A inovação está no foco do prêmio Jovens Talentos da Indústria do Livro que o PublishNews criou, com o apoio da Feira do Livro de Frankfurt e patrocínio do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). O período de inscrições terminou na última segunda-feira e os cinco vencedores serão conhecidos na próxima sexta-feira (28). Ao todo, o prêmio recebeu 74 inscrições, de 57 empresas. As mulheres saíram na frente e são 55,5% dos inscritos. Sete estados estão representados no prêmio. “Estamos super felizes com a repercussão do prêmio e com a representatividade que conseguimos. Pelos inscritos, temos um bom panorama da indústria do livro no Brasil”, aponta Carlo Carrenho, fundador do PublishNews e idealizador do prêmio. O primeiro colocado ganhará passagem, estadia e uma ajuda de custo de 500 euros para viajar à Feira do Livro de Frankfurt (14 e 18/10), além de um ingresso VIP para usufruir do Business Club e de toda a sua programação durante o evento. Os outros quatro vencedores receberão um ingresso VIP para o Business Club, caso viajem a Frankfurt.

Estamos sentindo na pele a inflação e a desaceleração de muitas áreas da economia, mas alguns números continuam animadores. Segundo estudo publicado pela FGV em abril de 2015, o acesso à tecnologia no Brasil vem crescendo e o número de smartphones já bate a casa dos 154 milhões; tablets são 24 milhões e se totalizarmos os dispositivos conectados à internet, são 306 milhões. A questão é: temos um consumidor que já está com a tela na frente dele durante muitas horas do dia; ele já está conectado à internet e já lê de alguma maneira. O quanto estamos aproveitando este leitor para fazer com que ele troque a leitura de algo da internet por um livro, um conto digital que ele pode ler enquanto vai ao trabalho, ou, ainda, um livro que ele pode ouvir enquanto espera em uma fila qualquer? Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra do artigo de André Palme.

Nomes como Raimundo Carrero, José Eduardo Agualusa, Marcelino Freire e Xico Sá estarão na I Feira Nordestina do Livro (Fenelivro), que acontece entre os dias 28 de agosto e 7 de setembro. O evento, que será realizado no Centro de Convenções de Pernambuco, é promovido pela Associação do Nordeste de Distribuidores e Editores de Livros (Andelivros) e pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), em parceria com a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). Workshops, palestras e minicursos integram a programação da feira, que vai contar com uma área de 4 mil m², cerca de 200 estandes e mais de 200 autores convidados. A previsão é de que durante os dias do evento 150 mil pessoas visitem o espaço. Haverá uma mesa no dia 30 de agosto, domingo, às 10h, na Sala Ariano Suassuna, com a presença do fundador do PublishNews, Carlo Carrenho e de Carlos Andreazza (Record), que ao lado de Constantino Bértolo debatem O futuro do livro - o ato de ler sob a influência das novas tecnologias e dos novos suportes de texto. A programação completa pode ser acessada aqui.

No dia 8 de julho passado publiquei o post Vivendo e Aprendendo – Lições na FLIP no qual comentei o fato das pesquisas sobre hábitos de leitura não capturarem novas tendências de leitura e produção de literatura. Alguns dias depois recebi um e-mail do Bernardo Jaramillo, subdiretor de Produção e Circulação do Livro do CERLALC-UNESCO, comentando o post e informando que o assunto estava no radar da instituição. E me enviou o link para o texto que era o resultado de discussões e reflexões surgidas na mesa de especialistas sobre “Indicadores de leitura, livro e desenvolvimento”, que teve lugar na Cidade do México, com o apoio do Conselho Nacional para a Cultura e as Artes (Conaculta), nos dias 8, 9 e 10 de setembro de 2014. Trata-se de um documento muito interessante, que espero seja levado em consideração nas próximas versões do Retrato da Leitura no Brasil. Clique no Leia Mais e veja a análise de Felipe Lindoso acerca desse documento.

Sai em janeiro, pela Companhia das Letras, o novo livro de Janet Malcolm, 80 anos, tcheca radicada nos EUA, autora de “O jornalista e o assassino”, chamada de rainha do jornalismo literário. Com o título “41 inícios falsos”, reúne ensaios e reportagens sobre literatura e arte produzidos nos últimos 20 anos. As informações são de Ancelmo Gois.

A Balada Literária, evento criado e organizado por Marcelino Freire, já está em contagem regressiva para a edição de 2015. Comemorando sua 10ª edição, o evento homenageia este ano a cineasta Suzana Amaral. O evento acontece de 18 a 22 de novembro, em São Paulo. Os preparativos podem ser acompanhados pelo Facebook.

A Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP/SP - Rua General Jardim, 522, São Paulo/SP) promove, entre os dias 24 e 26 de setembro, o I Salão do Livro Político. No local, das 11h às 21h, quinze editoras especializadas em política, economia, filosofia, sociologia e história vão expor suas publicações. As editoras são: Alameda, Anita Garibaldi / Fundação Mauricio Grabbois, Boitempo, Caros Amigos / Casa Amarela, Cortez, Editora Fundação Perseu Abramo, Expressão Popular, Filoczar, Iskra, Nanquim, Pallas, Sundermann, Terceiro Nome, Veneta e Xamã.

A Thomas Nelson Brasil vai levar duas apostas para a Bienal do Rio 2015 (3 a 13/09). São eles: O diário mais legal do mundo (224 pp., 24,90) e Bíblia + para garotas (1.504 pp, R$ 84,90), este com duas versões de capa: uma em quatro cores e outra totalmente personalizável. Ambos os lançamentos são voltados para o público jovem. Neste mês, a empresa completou oito anos e passou a integrar o grupo HarperCollins Christian Publishing.

Em sua coluna, Ancelmo Gois informa que o Bamboleio, espaço infantil da Bienal do Rio, terá uma biblioteca com 500 livros para celebrar a diversidade e a multiculturalidade, como Ilíada, de Homero. Depois, os exemplares serão doados para bibliotecas públicas, escolares e comunitárias. A concepção e a curadoria do espaço são de João Alegria.

A Galeria Hipotética (Rua Visconde do Rio Branco, 431, Floresta, Porto Alegre/SP) está com as inscrições abertas para o curso Psicodinâmica dos diálogos sem blá-blá-blá. A iniciativa ensinará como criar personagens consistentes, ambientes instigantes e diálogos criativos para quadrinhos, TV e cinema. As aulas acontecem nos dias 9, 16, 23 e 30 de setembro, das 19 às 22h, com condução de S. Lobo. O investimento é de R$ 400. Mais informações pelo e-mail contato@hipotetica.com.br ou pelo fone (51) 3013-2015. Inscreva-se aqui.

Interessados em publicar seu livro pela Lei Rouanet já podem se inscrever para o workshop Elaboração de projetos para a Lei Rounaet, que a Escola do Livro (Rua Cristiano Viana, 91, Pinheiros, São Paulo/SP) promove no dia 23 de setembro, das 10h às 13h. Durante o encontro, serão apresentadas visões de três especialistas sobre a Lei e suas oportunidades para projetos editoriais: Adriana Florence, que desenvolve e executa projetos nas áreas de arte, educação e meio-ambiente; Aline Akemi Freitas, advogada e mestre em Direito e Carlos Beyrodt Paiva Neto, secretário de Incentivo e Fomento à Cultura da SEFIC/MinC. Os convidados, sob a mediação da jornalista Maria Fernanda Rodrigues, titular da coluna Babel, vão apresentar caminhos, mostrar exemplos e esclarecer questões importantes para quem deseja usufruir dos benefícios da Lei para suas publicações. Mais informações e inscrições, clique aqui.

A Estação das Letras (Rua Marquês de Abrantes, 177, Flamengo, Rio de Janeiro/RJ) está com as inscrições abertas para a Oficina de tradução literária do Inglês para o Português, que acontece de 10 de setembro a 26 de novembro, às quintas-feiras, das 16h30 às 18h30. As aulas terão um caráter prático. Caberá aos alunos produzir traduções propostas pelo professor, comparar e discutir seus resultados coletivamente. Os textos de trabalho serão em língua inglesa, em prosa, e terão cunho literário, sejam ficcionais ou ensaísticos. A condução será do tradutor Rubens Figueiredo. O investimento é de 3x de R$ 350, com taxa de matrícula de R$ 30. Para se inscrever, clique aqui.

A Biblioteca Pública do Paraná (Rua Cândido Lopes, 133, Curitiba/PR) realiza curso de orientações básicas em conservação e recuperação de acervos bibliográficos. As aulas têm início dia 12 de setembro, das 9h às 13h e das 14h às 18h, e seguem por quatro sábados, até 17 de outubro. Especialista em conservação de bens culturais móveis e chefe da Divisão de Preservação da BPP, Bety de Luna afirma que é a primeira vez que o curso é aberto ao público externo — anteriormente, atividades semelhantes foram ofertadas apenas aos funcionários da biblioteca. A inscrição é de R$ 400 (associado) e R$ 500 (não associado). Mais informações, clique aqui.

Veneza combate, neste ano, o que ficou conhecido como "literatura subversiva". O recém-eleito prefeito Luigi Brugnaro tomou como uma de suas primeiras medidas no cargo proibir livros que, diz, são nocivos à família. Entre os 49 livros censurados nas escolas públicas locais estão as histórias de um pinguim com dois pais e de um cãozinho que quer ser uma bailarina. Esses livros haviam sido introduzidos no ensino público com o objetivo de quebrar, desde cedo, preconceitos frequentes na Itália. A escolha foi feita em 2013 por Camilla Seibbezi, à época uma funcionária da prefeitura. "O bullying é um grande problema, e queríamos dar aos educadores uma oportunidade de estar preparados", disse em entrevista à Folha. Organizações de defesa dos direitos humanos concordam com esse tipo de medida. O diretor da ONG LGBT italiana Arcigay, Flavio Romani, afirma que "é fundamental que a realidade seja representada em todos os tons".

O mérito mais imediato de Queijos brasileiros à mesa com cachaça, vinho e cerveja (Senac, 170 pp, R$ 114,90) é a competência para romper certos paradigmas que envolvem o casamento entre o laticínio e as bebidas. Os autores, o sommelier Manoel Beato e o mestre-queijeiro Bruno Cabral, levantam convenções –como a mais representativa delas, de que o vinho tinto é a melhor companhia– e as desmistificam ao propor, paralelamente, um novo universo de combinações –cachaças, cervejas e vinhos mais densos, aromáticos e alcoólicos. Outro recorte inovador, pode-se dizer, é a seleção de queijos brasileiros. São raras as publicações que reúnem conhecimento sobre esse nosso patrimônio nacional, que dita o modo de vida de tantas famílias nos campos.

O esquisito nome do livro, Pssica (Boitempo, 96 pp, R$ 28), de Edyr Augusto, talvez mais afaste que aproxime; o começo da leitura impõe outro estranhamento, com suas frases simples, nunca com mais de dez palavras, empilhando fatos sobre fatos, sem dar notícia de qualquer subjetividade dos personagens. No entanto, trata-se de um experimento de valor no panorama brasileiro atual. No centro do enredo está Janalice, adolescente de Belém do Pará; o tempo é agora; o narrador, externo ao enredo, alia a vocação para a crueza com um grande conhecimento empírico do mundo paralelo em que habitam traficantes de drogas e de pessoas, bandidos de toda ordem e toda a gente miserável. Tudo começa por uma besteira: Janalice se deixou filmar em cena sexual com o namorado, e as imagens vão ao mundo. Sua vida na escola fica insuportável e seus pais a mandam passar uns tempos com parentes. Em lugar de paz, encontra estupro; para fugir frequenta a rua, e eis que o destino piora: é vendida como escrava sexual para sucessivos donos, até chegar à Guiana, vizinho que é uma abstração para o Brasil, mas destino de milhares de conterrâneos.

Ele até brincou numa entrevista recente ao jornal inglês The Guardian: “as pessoas dizem: ‘olha, mais um romance de um cara de óculos do Brooklyn’”. Mas a verdade é que Estação Atocha, o primeiro romance de Ben Lerner, publicado originalmente em 2011, faz parte da instigante série de livros de literatura estrangeira que a editora Rádio Londres vem injetando no mercado editorial brasileiro desde janeiro. Ele também lança no Brasil, em setembro, Ângulo de guinada, pela e-galáxia, reunião de poemas finalista do National Book Award em 2006. Lerner – poeta filho de pais acadêmicos do meio-oeste norte-americano – guarda características semelhantes com Adam Gordon, protagonista de Estação Atocha: ambos são poetas, nascidos em Topeka (cidade do Kansas), e ambos passaram um ano em Madri, agraciados com uma bolsa de pesquisa.

Faz pouco mais de um mês que foi lançado Go set a watchman, o segundo romance de Harper Lee. A vida em Monroeville, a cidade natal de Lee, está retornando ao seu ritmo lento habitual, e muitos moradores estão se ajustando a uma nova ordem das coisas no que tange a Lee —uma ordem que está sob o firme controle de Tonja Carter. Carter é a advogada de Lee, e ao longo dos últimos anos consolidou controle incomum sobre os negócios da escritora. Cerca de sete semanas atrás, por exemplo, no dia de um almoço na cidade para celebrar a publicação de Go set a watchman, Carter foi informada sobre um livro de receitas, To fill a mockingbird (como "rechear" um pássaro, uma brincadeira com o título original de O sol é para todos), que estava à venda no museu que ocupa o velho tribunal localizado no centro da cidade. Dois anos antes, Lee havia processado o museu por vender produtos demais com sua marca, Mockingbird. Na opinião de Carter, o livro de culinária violava o acordo extrajudicial que encerrou o caso. Por isso, ela apresentou queixa a Greg Norris, um juiz do condado de Monroe. Na mesma tarde, Norris foi ao museu e recolheu as 282 cópias do livro em um carrinho de mão, e as entregou a Carter em seu escritório.

Escritor e jornalista, vencedor do Prêmio Albert Londres e editor da revista francesa Le Nouvel Observateur, o argelino Jean-Claude Guillebaud lança A vida viva: contra as novas dominações (Bertrand Brasil/Record; 252 pp.; R$ 40 - Trad. Nicolás Campanário), o primeiro de uma série de livros sobre o tema das novas dominações. O autor explora e analisa as retóricas sutis dos dominantes, que “promete migalhas” em nome da modernidade e da “ruptura”, defendendo a existência que escapa aos algoritmos dos computadores e à hegemonia dos especialistas. Talentosos pensadores e pesquisadores do século 21 apontam para uma desmaterialização progressiva das relações do homem com o mundo e anunciam uma era em os seres humanos serão desnecessários. O biológico representaria uma fraqueza da qual seria preciso se emancipar o mais rapidamente possível. Mas nem o “sistema” nem seus programas conseguem dar conta de coisas tão fundamentais quanto a confiança, a solidariedade, a empatia e a coesão social.

As coisas não vão bem no paraíso capitalista global. Mas, apesar de vivermos em crise permanente, parece que ainda aceitamos a ideia de que o capitalismo representa o melhor de todos os mundos possíveis. Essa é a premissa inicial do esloveno Slavoj Žižek em Problema no paraíso - Do fim da História ao fim do capitalismo (Zahar; 264 pp.; R$ 49,90 e-book R$ 34,90). O autor argumenta que, alternativas como maior igualdade, democracia e solidariedade são consideradas ultrapassadas e fantasiosas – ou, pior, nos levariam a uma sociedade cinzenta e supercontrolada. E diz que se queremos realmente imaginar um caminho melhor, precisamos entender que é exatamente o capitalismo que nos oferece o mais sombrio dos futuros – servindo sempre mais do mesmo sob o disfarce de mudança constante.

Os TED Books partem de onde as populares palestras do TED terminam e discorrem sobre temas variados como design, arquitetura, micróbios e exploração espacial. Os 12 títulos da coleção seguem o mesmo espírito. O primeiro volume -- O filho do terrorista – A história de uma escolha (Alaúde, 128 pp; R$ 35) -- traz a história de Zak Ebrahim, filho de um dos homens que planejou o primeiro atentado à bomba ao World Trade Center, em 1993. Zak revisita sua infância e conta como foi ser um garoto muçulmano dentro dos EUA e como, com o passar dos anos, ele viu sua família ser levada à ruina devido ao fanatismo de seu pai, El-Sayyid Nosair. O livro leva a sua assinatura em parceria com Jeff Giles.

Originalmente autopublicada na Amazon, Cyberstorm (Aleph, 366 pp.; R$ 39,90 - Trad. Carolina Caires Coelho), de Matthew Mather, teve os seus direitos de adaptação para os cinemas adquiridos pela 20th Century FOX. A trama se passa em meio a uma forte tensão política internacional, quando os EUA sofrem um grande ataque cibernético: todos os meios de comunicação começam a falhar. Ao mesmo tempo, uma forte tempestade de neve assola a cidade de Nova York, e uma possível epidemia de gripe aviária parece se aproximar. Presos na cidade e quase sem contato com o resto do mundo, os moradores de repente se veem em meio a um cenário apocalíptico. Enquanto correm rumores e especulações são feitas sobre a origem desses ataques, o protagonista Mike Mitchell se concentra em questões que para ele são mais urgentes.

O mais recente livro do professor e escritor Flávio Cruz, À procura de Lucas (Clube de Autores, 132 p, R$ 29,00) trata sobre a perda e a recuperação da memória. Na trama, em um acidente de automóvel, o protagonista Lemar perde a memória e junto com ela sua própria identidade e seu irmão Lucas. Por meio de algumas áreas da Ciência, que vão desde a Genética até a Nonotecnologia e Informática, a Dra. Marta, uma cientista integrante do Instituto Nacional de Estudos Avançados do Cérebro, juntamente com sua equipe, tenta recuperar perda de memória Lemar. Cada detalhe do processo é parte de uma grande estrutura que aos poucos acaba – como em um quebra cabeças – se encaixando e dando como realizada a tarefa.