UOL Esporte Natação
 
09/12/2008 - 08h32

Em livro, Phelps revela paranóia na China e revive 4x100 de Pequim

Com agências internacionais
Em Baltimore (EUA)
Nas piscinas do Cubo D'Água, em Pequim, o técnico mais famoso dos Jogos Olímpicos poderia ser visto sempre com uma garrafinha de água na mão. Muito mais do que sede, o que Bob Bowman mostrava com aquele ato era paranóia.

Em seu novo livro, "No Limits: The Will to Succeed" (Sem Limites: a vontade de vencer), o nadador Michael Phelps, pupilo mais famoso de Bowman, revelou o nervosismo dele e de seu treinador durante a competição.

"Estávamos paranóicos. Bob ficava sempre perto da minha garrafinha de água. Assim, tínhamos certeza absoluta que ninguém faria algo incrivelmente estúpido como tentar me envenenar", escreve o nadador no livro, lançado nos EUA nesta semana.

Phelps contou ainda que o momento em que o temor de não bater o recorde de medalhas de ouro em uma mesma edição dos Jogos Olímpicos não foi na final dos 100 m borboleta, em que bateu o sérvio Milorad Cavic por apenas um centésimo. O momento mais tenso aconteceu na final do revezamento 4x100 m livre.

Phelps foi o primeiro a nadar a prova, marcou o terceiro melhor tempo da distância até então, mas, quando o último membro do time a nadar, Jason Lezak, entrou na água, estava meio corpo atrás do francês Alain Bernard, então recordista mundial da prova.

"Bernard cometeu um erro estúpido. Depois da virada, ele não nadou no meio da raia, mas acabou desviando para a esquerda. Isso significou que Lezak, que estava à esquerda, podia se aproximar com mais facilidade. [Nessa posição] Bernard estava fazendo o trabalho mais difícil e Jason aproveitava para preparar o ataque".

O livro fala ainda da conflituosa relação de Phelps com o pai, com quem não fala desde 2005, do episódio em 2004, quando o nadador foi preso por dirigir embriagado e da infância, quando ele foi diagnosticado com déficit de atenção. Para controlar o problema, ele era obrigado a tomar uma medicação.

Na sétima série, porém, ele decidiu que não queria mais o remédio. "Era uma muleta. Naquela época, percebi que se tivesse metas, poderia superar os meus problemas."

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