O ato humilde de colocar um pé diante do outro transcende a idade, a geografia, a cultura e a classe social, e é uma das modalidades mais econômicas e ecorresponsáveis de locomoção. Mas, graças à nossa atual fixação pela velocidade, essa saudável atividade pedestre foi deixada de lado. Vendo-se numa encruzilhada pessoal e profissional, o escritor, editor e caminhante obsessivo Dan Rubinstein percorreu os EUA, o Reino Unido e o Canadá para andar ao lado de pessoas que viram nesse ato não só um meio de transporte e recreação, mas também uma senda para um mundo melhor. Não existem soluções mágicas e instantâneas para epidemias modernas como a obesidade, a ansiedade, a alienação e as mudanças climáticas. Mas e se houver uma maneira simples de dar o primeiro passo na direção certa? Mistura de reportagem fascinante, pesquisa reveladora e descobertas feitas pelo próprio Rubinstein, Nascemos para caminhar (Martins Fontes, 314 pp, R$ 39 – Trad.: Maria do Carmo Zanini) explora até onde esse hábito antigo pode nos levar, e sua capacidade de restauração física e mental.