Diário de Frankfurt. Dia 3: não é fácil ser jornalista
PublishNews, Marcela Prada Neublum*, 19/10/2016
O terceiro dia da nossa marinheira de primeira viagem em Frankfurt não começou bem, mas ela teve boas surpresas ao longo do dia

O dia começou mal (posso culpar a lua em gêmeos?). Eu, que ontem achei que já estava me sentindo em casa, fui muito confiante até o The Markets, evento que aconteceu ontem (18), no Business Club da Feira de Frankfurt e, claro, me perdi. Engraçado é que todos, em geral, acham que é muito óbvio chegar lá. Posso dizer que isso não é verdade.

Fiquei impressionada com o que vi. Durante todos esses anos sendo editora, imaginava a Feira como um lugar amplo, aberto, com vários estandes... Não. Pense em um shopping - por fora, uma construção toda moderna, e por dentro tudo pintado de branco, cheio daquelas esteiras rolantes - e você dentro dele procurando aquela loja que sabe que existe, mas que, caso nenhum segurança cruze o seu caminho, você jamais encontrará.

Finalmente cheguei. Tinha feito uma agenda com todas as palestras que me interessavam, e a primeira delas - Brexit and beyond - não pude ver devido à confusão no trajeto. Já fiquei triste. No entanto, sentei em uma das cadeiras e pensei comigo mesma: “eu já sabia que nada funciona quando a gente se planeja, então vou ficar aqui e deixar o destino decidir o que devo assistir”. E não é que deu certo? Comecei a ouvir o discurso do Daniel Fernández, da Spanish Publishers Association, na palestra Spain is different (Or not), e soube que era ali que ficaria. Curti tanto o assunto que até escrevi um segundo artigo sobre a apresentação, que pode ser acessado clicando aqui.

O dia foi passando e fiz uma breve pausa para almoçar com meu ex-chefe que eu amo, Rogério Alves. Quando voltei, meus pés estavam doendo e meu cérebro já não conseguia absorver a quantidade de informações que me bombardeava de todos os lados. Confesso que assim que o evento acabou, me dei ao luxo de ir embora dormir. Quando acordei, me arrependi e estou de mau humor até agora.

Eu sempre amei ser editora e sou realmente feliz fazendo isso, mas descobri que ser jornalista é realmente ótimo. Eu só não sabia o quão cansativo podia ser. Você passa o dia inteiro observando tudo e todos, tentando gravar na sua cabeça – e anotar, quando possível – as coisas interessantes que te falam, e as suas fotos, que antes eram feitas apenas no momento em que você ‘sentia’, agora passam a ser ilustrativas e devem fazer sentido no seu texto. Quando chega em casa, é hora de trabalhar – mais. Tudo bem, estou adorando.

Veja abaixo mais alguns cliques da nossa marinheira de primeira viagem:

Parte externa do Messe Frankfurt, prédio onde acontece a Feira do Livro de Frankfurt. Para Marcela, um shopping center!
Parte externa do Messe Frankfurt, prédio onde acontece a Feira do Livro de Frankfurt. Para Marcela, um shopping center!

Equipe de montagem trabalhando duro para deixar tudo pronto antes da abertura da Feira
Equipe de montagem trabalhando duro para deixar tudo pronto antes da abertura da Feira

Área do Business Club
Área do Business Club

Marcos Pereira, presidente do SNEL, em uma das mesas do Business Club
Marcos Pereira, presidente do SNEL, em uma das mesas do Business Club

Depois de um dia puxado, Marcela conclui que carregar a credencial de jornalista faz diferença
Depois de um dia puxado, Marcela conclui que carregar a credencial de jornalista faz diferença


* Marcela Prada Neublum, 24 anos, editora de livros universitários, estudante de letras na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), apaixonada por astrologia, fotografia e política, vivendo atualmente em Londres.

[19/10/2016 09:26:01]