A dimensão moral da vida extrema nos campos de extermínio
PublishNews, Redação, 09/10/2017
Em 'Diante do extremo', Todorov defende, que mesmo diante das condições de um campo de extermínio, o viver não perde suas características morais

De todas as instituições do século XX, certamente os campos de concentração estão entre as mais sombrias e assustadoras, justamente por nos revelar uma face da humanidade até então desconhecida ou ao menos ignorada: aquela capaz de organizar racional e institucionalmente o extermínio em massa de seus integrantes. Foi nesses locais de confinamento, tortura e penúria que pudemos observar os limites do homem em situações de terror, tanto dos que o praticam como daqueles que o sofrem. Mas em uma realidade tão drástica e limitadora, haveria espaço para virtudes heroicas, ou ali reinaria apenas o ódio recíproco? Seria então possível refletir sobre a moral das ações de personagens de ambos os lados em um ambiente “desumano” como esse? Todorov mergulha em vasta literatura memorialista dos sobreviventes de campos de concentração, nazistas e soviéticos, e em depoimentos de agentes desses regimes para mostrar na obra Diante do extremo (Editora Unesp, 461 pp, R$ 79 – Trad.: Nícia Adan Bonatti) que a vida nesses lugares, ao contrário do que é comum que se acredite, não perdeu sua dimensão moral.

[09/10/2017 07:00:00]