‘Há indícios de que o pior da crise ficou no retrovisor’, diz Nielsen
PublishNews, Leonardo Neto, 20/09/2016
8º Painel das Vendas de Livros do Brasil aponta crescimento nominal de 3,35% no faturamento em comparação ao mesmo período do ano passado

O ano de 2016 não está sendo fácil para a economia brasileira e isso, claro, se refletiu no mercado editorial de livros. Mas, de acordo com o Painel das Vendas de Livros do Brasil, realizado pela Nielsen a pedido do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), começa a aparecer uma luz no fim do túnel. Entre os dias 13 de julho e 09 de agosto, o 8º período do ano, as livrarias e os supermercados brasileiros apresentaram um crescimento nominal de 3,35% no seu faturamento com livros em comparação ao mesmo período do ano passado. Nessa conta não está computada a inflação acumulada nos últimos 12 meses, que é de 8,97%, segundo o IPCA. Em volume, no entanto, houve uma queda de 8,03%.

Os resultados do 8ª período confirmam a tendência de recuperação iniciada no 7º período, quando o varejo de livros apresentou crescimento nominal de 2,78% no faturamento. No acumulado do ano, há uma variação negativa de 4,82% no faturamento, que caiu de R$ 995.095.752,10, nas 32 primeiras semanas de 2015, para R$ 947.139.798,77, em 2016. Em volume, a queda foi de 14,12%, ou 26.430.721 exemplares vendidos em 2015 versus 22.699.398 em 2016.

"Há indícios de que o pior da crise ficou no retrovisor, e em 2016 ainda teremos boas chances de recuperar esses números, com a Blackfriday e Natal, por exemplo”, afirmou Ismael Borges, gestor da Nielsen Bookscan, que fez o estudo. Marcos da Veiga Pereira, presidente do SNEL, aposta nas mudanças dos rumos da economia para salvar o ano: “estou na torcida para que as reformas econômicas recoloquem o país nos eixos, e consigam reaquecer o mercado".

‘Há indícios de que o pior da crise ficou no retrovisor’, diz Ismael Borges, da Nielsen | © Divulgação
‘Há indícios de que o pior da crise ficou no retrovisor’, diz Ismael Borges, da Nielsen | © Divulgação

O segmento de livros infantis, juvenis e educacionais tem tido uma boa performance em 2016. De janeiro a agosto, a sua participação no faturamento geral do mercado cresceu 3,1% se comparado com o mesmo período do ano passado. Os livros de ficção, que chegaram a ter uma queda de 9,2% na sua importância, também apresentaram crescimento de 2,1% no período. Mas nada que se compare com a trajetória de ascensão dos livros de não ficção especialista, que inclui títulos voltados para concursos públicos, negócios, medicina e saúde, que teve uma variação positiva de 20,2%.

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[20/09/2016 09:29:00]