Contrato assinado é contrato cumprido
PublishNews, 28/01/2015
Entre tantos desafios da nossa profissão de assessor de imprensa um dos maiores é, certamente, conseguir satisfazer o cliente, mas e quando ele não faz a parte dele?

Entre tantos desafios da nossa profissão de assessor de imprensa um dos maiores é, certamente, conseguir satisfazer o cliente, seja editora ou autor. Por mais que você detalhe todos os desafios de determinado trabalho, entregue um projeto com toda estratégia definida e informe todos os passos, nem sempre o outro lado consegue absorver resultados desfavoráveis de uma divulgação.

Recentemente, primeira vez depois de quase 40 anos de profissão, eu passei – e continuo passando – por um aborrecimento que muitos de vocês, assessores, já devem ter passado em suas vidas. Depois de três meses de trabalho intenso, textos, notas e sugestões de pauta produzidos e enviados, inúmeras ligações para produtores, editores, repórteres, responsáveis pela pauta e todos os que cruzaram o nosso caminho em busca de espaço para o cliente, termina o tempo determinado pelo contrato. Esgotadas todas as possibilidades, pelo menos no momento, de conseguir novos espaços para o cliente e enviado o relatório com todas as ações, eis que vem a resposta inesperada: não é justo pagar a totalidade do contrato porque os resultados não foram esperados. Como assim?

A primeira vontade é passar a mão no telefone e dizer absurdos. A segunda é tentar não se aborrecer e considerar esse dinheiro no passado e tocar a vida para a frente. Mas você conta com esse pagamento no seu planejamento. Desrespeito profissional mexe com os brios, desajusta todas as emoções e traz a vontade de jogar a toalha e vender empadinha na feira. Acho que no fundo a gente nunca espera determinadas atitudes das pessoas. Tudo na vida pode ser conversado.

Desde quando um contrato e o pagamento de um trabalho de um assessor de imprensa são atrelados a resultados que jamais poderíamos prometer? Como explicar que não somos tão poderosos ao ponto de conseguir fazer com que os jornalistas dos mais diversos veículos e editorias aceitem a nossa pauta, mesmo que ela aparentemente seja incrível?

Em assessoria vários fatores interferem na divulgação e a maior parte deles não está ao nosso alcance mudar. Da mesma forma que a sorte pode favorecer você ao mandar um material sobre um tema que está justamente na pauta, você pode estar divulgando um assunto considerado batido e desinteressante naquele momento. E isso não quer dizer que não poderá ser ainda interessante no futuro. Quantas vezes, mesmo depois de terminado o trabalho somos procurados por jornalistas e encaminhamos a pauta e facilitamos o contato? A vida profissional também é regida pelo acaso, mas não pode nunca ser regida pelo desrespeito.

Para evitar problemas o importante é o assessor sempre se resguardar com um contrato com definição de estratégia, demandas bilaterais e uma boa explanação das dificuldades que poderão ser encontradas.

Não deixe de fazer um relatório de trabalho detalhando as principais ações, as mudanças de rota que acontecem no percurso, as novas tentativas e o clima de retorno dos jornalistas para o material recebido.

Para o assessor, mesmo com todo o desconforto que essas situações trazem, deve prevalecer a certeza do bom trabalho realizado e reconhecido por quem atua na mesma área. Pelo retrovisor você tem sua experiência, os bons resultados alcançados anteriormente e as referências de colegas que conhecem o seu trabalho. Passada a fase do espanto e do estranhamento, respire fundo e tome a atitude mais correta. O ideal seria você não deixar passar seu direito de receber o que lhe é devido, procurar um advogado e ir em frente. Ou deixar passar para evitar aborrecimentos, perda de tempo e mais desapontamentos que podem ainda acontecer e ouvir mais a sua intuição nas próximas vezes.

[27/01/2015 22:00:00]