Quando o Julio Silveira me contatou um pouco mais de um mês atrás para me falar sobre a LER – Salão Carioca do Livro, eu fui um tanto cético. Entre um café e outro na Livraria da Travessa de Botafogo, eu e nosso colunista Bruno Mendes ouvíamos o recém-contratado curador do evento desfilar suas ideias em uma mistura de excitação e arregaçar de mangas. O evento tinha de acontecer em tempo recorde. Daquela reunião, o PublishNews se tornou um dos apoiadores do evento e o Bruno Mendes foi o curador do Espaço Geek, além de participar junto com o coletivo Amigos dos Editores Digitais da organização do Espaço Digital.
Perdido em minhas intermináveis idas e vindas entre Rio e São Paulo, só consegui ir ao evento carioca no domingo, último dia. Ainda estava um pouco cético, mas fui positivamente surpreendido e gostei muito do que vi ali. Por vários motivos.
Em primeiro lugar, os armazéns 2 e 3 do Píer Mauá, onde a LER acontecia, estavam supercharmosos. Ao contrário de Bienais e outros eventos do livro, que costumam ter aquela cara institucional e genérica de feira de qualquer coisa, a LER era um ambiente gostoso, agradável e acolhedor. A vista da Baía de um lado e dos edifícios em recuperação da região portuária do outro completava o cenário. E o grande número de espaços e ambientes montados com bom gosto, além das atividades e objetos lúdicos espalhados pelo local, davam uma cara especial à área de exposição.
Em segundo lugar, havia público. Tinha bastante gente no domingo e os relatos eram de que no sábado havia ainda mais gente. É verdade que com uma multiplicidade de eventos paralelos, não havia um público expressivo em nenhum deles, mas o grande número de atividades é justamente o terceiro motivo que me fez curtir a LER. Afinal, especialmente para uma primeira edição, é fundamental experimentar – e isto foi feito.
Entre os expositores, havia uma grande maioria de livrarias e editoras independentes, o que trazia uma diversidade necessária e divertida ao evento. Mas, mais que isso, a quarta razão para eu admirar a LER foi que, segundo relatos, as vendas foram boas. E nada mais importante que se vender livros em um Salão do Livro, não é mesmo?
É claro que ainda há muita coisa a ser melhorada. Mas considerando o tempo exíguo tempo de preparação do Salão e as limitações orçamentárias, os organizadores estão de parabéns. Tanto Júlio Silveira quanto a Base Eventos mandaram muito bem.
A LER – Salão Carioca do Livro foi patrocinada pela Prefeitura do Rio de Janeiro, além da Funarte e Fundação Cesgranrio. Resta saber se o novo prefeito, que assume em no dia primeiro de janeiro, terá interesse em manter o evento. Torço para que sim. E também torço para que, na próxima edição – que, espero, seja feita com maior antecedência – haja um maior envolvimento e participação do mercado editorial como um todo.
Vida longa à LER!
Carlo Carrenho é o fundador do PublishNews no Brasil e co-fundador do PublishNews na Espanha. Formado em Economia pela FEA-USP, especializou-se em Edição de Livros e Revistas no Radcliffe Publishing Course, em Cambridge (EUA). Atualmente trabalha na área de desenvolvimento internacional de novos negócios para a Word Audio Publishing International na Suécia e é advisor da Meta Brasil e da BR75 no Brasil. Como especialista no mercado de livros, já foi convidado para dar palestras e participar de mesas em países como EUA, Alemanha, China, África do Sul, Inglaterra e Emirados Árabes, entre outros. É co-curador da conferência profissional Feira do Livro de Tessalônica.
Carlo é paulista, morou no Rio, e atualmente vive em Estocolmo, na Suécia. É cristão, mas estudou em escola judaica. É brasileiro, mas ama a Escandinávia. Enfim, sua vida tende à contradição. Talvez por isso ele torça para o Flamengo e adore o seriado Blue Bloods.
** Os textos trazidos nessa coluna não refletem, necessariamente, a opinião do PublishNews.
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