Record recorre da decisão judicial que proibiu a circulação de ‘Diário da cadeia’
PublishNews, Redação, 11/04/2017
No fim de março, a obra ficcional assinada com pseudônimo ‘Eduardo Cunha’ foi impedida de ser comercializada pela Justiça

Na Justiça, ex-deputado Eduardo Cunha briga com Record para evitar a comercialização do livro 'Diário da cadeia' | © Agência Senado
Na Justiça, ex-deputado Eduardo Cunha briga com Record para evitar a comercialização do livro 'Diário da cadeia' | © Agência Senado
Na última sexta-feira (7), a Editora Record interpôs recurso no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro solicitando, entre outros pedidos, a liberação do romance Diário da cadeia. No dia 23 de março, a 13ª Vara Cível da capital fluminense determinou que a editora não distribuísse e nem comercializasse o livro assinado com o pseudônimo “Eduardo Cunha”. A ação foi movida pelo ex-deputado Eduardo Cunha (na foto ao lado), que alega que o livro, escrito por um autor secreto que assina com o pseudônimo de Eduardo Cunha, objetiva aparentar que o ex-parlamentar seria o verdadeiro escritor. A multa em caso de descumprimento da decisão é de R$ 400 mil. No recurso, a Record argumenta que nunca divulgou que o livro é uma autobiografia ou algo do gênero e que deixa claro, já na capa, que o autor não é o ex-parlamentar, mas sim, um pseudônimo, recurso artístico já bastante usado. A editora sustenta ainda que o livro está registrado como um romance e começou a ser distribuído, antes da proibição, como uma obra de ficção para as livrarias. Em nota enviada à imprensa, a editora diz que vê com grande preocupação o impedimento à circulação de uma obra ficcional e que acredita na liberdade de criação, na circulação livre e ampla da literatura e no aspecto desafiador da ficção e na democracia. “Vamos lutar por ela, por nossos livros e por nossos autores até o nosso último recurso. Essa é uma das funções mais importantes de uma editora e dela não abriremos mão”, finaliza a nota.

[11/04/2017 08:00:00]