A Nielsen BookScan chegou recentemente ao Brasil e já aponta algumas tendências do mercado. Um estudo da empresa mostra que o preço médio do livro no Brasil, entre 17 de junho e 11 de agosto, foi de R$ 34,00. Em tempos de discussão sobre a lei do preço fixo, amplamente debatido durante a Feira de Frankfurt e que começa a chamar a atenção dos governantes por aqui, é interessante analisar o comportamento do preço do livro, que, de acordo com a análise da Nielsen, está relacionado com a sua posição no ranking de mais vendidos. Quanto mais vendido, mais barato tende a ser o livro. “Prova disso, é a média de preço dos 500 livros mais vendidos, que é de R$ 27,00; já os que estão no ranking entre os 20 mil e 100 mil, o valor médio é de R$ 34,00”, aponta Luiz Gaspar, gerente da solução BookScan na Nielsen Brasil.

O desconto praticado também varia em relação à posição do livro no ranking dos mais vendidos (ver gráfico abaixo). Segundo a Nielsen BookScan, “quando comparado aos maiores mercados internacionais, o desconto, de quase 7%, aplicado nacionalmente nos dez títulos mais vendidos é menor que os utilizados em outros países. Já os livros que se posicionam entre 500 e 1 mil no ranking brasileiro, o desconto pode chegar a 36%”. A análise não considera os e-books.

Os dez livros mais vendidos têm as porcentagens de desconto em relação à posição no ranking mais baixas, com 10,21%. Essa porcentagem aumenta até atingir um pico na categoria dos 500 livros mais vendidos, depois volta a cair, enquanto o preço de capa aumenta.

Outro dado que impressiona é a quantidade de títulos vendidos registrada pelo BookScan: 100 mil títulos, que representam mais de 5 milhões de exemplares, foram vendidos no Brasil nesse período. Gaspar avalia que esse montante representa R$ 176 milhões em dois meses. Em julho, o Sindicato dos Editores do Brasil (SNEL), junto com o Fipe, divulgou a Pesquisa de Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, que não trouxe boas notícias. De acordo com o relatório, que coleta dados diretamente das editoras (a Nielsen BookScan coleta dados em boca de caixa), as editoras brasileiras faturaram R$ 4,985 bilhões em 2012, uma queda real de 2,64%, em relação ao ano anterior.