Agilidade é essencial na comunicação
PublishNews, 28/05/2014
Muitos assessores reclamam da arrogância dos jornalistas de veículos, mas o contrário também é verdadeiro

Que nada mais será como antes na assessoria de imprensa, todos sabemos. O que sabemos, mas às vezes esquecemos, é como é importante manter a agilidade, o respeito e a delicadeza na relação com os jornalistas de veículos. Os tempos mudam, mas essa atenção é atemporal. Muitos assessores reclamam da arrogância dos jornalistas de veículos, mas o contrário também é verdadeiro. Trazendo a conversa para o nosso universo, alguns assessores de grandes editoras, por exemplo, muitas vezes agem com jornalistas de veículos menores de uma forma absurda. E isso eu posso falar por experiência própria.

Há quase três semanas pedi para um assessor de uma das principais editoras daqui a foto de capa e uma ilustração de um livro para o meu blog, o SanSão. Tudo bem, meu blog não é famoso apesar de estar hospedado em um jornal centenário (A Tribuna, de Santos), mas até agora não tive retorno, mesmo reencaminhando o pedido. Imagino que muitos jornalistas de sites, blogs ou de pequenos jornais do interior passem pela mesma situação, além de não receber material de imprensa. Agilidade deve ser para todos. Um jornalista quando pede informações, entrevistas ou fotos está fazendo o seu trabalho e merece atenção.

Quando há grandes eventos no caso de Bienal ou Flip, por exemplo, a divulgação deve funcionar com eficiência para toda mídia e não apenas para quem interessa aos organizadores. Há leitores em todos os cantos e eles devem ser respeitados. Enviar materiais com muita qualidade e objetividade, atender com gentileza e rapidez todas as demandas, agendar entrevistas, enviar fotos e atualizar informações para auxiliar os jornalistas na cobertura do evento é obrigação do bom assessor.

Lembro quando em 2007, na Agência Lu Fernandes, nós coordenamos a divulgação da Flip e a nossa grande preocupação era justamente tentar atender a todos. Fizemos um verdadeiro milagre de multiplicação de ingressos, que eram (e ainda são) muito reduzidos para a assessoria. Então conversávamos com todos os jornalistas e pedíamos que eles nos repassassem os ingressos que não usariam em algumas palestras. Eles foram ótimos e nos ajudaram bastante. Depois que terminava o trabalho na Sala de Imprensa, por volta de meia noite, nossa equipe ainda ficava redistribuindo esses ingressos para o dia seguinte. Valeu a pena. Com isso, pudemos ceder ingressos para muitos profissionais que não teriam chance de assistir de outra maneira.

Voltando no tempo, na década de 1960, Marshall McLuhan dizia que o meio em que a comunicação se estabelece é a mensagem. Atualmente temos tantos canais de comunicação que a mensagem qualificada também virou um meio essencial no processo. Mensagem qualificada em assessoria de imprensa na área editorial, mais ainda, exige texto correto contendo as informações essenciais e retornos rápidos para garantir os poucos espaços disponíveis na mídia.

O jornalismo está vinculado à atualidade e, por isso mesmo, nem sempre pode esperar. Muitas vezes, o espaço em um blog ou em um programa de rádio pode ser tão relevante para determinado produto ou serviço quanto em um grande jornal ou TV.

Hoje em dia, em qualquer atividade, o que as pessoas querem mesmo é atenção. E isso vale para tudo, inclusive para o nosso trabalho. Alguns jornalistas de veículos reclamam que quando ligam para os assessores, explicam pacientemente o que precisam, mas depois de ouvir o relato, e certamente sem prestar a menor atenção, o assessor pede para encaminhar uma mensagem por e-mail com todos os dados. Então para que desperdiçar o tempo do jornalista? Não custa nada prestar atenção e só anotar o contato para responder depois.

Outros assessores, quando não têm a informação solicitada, tentam “vender gato por lebre” para aproveitar a oportunidade e passam outra que não foi pedida, e que não tem nada a ver com o que o jornalista precisava.

Agora, pior mesmo é ignorar e-mails, recados ou até mensagens pelo Facebook, atualmente muito utilizado na comunicação. Pense sempre que o seu trabalho depende do jornalista e que se ele hoje está em um veículo com menor penetração amanhã poderá ser o editor de Cultura de um grande jornal ou TV.

Por mais ocupado que você esteja, não custa retornar pelo menos para dizer “agora não dá, mas assim que for possível respondo”. Se estiver de férias, deixe mensagem automática no e-mail para não passar por mal-educado.

Portanto, não vamos esquecer: o trabalho do assessor é sempre o de facilitar e nunca complicar as solicitações dos jornalistas. E não reclame de ter que fazer pesquisas, preparar textos mais completos ou enviar muitas fotos para ajudar as matérias dos jornalistas. Mande tudo mastigadinho para ajudar e agradeça aos céus por ter sido “escolhido”.

[27/05/2014 21:00:00]