Em 1956, a espanhola Carmen Balcells inaugurou a sua agência literária. Nas décadas seguintes, de 1960 e 70, aconteceu o boom latino-americano, quando autores do quilate de Gabriel García Márquez, Julio Cortazár e Pablo Neruda ganharam notoriedade e sucesso mundial. Não foi coincidência. A promoção desses autores mundo afora teve a mão de Carmen, que morreu nesta segunda-feira (21), aos 85 anos. O peruano Mario Vargas Llosa, vencedor do Nobel, escreveu um artigo no El País no qual lamenta a morte da amiga e diz: “ela incentivou e até mesmo obrigou as editoras da Espanha e da América Latina a se tornarem modernas e ambiciosas, a operarem no amplo âmbito de toda a língua e a sacudirem a visão pequena e provinciana que tinham”. Clique no Leia Mais e veja a repercussão da morte de Carmen.

A Minha Biblioteca, consórcio formado pelas editoras Grupo A, Grupo Gen–Atlas, Manole e Saraiva para oferecer uma biblioteca digital a instituições de ensino superior, se associou, em janeiro à Pasta do Professor, que oferece conteúdos fracionados a esse mesmo público. Como consequência dessa união, a Minha Biblioteca passou a aceitar outras editoras fora do pool de sócios. A Cengage Learning é a primeira editora não sócia a fazer parte da Minha Biblioteca. Além dela, as outras 38 editoras participantes da Pasta do Professor poderão aderir à Minha Biblioteca. "Estamos dando prioridade às editoras que fazem parte da Pasta do Professor. A participação destas já está aprovada pelo conselho", disse Richardt Rocha Feller, diretor executivo do consórcio, que não descarta que outras editoras poderão entrar na Minha Biblioteca. Com a chegada da Cengage, o catálogo da Minha Biblioteca alcança seis mil títulos.

Aos 500 anos de idade, Lucius decidiu reescrever grande parte de sua obra. E Zibia Gasparetto, aos 89, entrou em ação: a escritora espírita que já vendeu 17 milhões de cópias em todo o mundo, segundo sua própria contabilidade, se pôs a revisar os clássicos que diz ter escrito seguindo os sussurros do espírito Lucius. "Mudei as frases, tornando-as mais claras. Troquei floreios e facilitei o entendimento", diz a escritora. Começou então o que chama de "uma limpa" nas suas obras antigas. Nos últimos meses, chegaram ao mercado novas edições de clássicos do gênero, como Ninguém é de ninguém (2000) e Esmeralda (1985). A preocupação comercial é maior do que nunca na casa, que teve a vendagem "um tanto afetada" pela crise. O mau momento se mostra com um vazio na Vida & Consciência. A empresa familiar teve de demitir 52 funcionários. A matriarca quer vender suas impressoras industriais e deixar de fazer livros para outras editoras. Mas ela vê uma luz no fim do túnel: o livro Nada é por acaso (2005) deve virar longa pela Globo Filmes, dirigido por Jorge Fernando.

No próximo sábado (26), às 14h, o Goethe-Institut em parceira com o Tem mais gente lendo (TMGL), projeto encabeçado por Sérgio Miguez (gestor de eventos da Livraria Cultura) organizam um flashmob literário no vão livre do Masp (Avenida Paulista, 1578, São Paulo/SP). Sob o título #LerMoveoMundo, a ação integra a programação do Dia Europeu das Línguas, celebrado em 26 de setembro em 13 cidades da América do Sul. Nesta ação, a proposta é que cada leitor leve um livro que tenha feito diferença na sua vida e leia em voz alta um trecho para outra pessoa. O Goethe-Institut preparou um vídeo teaser para as mídias sociais sobre a ação, que pode ser acessado aqui. A participação é gratuita.

Canções de Paulo Leminski vão ganhar a voz da filha do poeta, Estrela Leminski no show Leminskanções, que será apresentado na abertura da Tarrafa Literária, nesta quarta-feira (23), às 19h, no Sesc Santos (Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida, Santos/SP). Estrela fez seis anos de pesquisas para finalizar o projeto, que resultou numa homenagem ao pai: um álbum duplo. São 25 canções no repertório, das quais 11 são inéditas. O show apresentará músicas e poemas de Paulo em arranjos assinados por ele ou criados pela própria filha. A 7º edição da Tarrafa segue até o domingo (27), no Teatro Guarany, com uma programação marcada pelo encontro com diversos escritores. Clique aqui e confira.

A escritora e historiadora Mary Del Priore é a convidada da próxima edição do Sempre um Papo. Nesta quarta-feira (23), a autora do best-seller Histórias íntimas participa do debate lançamento do seu primeiro romance adulto, Beije-me onde o sol não alcança (Planeta). Como não podia deixar de ser, a história é baseada em fatos reais. A obra aborda a condição da mulher no século 19, a mobilidade social dos escravos e descreve o cotidiano de cidades como Rio de Janeiro, Paris e São Petersburgo. O evento tem entrada franca e acontece no MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal, no Circuito Cultural (Praça da Liberdade s/n, Belo Horizonte/MG).

A Boitempo realiza na próxima segunda-feira (28), em parceria com a Livraria Cultura, um debate sobre Ficção policial e sociedade. Os convidados são o cubano Leonardo Padura e o paraense Edyr Augusto, com medição do jornalista Ubiratan Brasil. O evento será seguido por uma sessão de autógrafos com os escritores. O evento é gratuito e acontece na unidade da Cultura do Shopping Iguatemi (Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2232, São Paulo/SP), às 19h.

Acontece hoje a cerimônia de entrega do prêmio Top Educação concedido pela Editora Segmento, responsável pela revista Educação. O PublishNews já noticiou que a Editora do Brasil e a FTD foram reconhecidas pelo prêmio. Além delas, outras cinco editoras receberão o troféu logo mais: Cortez, Moderna, Oxford University Press, Positivo e Saraiva. A Livraria Cultura e o projeto Ler para uma Criança da Fundação Itaú Cultural também serão premiados. O prêmio é resultado de uma consulta popular em que os votantes escolhem as marcas mais lembradas em cada uma das 31 categorias. Para conhecer a lista completa de vencedores, clique aqui.

A Academia Brasileira de Letras (ABL) promoverá nesta quinta-feira (24) o tema Vidas sustentáveis: a ecologia do tempo, em seu Seminário Brasil, brasis. Os palestrantes serão a Acadêmica e escritora Rosiska Darcy de Oliveira, a compositora e cantora Adriana Calcanhotto e o arquiteto Sérgio Magalhães. O evento inicia às 17h30, no Teatro R. Magalhães Jr. (Avenida Presidente Wilson 203, Castelo, Rio de Janeiro/RJ), com entrada franca. A programação dos seminários se estenderá até o mês de novembro e todos serão transmitidos pelo site da ABL.

O Programa Leitorado está selecionando profissionais interessados em atuar em instituições de ensino superior estrangeiras com foco na promoção da língua portuguesa, da cultura, da literatura e dos estudos brasileiros. A promoção é do Capes (Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). O edital é voltado para graduados em Letras e tem inscrições abertas até 8 de outubro. O início das atividades está previsto para fevereiro de 2016. Os países que vão receber os Leitores escolhidos são: Alemanha, China, Colômbia, Croácia, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Hungria, Índia, Inglaterra, Paraguai, Peru e Vietnã. Os selecionados receberão uma bolsa mensal, além de outros auxílios que variam de acordo com a localidade e poderão permanecer de dois a quatro anos na universidade estrangeira, com carga horária mínima de 20 horas semanais. Confira o edital aqui.

No catálogo do Arquivo Lima Barreto, sob a guarda da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), a referência ao conteúdo da pasta era “Pequeno Almanaque de Celebridades”. Ao abri-la, o português João Marques Lopes, professor de Literaturas Lusófonas na Universidade de Oslo, na Noruega, se surpreendeu ao encontrar tiras manuscritas com uma crônica desconhecida de um dos principais escritores brasileiros. Após a descoberta, Lopes vasculhou toda a bibliografia publicada do autor e confirmou que tratava-se de um texto, mais que inédito, completamente ignorado até hoje. O manuscrito de “Portugueses na África” não está datado. No verso da última folha está escrito “devia ser publicada na ‘A Floreal’” e, na primeira, logo acima do título, há a anotação “Echos”. O pesquisador conta que, em 1907, Lima Barreto assinou a coluna “Echos” na revista “A Floreal”. A publicação, onde foram traduzidos os primeiros textos anarquistas no Brasil, teve quatro números e deixou de circular antes que a crônica fosse publicada. Por isso, ele datou o texto dos últimos meses de 1907. O original já está exposto na Divisão de Manuscritos da Biblioteca Nacional. A transcrição, junto com um artigo de Lopes, será publicada na próxima edição dos Anais da Biblioteca Nacional.

Evaldo Cabral de Mello está aposentado. Da carreira diplomática, da história, da escrita. Mesmo que apareça o diário íntimo de Maurício de Nassau, ele brinca, não vai mudar de ideia. Ou então um documento que esclareça algum ponto do período a que dedicou sua vida: o Brasil Holandês. Prestes a completar 80 anos, ele diz que um historiador deve parar aos 70. “A cabeça, e isso eu notei comigo, começa a embaralhar, a tropeçar”, justifica. Mas sua obra está aí, e continua rendendo frutos. Na quarta-feira, 16, quando o historiador pernambucano recebeu o Estado em seu apartamento, no Rio, ele se preparava para o lançamento da nova edição de O negócio do Brasil – Edição ilustrada com imagens da época (Capivara; 272 pp.; R$ 60), livro lançado em 1998 e disponível, até esta semana, apenas na edição de bolso da Companhia das Letras. Referência para historiadores, a obra integra uma trilogia sobre o período da dominação holandesa da qual fazem parte, ainda, Olinda Restaurada (1975) e Rubro Veio (1986).

Thammy ascendeu aos holofotes como sex symbol e dançarina da mãe Gretchen, mas sempre se considerou um homem, apesar de sua aparência física não confirmar a percepção que tinha de si mesmo. No livro Thammy: nadando contra a corrente (BestSeller; 210 pp; R$ 25), a dramaturga e roteirista Marcia Zanelatto conta desde a infância dessa figura pública, passando pela descoberta da homossexualidade e da transexualidade e dos desafios que precisou enfrentar para se assumir. O livro conta também a virada que sua carreira deu com a participação na novela Salve Jorge, da TV Globo, além de um panorama sobre o tema no Brasil e fotos pessoais do ator, incluindo a primeira imagem sem camisa a ser divulgada depois da retirada dos seios.

A obsessão por dinheiro e sucesso, a rotina no bordel onde construiu seu nome de guerra e os bastidores da vida de Andressa Urach estão descritos no livro Morri para viver (Planeta, 238 pp; R$ 36,90). O livro narra a trajetória desta polêmica personalidade. Dos casos secretos com clientes milionários e famosos, empresários, cantores, jogadores de futebol, artistas, bandidos, religiosos; passando por seu vício em cirurgias plásticas - ela chegou a cogitar amputar os dedos, só por que não gostava do tamanho dos pés -, o livro narra a chocante vida que ela levou até a inacreditável experiência de quase morte no coma e a sua busca por redenção.

Dentro do elevador do edifício em que morava sua avó, Rafael Ilha só ouvia os próprios gritos. Não havia o que negociar. Não aguentava mais, não queria mais a vida sem sentido. Com um caco de vidro pontiagudo encostado no pescoço, ameaçava um ponto final. E foi mais rápido que os apelos dos socorristas: abriu um corte no pescoço, da nuca até o lado esquerdo. Assim começa o livro Rafael Ilha: as pedras do meu caminho (Escrituras; 304 pp; R$ 49,90), escrito pela jornalista Sonia Abrão, com as orelhas escritas pelo apresentador Fausto Silva e o prefácio por Gugu Liberato. O título traz a trajetória pessoal e profissional do ex-integrante do grupo Polegar, sucesso musical dos anos 1990, e sua luta contra todo o tipo de droga.

Nascido em uma família desajustada do bairro da Lapa, em São Paulo, Rey foi morar com uma família cristã nos EUA. Lá, se formou na Universidade de Harvard em cirurgia plástica e se tornou celebridade internacional, com uma fortuna de milhões de dólares. No livro Dr. Rey – O brasileiro que se tornou o Dr. Hollywood (Prata Editora; 240 pp; R$ 39,90), ele conta detalhes de sua vida pessoal e revela os segredos de como, saindo praticamente do nada, se tornou o famoso homem de mídia conhecido em todo o planeta e um empresário de sucesso que com apenas a linha de produtos faturou 100 milhões de dólares no último ano.

A vida amorosa de Rafael Cortez seria trágica se não fosse cômica. Da tenra infância até os dias de hoje, resume-se numa sucessão de ciladas, traumas e fracassos. E tudo é contado em detalhes ao longo dos capítulos de Meu azar com as mulheres (Panda Books, 136 pp., R$ 29,60). O humorista começa criticando o tratamento do sexo como tabu pelas famílias ao contar a história de Toninho, que com apenas cinco anos foi severamente repreendido e caçoado ao perguntar, à mesa de jantar, o que era uma “xoxota”. Em outro conto, o autor expõe recadinhos que ele mesmo trocava, aos oito anos, com a colega de classe Elodie, a quem “amava como Roberto Carlos ama um paletó azul-claro”. Ao contar histórias amorosas falidas, Cortez ainda vai elencando os possíveis motivos que fariam dele um azarado com as mulheres.