Cultura demite e fala em ficar com 'poucas e boas lojas'
PublishNews, Leonardo Neto e Talita Facchini, 20/07/2018
Plano estratégico colocado em curso pela empresa prevê ainda que 80% da renda venha dos canais digitais

Uma grande onda de demissões bateu na praia da Livraria Cultura nesta sexta-feira (20). A empresa não fala em números, mas o mercado fala em cerca de 140 demitidos, incluindo Ricardo Schil, que trabalhava na empresa havia 17 anos (com uma breve passagem nesse período pelo Grupo GEN) e atualmente atendia pelo cargo de gerente de produtos editoriais.

Em posicionamento oficial enviado à redação do PublishNews, a Cultura diz que passa por uma reestruturação causada pela “necessidade de adequação da empresa à realidade econômica brasileira, marcada por recessão de quatro anos sem perspectiva clara de melhora; ambiente tumultuado por conta do processo eleitoral; indicadores que infelizmente não mostram recuperação consistente”.

No mesmo comunicado, a empresa diz que tem um plano estratégico, apelidado de Plano 2020, em curso e que prevê, dentre outras coisas, a permanência de “poucas e boas lojas”; um reposicionamento para que 80% da receita apurada pela varejista venha dos canais digitais e uma estrutura “mais horizontal, enxuta e dinâmica, com austeridade nos gastos”.

Veja abaixo a íntegra do comunicado:

"Necessidade de adequação da empresa à realidade econômica brasileira, marcada por recessão de 4 anos sem perspectiva clara de melhora; ambiente tumultuado por conta do processo eleitoral; indicadores que infelizmente não mostram recuperação consistente. Fora isso, o varejo passa por mudanças estruturais por conta da mudança de comportamento do consumidor e das novas tecnologias. Se continuarmos a fazer as coisas da mesma maneira, não iremos evoluir. Mudanças são necessárias e estamos preparando nosso futuro.

As medidas tomadas dão continuidade ao planejamento estratégico da empresa (Plano 2020). São elas,

1. Poucas e boas lojas: foco total na experiência do consumidor. Se hoje as lojas já são referência, ficarão ainda melhores.

2. 80% da receita vinda de canais digitais até 2020: realidade omni e as lojas servindo como parte da jornada de consumo.

3. Empresa de produtos, de serviços e Digital.

4. Compra da Estante Virtual (EV) e criação do EVA como centro de inovações.

5. Estrutura mais horizontal, enxuta e dinâmica, com austeridade nos gastos.

6. Menos níveis hierárquicos.

7. Cultura digital e ágil."

[20/07/2018 16:00:00]