Luís Antonio Torelli, que preside a Câmara Brasileira do Livro (CBL) desde 2015, é candidato à reeleição para o biênio 2017 - 2019. Torelli conversou com o PublishNews na noite desta quinta-feira (15), depois da cerimônia de entrega do Prêmio IPL – Retratos da Leitura, ocorrida na Unibes Cultural, em São Paulo. Na conversa, o presidente disse que relutou um pouco em aceitar o desafio de se candidatar a mais um mandato. “Pensei muito. Quando me perguntavam lá em agosto ou setembro se ia me candidatar à reeleição, achava melhor não. Precisava cuidar da minha editora. Foi um ano difícil”, disse. No entanto, Torelli concluiu que sozinho não resolveria o problema da sua editora e que, estando à frente da CBL, poderia batalhar para que pelo menos alguns dos problemas da indústria fossem resolvidos. “Cheguei à conclusão que dá para lutar por mais dois anos”, completou.
“O incentivo ao livro e à leitura, que estão no DNA da CBL, marcou essa primeira gestão. Se tiver a oportunidade de estar à frente da CBL nesse segundo mandato, farei frente para que a gente resolva os nossos problemas. Quero discutir temas relacionados ao mercado. Quero mexer em coisas do mercado que são tabus há muitos anos, a prática da consignação, por exemplo. Precisamos debater sobre isso e encontrar uma solução”, posicionou.
Torelli destaca a vinda da plataforma Metabooks (antes Books in Print), de gerenciamento de metadados, como uma das grandes conquistas do seu atual mandato. “Nunca me conformei que o Brasil não tivesse resolvido isso. É um projeto que conseguimos colocar em pé. Ousamos conversar com Frankfurt [a plataforma foi desenvolvida na Alemanha pela MVB, empresa irmã da Feira do Livro de Frankfurt] e tenho certeza de que, em janeiro [quando a plataforma entra no ar], teremos a melhor opção em gerenciamento de metadados”, disse. Outro destaque foi a Bienal Internacional do Livro de São Paulo. “Conseguimos uma Bienal com pouquíssimas reclamações e isso em um momento de crise. Usamos 100% das nossas forças na Bienal”, disse. Por fim, Torelli aponta a reabertura do Prêmio Jabuti para a escolha dos leitores como um outro destaque da sua gestão.
Torelli adiantou que parte da sua diretoria atual e os seus três vice-presidentes vão compor a chapa candidata à reeleição. Ele e sua equipe elegeram quatro eixos para a sua plataforma de candidatura. O primeiro deles é referente à gestão interna da CBL. Torelli defendeu, em sua conversa com o PublishNews, que precisa rever o estatuto da entidade. O segundo eixo é a relação com o governo. “Nesse ano, revertemos alguns quadros importantes. Fomos contundentes. Isso era um tabu na CBL. Conseguimos quebrá-lo”, disse se referindo ao posicionamento da CBL – em parceria com outras entidades do livro – na defesa do PNBE (Programa Nacional Biblioteca na Escola) e na cobrança enérgica no cumprimento dos pagamentos por parte do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) dos programas de compras de livros que ficaram em atraso. O terceiro eixo encampado por Torelli é a defesa do livro e da leitura e, por fim, o quarto foco estará no próprio mercado.
Pela apuração do PublishNews, não há ainda nenhuma outra chapa para concorrer com Torelli. O período para candidatura, no entanto, segue aberto até o dia 22 de janeiro. As eleições foram marcadas para o dia 21 de fevereiro. Interessados em apresentar chapas, devem enviar e-mail para diretoria@cbl.org.br e agendar horário com a comissão eleitoral, composta por Carlos Taufik Haddad, Paulo Moregola e Isis Valéria Gomes. Confira aqui a relação de documentos necessários para a inscrição da chapa e aqui para acessar o texto integral dos estatutos da CBL.
