Carnaval, suor e autógrafos
PublishNews, 28/01/2011
Carnaval, suor e autógrafos

Foi bem recente, no último sábado, quase um tumulto na frente da nossa pequena livraria. Lá vai o causo... Fui procurado por um jornalista, chegado nosso, assessor de imprensa de uma das universidades de Santos. Teve uma idéia e queria ver o que eu achava. Claro que fiquei curioso aguardando o que seria. Ele dispara a falar sobre o carnaval deste ano de 2011 e a escolha de homenagear o diretor de teatro Tanah Correia por parte da tradicional escola de samba X-9. Dejair logo amarrou as pontas, o diretor é pai de um ator Global que está sob holofotes, o santista Alexandre Borges, que encarna o costureiro Jackes Leclair no remake das sete da noite.

A idéia é a de divulgar pai e filho como inspiração e atrações do carnaval santista, chamando a imprensa e usando como palco a nossa livraria, conhecida por estimular iniciativas culturais de várias naturezas.

Confesso que pensei um pouco e devolvi perguntando se não havia um livro de autoria de alguma das atrações, no que Dejair rebateu com aquele meneio de cabeça indesejável. Para arrematar, ele completa: “Vamos trazer a bateria da escola”. Daí comecei a gostar da história.

No sábado, com o ar-condicionado aguardando manutenção – sempre quebra no verão – no mormaço santista, entra no recinto pai e filho, melhor dizer filho e pai, porque Alexandre trazia uma multidão em sua volta. A bateria iniciou os trabalhos na mesma hora, alinhados na rua, fechando aos poucos toda a Marechal Deodoro. O mestre-sala e a porta-bandeira evoluíam tendo próxima ao casal uma mulata requebrante num micro-vestido. Amigos dançavam, alguns em trajes de banho, outros desconhecidos iam se aproximando, das janelas brotavam curiosos. Será que alguma livraria já ofereceu uma brincadeira dessas? Talvez. Foi bem divertido e cansativo.

No meio do tumulto tive a minha ideia, nascida da costela desta: vamos organizar o bloco da Realejo, que se chamará Caminho Suave em homenagem à famosa cartilha que iniciou nas delícias da leitura muita gente. O caminho será suave também por conta do curto trajeto, daremos uma volta na Praça da Independência, sob os olhares dos irmãos Andrada, do alto do monumento, nobre vizinhança.

Digo em resposta a universitários naqueles questionários um tanto previsíveis, em que perguntam o meu público-alvo. Digo “A” ... de alfabetizados. Depois da Caminho Suave todo mundo é público-alvo. Ziriguidum! Vamos criar uma marchinha?

tahan@realejolivros.com.br

[27/01/2011 22:00:00]