Tom Jobim foi um dos maiores compositores do século XX, mas deixou um legado que vai além de suas partituras. A impressão é de que a música foi apenas um sublime recurso para expressar e conjugar outras paixões: a literatura, a ornitologia, a arquitetura, a ecologia, a linguística, a geografia, a história, a meteorologia, a poesia, a botânica… Permanece a convicção de que, caso nunca tivesse tocado um piano ou escrito uma melodia, hoje estaríamos igualmente celebrando e discutindo a obra de um grande intérprete do Brasil. Dada a importância evidente de Jobim, é curioso constatar a escassez de estudos sobre ele, com exceção de alguns retratos jornalísticos e poucas análises musicais. Maestro soberano (Editora UFMG, 328 pp, R$ 69) é uma coletânea organizada por Luca Bacchini que lança um olhar interdisciplinar sobre Jobim, abrindo novos caminhos para discussão e reflexão.