A banalização do cinismo na política
PublishNews, Redação, 12/12/2017
Na obra, um deputado cínico é sequestrado e levado para uma caverna, onde seus únicos contatos são uma figura obscura e sua assistente que lê pensamentos

Um deputado, modelo do mais absoluto cinismo, é sequestrado e se vê isolado numa caverna onde seu único contato é o sequestrador, uma obscura figura que se anuncia como condutor de um experimento psicológico e moral, e uma mulher que o assiste, cujo poder de ler os pensamentos e os sentimentos, faz dela a assessora ideal para a investigação. Denunciando o cinismo como uma forma extrema de violência, o experimento investiga seus mecanismos psicológicos e sociais, buscando saber até onde a pressão e a opressão, física e emocional, é capaz de dar ao cínico alguma consciência da sua própria violência. Valendo-se de um curioso enigma, colocado desde o início, cuja solução dará, ao deputado, a liberdade, o sequestrador e sua assistente estudam, em detalhes, a natureza mental e os ardis do deputado. Em O deputado ou o cinismo (Edições de Janeiro, 272 pp, R$ 74), José Ernesto Bologna apresenta dilemas éticos justapondo e contrapondo palavras, atos e intenções sobre o ambiente político-social brasileiro, e discute a necessidade do equilíbrio entre liberdades e limites.

[12/12/2017 07:00:00]