Sem título
PublishNews, Cassia Carrenho, 25/11/2016
Ao escrever sua última nota sobre a lista de mais vendidos, Cassia Carrenho relembra do que aprendeu os últimos seis anos e conclui: ‘foi um baita aprendizado!’

Cassia Carrenho: 'Hoje fiz minha última lista. Agora, estou bem feliz em imaginar que terei, pela primeira vez desde 2010, férias de Natal e Ano Novo sem pensar se a internet está funcionando'
Cassia Carrenho: 'Hoje fiz minha última lista. Agora, estou bem feliz em imaginar que terei, pela primeira vez desde 2010, férias de Natal e Ano Novo sem pensar se a internet está funcionando'
Era o ano de 2010, quando fiz a minha primeira lista. Morava no interior de São Paulo e minha internet era discada. Nessa época eu juntava as quantidades num Excel, o Carlo conferia e consolidava, e só então eu subia no site.

Nessa época, era um trabalho puramente burocrático, e até chato.

Em 2011, voltei para São Paulo com mala, cuia, três filhos e um endereço fixo de trabalho, o escritório do PublishNews. Aos poucos, fui ganhando autonomia e passei a ser a "dona" da lista dos mais vendidos.

De 2010 até hoje, foi o trabalho que mais me ensinou. De burocrático, passou a ser um instrumento para eu entender o mercado. De números, passou a ser tendências que eu conseguia enxergar. De chato, continuou ser chato porque a lista nunca tira férias!

Não me lembro quando foi que comecei a escrever a nota da lista dos mais vendidos, mas foi uma das coisas mais legais que ganhei com a lista. Gosto de escrever, gosto de fazer piada. Deu pra juntar os dois e produzir títulos legais como “Você pode substituir Mr Grey por Eduardo Spohr” e “Cinquenta tons de cinza domina a lista por cima”. Aliás, aqui fica um tributo: sem Mr Grey eu não teria metade das piadas que escrevi.

Durante esses anos também vi a lista infantojuvenil virar gigante, assisti a polêmica (e defendi) dos livros de colorir, vibrei com autores e amigos que chegaram a lista e vi até livro de torturador condenado entrar na lista.

Se, para alguns, a lista dos mais vendidos não serve para nada e, para outros, é uma das coisas mais importantes que pode acontecer com um livro, para mim foi um baita aprendizado! Aprendi até a respeitar a diversidade dos livros, mesmo quando acho que são pura baboseira.

Nesses seis anos, gostei de sentir um certo poder ao saber, antes do que todo mundo, o mais vendido da semana. Como uma boa ariana.

Hoje fiz minha última lista. Agora, estou bem feliz em imaginar que terei, pela primeira vez desde 2010, férias de Natal e Ano Novo sem pensar se a internet está funcionando. Mas, bate aquela nostalgia em relembrar que quando eu comecei a lista, também comecei minha caminhada no mercado editorial. A lista fica pelo caminho, agora com uma equipe incrível comandada pelo Bruno Mendes.

Eu sigo minha caminhada. Mas vou dar uma espiadinha, toda sexta, na nota dos mais vendidos do PublishNews. E vou criar títulos sacanas, mesmo que seja só na minha cabeça.

PS: Essa nota não tem título, porque toda a minha criatividade foi usada nos títulos da nota dos mais vendidos nesses seis anos.

[25/11/2016 11:42:00]