Lira Neto, autor da bem-sucedida biografia "Getúlio", entre outras: "Ainda hoje, para equilibrar o orçamento doméstico, preciso me dedicar a uma ou outra tarefa paralela" — Foto: Luis Ushirobira/Valor
O tempo que se leva para fazer uma biografia como "Eu Sou Trezentos", a primeira dedicada a Mário de Andrade, pode ser medido por dois calendários simultâneos: três anos ou três décadas. Seu autor, Eduardo Jardim, interessava-se pelo modernista desde estudante. Voltou a ele muitas vezes, em cursos e livros, no percurso de um mestrado, de um doutorado e de uma carreira acadêmica no Rio, no campo da filosofia. "Tinha planos de tratar da relação entre a vida e a obra", conta. "Como todo professor universitário, aproveitava as brechas de tempo."