouco antes de seu suicídio, em 1970, e é também composta pelos livros Neve de primavera, Cavalo selvagem, Templo da aurora.

Nascida em Barretos (SP), a poeta Teruko Oda tornou-se uma das vozes mais importantes do haicai brasileiro. Parte de sua obra foi reunida no volume Waga furusato no uta (Escrituras; 104 pp; R$30), que ganhou versão português-japonês (traduzida por Michiyo Nakata). Na apresentação do livro, o professor Paulo Franchetti, da Unicamp, comenta que ficou comovido em diversas passagens. Segundo Franchetti, "foi um trabalho intenso o que Oda desenvolveu junto com Masuda Goga: estudo da tradição japonesa, catalogação dos fenômenos naturais brasileiros e seu enquadramento em uma ou outra estação, prática sistemática de haicai".

Deixar para trás o lugar onde se viveu durante toda a vida não é fácil. Podemos abandonar nossa terra natal, mas a terra natal nunca sai de nós. É esse o sentimento que vem experimentando Maria Shirakawa, a personagem-narradora de Tsugumi (Estação Liberdade; 184 pp; R$ 38 - Trad. Lica Hashimoto), da escritora japonesa Banana Yoshimoto. O relacionamento ao mesmo tempo afável e tortuoso entre primas será testado nas próximas férias de verão, quando Maria aceita o convite de Tsugumi para voltar à cidade natal a fim de passarem uma última estada juntas. Banana ocupa posição de destaque no atual panorama literário nipônico. A obra rendeu à autora, em 1989 — ano de publicação da edição japonesa —, o Yamamoto Shugoro, prêmio literário local concedido anualmente a livros que se destaquem como exemplos de arte narrativa.