Alt+Tab: um grupo para formar editores digitais
PublishNews, 14/03/2013
Em sua coluna de hoje, Gabriela Dias conta como foi criado o grupo Amigos dos Editores Digitais

Início de ano letivo é a única época em que as pessoas falam de livro didático – e 2013 não foi diferente aqui no PublishNews. Dois colunistas se aventuraram pela seara destas Cartas do Front: Julio Silveira imaginou o que seria o e-textbook ideal e Greg Bateman comentou alternativas para e-books relacionadas ao PNLD 2015 (já que o edital saiu em janeiro).

Mas foi outra colunista, a Camila Cabete, que inspirou a pauta deste mês, ao lançar um apelo: "Quem trabalha com livro digital se sente só?". Eu e mais alguns "solitários" logo nos identificamos com a indagação; algumas conversas de Facebook depois e pronto: estava aberto o grupo Amigos dos Editores Digitais (AED).

O grupo surgiu em dezembro de 2012, com a intenção de ser um canal de troca para os editores digitais, esses seres falantes de uma língua estranha, cheia de siglas e termos em inglês que ninguém no resto da editora entende. O escopo inicialmente iria de troca de informações técnicas a livros que devemos colocar na listinha, como sugeria o artigo.

Ano novo, grupo novo

Até então o grupo era apenas virtual, no próprio Facebook, claro. Mas em janeiro, naquele clima de ano novo, vida nova, decidimos fazer um encontro presencial "beta". Em pauta, as nossas respectivas experiências digitais – além de uma demonstração de vários gadgets, no esquema BYOD.

O que era pra ser uma reunião no estilo happy hour virou um debate de 4 horas, que foi do potencial inclusivo do livro digital à então recente entrada da Google, Amazon e Kobo no mercado. E, diga-se de passagem, só acabou perto da meia-noite porque o metrô ia fechar!

Essa tagarelice toda comprovou mais uma vez a hipótese da pergunta que deu origem ao grupo. Mas será que ter um lugar para desabafar era suficiente?

Demanda reprimida

Durante a reunião, percebemos que havia a necessidade de algo mais, além de apenas debates, fossem ao vivo ou via internet. Ficou claro também que encontros esporádicos, e mesmo um Congresso do Livro Digital por ano, não dariam conta do recado de formar profissionais do livro e de novas mídias para enfrentar os desafios e oportunidades à nossa frente.

Afinal, o "apagão" de mão de obra já chegou ao setor editorial, inclusive o digital: até a Amazon e Google estão tendo dificuldades para preencher vagas no Brasil. A partir dessa constatação, sugeri que o AED tivesse vocação prática: além de compartilhar práticas e debater temas, teríamos pelo menos dois núcleos atuantes – um de formação, outro de produção.

Alt+Tab: do analógico ao digital

Surgiu assim o Alt+Tab, braço do AED que vai promover palestras, cursos e workshops para formar leitores, editores, autores, estudantes e outros interessados na transição do conteúdo analógico para o digital.

A agenda começa por São Paulo, em abril, e deve se estender para o Rio em breve. Mas a formação não se restringe a eventos presenciais: haverá iniciativas via internet e continuidade dos cursos em comunidades online.

"E o que isso tudo tem a ver com o segmento didático?", pergunta-se o caro leitor. Tudo, a julgar pelos últimos editais de PNLD anunciados pelo MEC. Ou você não tem lido esta coluna?

Até a próxima,

@gabidias

Quer comentar no Facebook? Clique aqui

Mande e-mail para a colunista

[13/03/2013 21:00:00]