Relatórios, chatos mas essenciais no nosso trabalho
PublishNews, 11/03/2014
É essencial produzir um bom relatório porque ajuda o cliente a entender melhor o universo de trabalho do assessor

Vejo muitos jornalistas reclamarem quando chega a hora de preparar relatórios do trabalho realizado pela assessoria de imprensa. Eu também reclamei e várias vezes fui empurrando com a barriga para o dia seguinte, buscando inspiração divina para começar. Hoje em dia, eu considero essencial produzir um bom relatório porque é uma forma eficiente de valorizarmos o nosso trabalho.

Resumir as atividades ajuda o cliente a entender melhor o universo de trabalho do assessor. O cliente geralmente não tem conhecimento do amplo caminho que leva a bons retornos na divulgação. Não entende que aquela entrevista agendada para um programa de rádio ou TV, a nota exclusiva publicada em um espaço nobre de jornal ou mesmo um artigo em uma valorizada coluna de Opinião não apareceram por acaso ou como resultado de um passe de mágica. Não imagina que, para chegar àquele resultado, foi preciso esquentar a cabeça com estratégias, fazer pesquisas para complementar temas, ficar pendurado horas no telefone, criar textos ou sugestões de pauta de acordo com o perfil do veículo e, além de tudo, ter bons relacionamentos e um pouco de sorte para conseguir despertar o interesse do jornalista de veículo. De fácil não tem nada. De milagre menos ainda...

No caso de TV, então, é bem complicado. Muitas vezes só conseguimos cavar espaço em um telejornal ou programa de entrevistas depois de uma batalha intensa e solitária. Isso não pode passar em branco. Para buscar espaço para seus clientes na nobre telinha o assessor sofre. Se for preciso ele deve se colocar no lugar do produtor e pensar até mesmo em imagens, personagens ou roteiros que ajudem sua pauta a ganhar mais força. Se for o caso, é necessário ser generoso o suficiente para entender que a sua pauta sozinha é fraca, mas se compartilhada com assuntos afins pode ficar muito mais atraente. E aparecer acompanhado é muito melhor do que não aparecer sozinho. E esse detalhe também merece explicação. Como merece dar pelo menos uma ideia do quanto custariam aqueles “dois minutinhos” no ar se fossem pagos.

No relatório é possível destacar, com objetividade e sem se alongar demais, as principais ações do mês ou da divulgação de determinada atividade, os principais retornos de mídia e as dificuldades encontradas. Um livro, por exemplo, que o autor ou a editora acham o máximo, pode não render como deveria e não por culpa do assessor. Há casos em que além do tema ou da qualidade, até mesmo a capa ou o título podem prejudicar o trabalho, desmotivando os jornalistas quando recebem o livro ou o release.

Por isso é importante detalhar o seu trabalho. Para dar mais clareza, o relatório pode incluir links para matérias, reproduções de páginas com entrevistas ou citações, gráficos e dados comparativos com outros meses. Mesmo que você não tenha clipadora contratada, faça pesquisas no Google e nos veículos com quem você entrou em contato ou que solicitaram informações. “Engorde” seu relatório com dados objetivos e que valem a pena. O reconhecimento é a melhor motivação.

E se conselho adianta, o melhor é fazer logo enquanto a memória está fresquinha. Como coçar, é só começar que o texto sai. Boa sorte!

Contato: ivyma@uol.com.br

[10/03/2014 21:00:00]