Milo Manara pela Rio-Santos
PublishNews, 26/11/2010
Milo Manara pela Rio-Santos

Foi como se não fosse real. Tentei por mais de três anos trazer o Milo Manara ao Brasil e sempre esbarrávamos na paúra que o homem tinha de aviões. Na editora sempre ouvimos que ele só viria pelo mar, aí não batia com a temporada de cruzeiros daqui em Santos. Chegamos a cogitar um cargueiro, acho que no mês de setembro, que viria pelo Caribe, em meio aos possíveis furacões. Bem, já viram que estava um tanto surreal a produção da vinda do nosso convidado.

Quando li da possível visita ao país neste 2010 já comecei a campanha, propus a um parceiro importante - o Sesc - e eles toparam. Logo depois já contatava o pessoal da Conrad, editora do Manara, e eles foram sempre solícitos. Logo após já estava também conversando com o Instituto Italiano em São Paulo e...confirmamos a passagem do Milo Manara por Santos.

Conseguimos dois dias de janela dentro da programação e a comitiva veio direto do Rio, pós Comicon, que era o motivo original da sua passada pelo país.

Depois de 12h de carro Manara desce em frente ao hotel com a sua comitiva - formada pela esposa, agente e editor Italianos - e acende um charutinho. Quando disse que havia uma equipe de jornalistas aguardando para uma entrevista Manara escondeu o charutinho em meio a umas folhagens na entrada do hotel. Ao fim do papo ele voltou discretamente, resgatou o charuto e deu mais umas baforadas. Figuraça este Manara.

No dia seguinte cuidamos da comitiva: peixe, cerveja e café, nesta ordem. Depois apresentei Benedito Calixto, o pintor que retratou a região de Santos como poucos. Rumávamos para o grande momento, a palestra no teatro do Sesc, que recebeu mais de 400 fãs, que ouviram deliciosos causos da convivência de Manara com Fellini, além de confissões e planos para o futuro.

A comitiva subiu a serra, Manara estava cansado após ter autografado mais de 120 livros. E eu ainda não acredito no que vivi nestes dois dias. Até a próxima.

[25/11/2010 22:00:00]