Teve um pouquinho de Brasil iá iá no Hans Christian Andersen
PublishNews, Redação, 26/03/2018
Uma das vencedoras do Prêmio, considerado o Nobel da Literatura Infantil e Juvenil, morou no Brasil e sobre essa experiência escreveu um livro que ainda está inédito por aqui

Cerimônia de anúncio dos vencedores do Hans Christian Andersen aconteceu na manhã desta segunda-feira, em Bolonha | © Carlo Carrenho
Cerimônia de anúncio dos vencedores do Hans Christian Andersen aconteceu na manhã desta segunda-feira, em Bolonha | © Carlo Carrenho

Em 2018, o Brasil esteve muito bem representado entre os indicados ao Hans Christian Andersen, um dos mais importantes prêmios da literatura infantojuvenil do mundo. Marina Colasanti e Ciça Fittipaldi concorreram, mas não chegaram aos finalistas. Mas, se serve de consolo, o Nobel da Literatura Infantojuvenil teve um tiquinho de Brasil. Os vencedores foram anunciados na manhã desta segunda-feira, na Itália, onde acontece e Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha. Os vencedores foram o ilustrador russo Igor Oleynikov e a escritora japonesa Eiko Kadono, que já morou no Brasil nos anos 1960 e dessa experiência surgiu o livro Brazil and my friend Luizinho, baseado na história de um garoto brasileiro que amava dançar samba. Nenhum dos dois ganhadores têm livros nos catálogos ativos das editoras brasileiras.

Eiko nasceu em Tóquio, em 1935. Aos dez anos, teve que fugir da cidade, rumo ao Norte, por conta da Guerra. As memórias dessa época formaram a base de uma de suas histórias mais conhecidas Rasuto ran (2011). A autora que, quando tinha 25 anos, passou dois anos morando no Brasil, publicou cerca de 200 trabalhos originais, entre livros ilustrados, de fantasia, além de antologias e ensaios. É ainda tradutora de mais de 100 obras para o japonês, dentre os quais se destacam Raymon Briggs e Dick Bruno. “A literatura de Kadono é preenchida com personagens peculiares, dotados das virtudes e fraquezas dos seres humanos em todos os lugares. E seu estilo melodioso é permeado de capricho e humor”, diz o perfil dela na candidatura ao prêmio.

Já o russo Igor Oleynikov nasceu em Lyubersty, cidade próxima a Moscou em 1953. Estudou Engenharia Química. Em 1979, ele começa a trabalhar no estúdio de animação Soyuzmultfilm e mais tarde no Christmas Film Studios. Em 1986, dá início à carreira como ilustrador de periódicos infantis e de projetos gráficos de livros. Na sua candidatura, a organização do prêmio destaca que ele é “muito prolífico e suas ilustrações são muito dinâmicas com personagens incomuns, muitas vezes apresentados como cenas de cinema”. Ele tem no seu currículo mais de 80 livros para crianças e jovens, incluindo muitos contos de fadas clássicos.

[26/03/2018 11:01:00]