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Míriam Leitão lança ‘O estranho caso do sono perdido’

Este é o quarto livro infantil da jornalista
A jornalista Míriam Leitão Foto: Divulgação
A jornalista Míriam Leitão Foto: Divulgação

Desde 2013, quando se lançou como escritora infantil com “A perigosa vida dos passarinhos pequenos”, a jornalista e colunista do GLOBO Míriam Leitão se propõe a publicar um livro por ano. Depois de “A menina de nome enfeitado” e “Flávia e o bolo de chocolate”, chega às estantes agora “O estranho caso do sono perdido” (Rocco), com ilustrações de Fran Junqueira.

A história, que começou a ser escrita há três anos, surgiu na cabeça da jornalista durante um diálogo com a neta Mariana, atualmente com 10 anos, numa noite em Brasília, onde moram os quatro netos de Míriam. Cansada por conta de uma intensa agenda de viagens e reuniões, e com problemas para pegar no sono, a jornalista procurava um remédio para dormir, quando ouviu da menina: “Vovó, por que você não consegue dormir com seu próprio sono?”

— Achei a pergunta genial, sabia que já tinha o gancho para uma história. Então comecei a criar todo o contexto. É o livro mais ficcional que escrevi e acho que a falta de sono acomete muita gente. É o mal do século — explica Míriam, que lança a obra na Travessa do Shopping Leblon, hoje, às 16h.

É a partir desta premissa que avó e neta embarcam numa viagem cheia de imaginação e criatividade, com a menina como narradora. “Temos que encontrar o mundo dos sonos na nossa imaginação”, sugere, logo no início da leitura.

Para Míriam, escrever para crianças é voltar no tempo. Mais precisamente para a infância e a adolescência em Minas Gerais, onde era considerada um “bicho do mato”, por conta da timidez crônica.

— Eu não tive uma adolescência de namoro, era até considerada esquisita. Os livros me fortaleceram. Eu sou fruto deles. Ao escrever sinto o mesmo sabor de quando abria um livro novo. Li muito Monteiro Lobato e Laura Ingalls Wilder — enumera a jornalista.

Essas são hoje suas grandes referências na literatura infantil, ao lado de Ruth Rocha e Ana Maria Machado. Os netos — além de Mariana, ela é avó de Daniel (6), Manuela (5) e Isabel (3) — são seus pilotos de testes, claro.

— O meu primeiro livro, dos passarinhos, dei para a Manuela para ver a reação dela. Comecei a cortar os excessos a partir do que via que ela não gostava. Apesar do texto grande, não queria que fosse enfadonho — argumenta a autora, explicando que a obra é para ser lida da maneira que a imaginação sugerir.

LEITURA PARTICULAR

Míriam prefere não definir um público-alvo. Não quer ser excludente. Afinal, comenta, cada um pode dar ênfase diferente a cada parte da história. Como ela faz com os próprios netos e nas escolas que visita com o objetivo de incentivar pequenos leitores e aprender mais sobre seus gostos.

— Adoro ler para meus netos as histórias que escrevi e leio para cada um de uma maneira diferente. Da última vez, fui à sala de aula da Isabel, que tinha 2 anos na época. Isso me faz aprender — empolga-se ela, já com ideias para um novo livro. — Veio a partir de uma história que contei.