Os intelectuais na atividade política
PublishNews, Redação, 30/10/2017
Livro mostra como intelectuais do século XX apoiaram princípios tiranos e regimes totalitários

Ao longo da história, certos intelectuais receberam de braços abertos regimes totalitários fascistas e comunistas. Esta é a premissa do historiador americano Mark Lilla no livro A mente imprudente (Record, 196 pp, R$ 39,90). Em forma de ensaios, Lilla traça o perfil filosófico-político de seis pensadores do século XX, que, na visão do autor, se deixaram levar por ideologias e fecharam os olhos ao autoritarismo, à brutalidade e ao terrorismo de Estado. O historiador conta a trajetória do filósofo alemão Martin Heidegger e sua entrada no partido nazista em maio de 1933. A decisão de seguir o nazismo complicou a vida de seu amigo Karl Jaspers e de Hannah Arendt, com quem Heidegger viveu um romance. Assim como Heidegger, o filósofo alemão Carlos Schmitt apoiou publicamente os nazistas nos primeiros dias do Terceiro Reich. Lilla analisa também como Walter Benjamin, considerado um dos intelectuais mais importantes do século XX. O historiador relata ainda aspectos controversos na trajetória do filósofo russo Alexandre Kojève, do franco-argelino Jacques Derrida e de Michel Foucalt, que se declarava discípulo do Marquês de Sade e se divertia com as gravuras de Goya retratando a carnificina da guerra.

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[30/10/2017 07:00:00]