Na mira dos agentes literários
PublishNews, 02/08/2011
2013 já parece ser amanhã para o mercado editorial. Todos estamos em estado de vigília nas preparações da data em que o Brasil será o país convidado na maior feira do livro

2013 já parece ser amanhã para o mercado editorial. Todos estamos em estado de vigília nas preparações da data em que o Brasil será o país convidado na maior feira do livro internacional. No site da Feira do Livro de Frankfurt tem 287 agências literárias cadastradas para contato. As novas políticas de ajuda à tradução da literatura brasileira já estão em vigor, segundo publicação da Fundação Biblioteca Nacional.

Nas próximas colunas vamos conversar muito sobre agentes atuando no exterior e no Brasil. Ponderar sobre interesses e negociações em outras línguas. Como avaliar contratos e cessões de direitos autorais em cada país. Vantagens e desvantagens do editor/escritor de estar na Feira de Frankfurt sem agente literário. Afinal são 476.000 metros quadrados para livros, 324.000 metros quadrados nos dez salões multifuncionais e mais 83.000 metros quadrados no exterior, onde se pode encontrar cerca de 7.000 editores, participar de 2.900 eventos e ter 10.000 jornalistas tentando saber mais de sua obra.

O que se consegue fazer em 5 dias de feira? Ou quanto se negocia em no máximo 7 dias na cidade Frankfurt? Como o agente organiza sua agenda para a feira?

Nos próximos 900 dias, a produção literária brasileira vai fazer toda diferença em muitas mesas de grandes e pequenas editoras estrangeiras, ainda que o Brasil pareça ser um mistério a ser revelado.

Apenas para citar uma caso, lembro-me de uma reunião com uma editora alemã, especializada em literatura infanto-juvenil, na qual ela fazia questão que representasse um livro sobre Natal, com neve e tudo o que os anglo-saxões fazem no Natal. A primeira dificuldade era convencê-la que enquanto a Alemanha está em torno dos graus negativos, o Brasil tenta não passar do 40 graus positivos em muitas cidades. Mas de nada adiantou insistir. Sabendo que receberia um livro sem interesse aqui, voltei para o escritório.

No dia 26 de dezembro daquele ano, ainda olhando o Natal com neve na minha mesa, o jornal O Globo estampa na primeira página uma foto de um papai noel descansando na praia. Sossegado na sua cadeira, apenas de calção e regata. O resto da roupa que usara na noite estava pendurada no guarda-sol.

Não perdi a oportunidade. Separei a primeira página do jornal, traduzi a legenda da foto e enviei para a Alemanha. No ano seguinte, em outra reunião com a mesma editora, consegui não saber das novidades de Natal com neve que ela tinha e ainda ouvi muitas histórias engraçadas sobre o efeito da foto na empresa.

[01/08/2011 21:00:00]