"Tem uma garotada hoje que se diz de direita e o faz porque não tem o pé preso na ditadura", diz Andreazza, editor da Record — Foto: Leo Pinheiro/Valor
Carlos Andreazza ficou cinco meses à espera de se concretizar o convite da editora Record, entendido por ele como a grande chance de sua vida profissional. Ansioso, usou o tempo para estudar o catálogo da segunda maior editora brasileira e descobriu que coletâneas de artigos de Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo, batendo no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ficaram meses na lista dos best-sellers e venderam 50 mil exemplares - marca surpreendente em um país onde 5.000 livros faturados já configuram sucesso editorial. Na entrevista em que foi formalizada sua contratação como editor de não ficção da Record, revelou a Sergio Machado (1948-2016) - então presidente do grupo - a intenção de explorar esse filão: escritores brasileiros de direita. "Ele era um liberal brigão e me disse: 'Vai nessa'. Eu botei o bloco na rua", conta Andreazza.